Quem quer
Minha bondade tem limites: não posso proteger quem me ofende.
Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim… Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.
Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.
No fundo, mesmo lendo tanto, pensando tanto e filosofando tanto, a gente gosta mesmo é de quem é simples e feliz. A gente não se apaixona por quem vive reclamando e amassando jornais contra a parede. A gente se apaixona por esses tipinhos banais que vivem rindo. E a gente se pergunta: que é que ele tem que brilha tanto? Que é que ele tem que quando chega ofusca todo o resto?
Tentamos superar uma dor antiga e não conseguimos. Procuramos ficar amigos de quem já amamos e caímos em velhas ciladas armadas pelo coração. Oferecemos nosso corpo e nosso carinho para quem já não precisa nem de um nem de outro. Motivos nobres, mas os resultados são vexatórios.
Da mesma forma aquela sentença:
“A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar.”
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca…
Eu via a natureza como quem a veste.
Eu me fechava com espumas.
Que fique mal explicado (...), quem faz sentido é soldado.
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
A gente deve atravessar a vida como quem está gazeando a escola e não como quem vai para a escola.
O amor verdadeiro não é outra coisa do que o desejo inevitável de ajudar o outro a que seja quem ele é.