Recados de Amor

O amor deve considerar-se como um grande poema, cujo primeiro canto é o casamento.

Há mulheres com quem fazemos amor, outras com quem falamos.

O amor é o único sonho que não se sonha.

O último amor que desampara o homem é o combinado com o orgulho.

De que pode servir ter lido três mil livros,/Quando já velho se é indigno do amor do povo?

No amor, a economia dos sentimentos e dos prazeres é a única metafísica apreciável.

O amor não é o lamento moribundo de um violino longínquo - é o rangido triunfante das molas da cama.

Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.

Somente através do amor o homem se pode libertar de si mesmo.

No amor, mais vale a caça do que a presa.

O amor é, como a medicina, apenas a arte de ajudar a Natureza.

O amor tem momentos realmente exaltantes: são as rupturas.

O amor que enlouquece e permite que se abram intercadências de luz no espírito, para que a saudade rebrilhe na escuridão da demência, é incomparavelmente mais funesto que o amor fulminante.

A beleza é bela; a paixão, o amor absoluto são mais belos e mais adoráveis.

Fazer consistir a força do casamento na do amor é desconhecer o espírito desta instituição.

Aqueles que dispõem de meios pensam que a coisa mais importante do mundo seja o amor. Os pobres sabem que é o dinheiro.

O prazer do amor dura apenas um instante, os desgostos do amor duram toda a vida.

O cristianismo fez muito pelo amor ao torná-lo um pecado.

Ninguém é mais adulado que os tiranos: o medo faz mais lisonjeiros que o amor.

A atenção e o amor condicionam-se reciprocamente.