Rap
Querem que eu faça parte, outros tentam se inserir, eu
só tento não pirar, luto pra
não partir daqui...
Morte na ponta da caneta
E a cada passo, sem deixar rastro
Uma conquista, uma cabeça
Tinta vermelha igual sangue
Bandido da luz vermelha
Pressão, músicas, batalhas, folhinhas, falta de grana
Gerando fama enquanto minha depressão restava ali
Minhas costas pesam um javali, e já vali
Já falei e já fali
Olha, o meu nível tá aqui em cima
Pensam que produzir versos é o mesmo que produzir enzima
Fácil como obter uma usina
Perguntam sobre o que eu faço, você ensina
Claro, tenho patrimônio de um milhão em rimas
Não acredito em conto de fardas
Não acredito em conto de fadas
Vingança hoje é sobreviver
A paz aqui já não vale de nada
Não acreditaram em quem somos, creditaram onde estamos
Temos de vencer e por isso que lutamos
Muitos se esquecem, mas nem tudo se releva
O mundo é um lugar que nunca fomos.
Será que foi decepção que fez ela virar do avesso?
Coração de aço é bem mais forte que o de gesso
E já nem pensa em dormir, vive o presente, que é real
Rotina é feita pra quem quer repetir filme no final
Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar
Minha autoestima não é fácil de abaixar
Olhos abertos fixados no céu
Perguntando a Deus qual será o meu papel
É fato que respeito não se compra
Com luta e suor se conquista
Tamo cansado de remar no mar de lama
Batalhei, corri dobrado, e hoje eu grito: Terra à vista
Eu amo o céu com a cor mais quente
Eu tenho a cor do meu povo, a cor da minha gente
Jovem Basquiat, meu mundo é diferente
Eu sou um dos poucos que não esconde o que sente