Quem Gosta de Ouvir Nao quer Falar

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Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas...

Estar apaixonada não é quando tudo fica lindo. É quando todos os outros ficam feios.

Algumas coisas não precisam fazer sentido, bastam valer a pena.

A intuição, não testada e não comprovada, é uma garantia insuficiente da verdade.

Recebi no coração o golpe de misericórdia. Ah! Eu não o havia previsto.

Respeite os limites

Você já tentou beijar o próprio cotovelo? Não? Então tenta, você vai se contorcer todo e ele não se aproximará um só centímetro de sua boca. Já tentou lamber a ponta do seu nariz? Não? Nem tente, você vai se babar todo e mesmo assim não vai conseguir.

Estive pensando por esses dias em certos limites que a vida nos impõe, muito difíceis de serem ultrapassados. Há limites por toda a parte, regras a serem obedecidas, fronteiras a serem respeitadas, assim como cada um de nós temos as nossas particularidades e obrigamos aos outros o respeito devido. Pense agora, o que te faz perder o controle, sair da linha, da área segura de si mesmo? Eu respondo por mim, enquanto você se analisa, ok?

Não tente interromper minha noite de sono, eu acordo pisando nas tamancas. Esperneio e grito de tanto ódio que ninguém é capaz de conseguir ter uma noite de sono tranquila depois, você jamais me reconheceria. Se quiser conversar comigo, ser meu amigo, seja objetivo. Detesto conversa mole pro meu lado, não acredito muito em quem fala manso, baixo e pausadamente. Parece que arquiteta as palavras no pensamento antes de expor os argumentos. E eu não tenho muito tempo a perder com quem não sabe o que de exato dizer.

Não ande devagar na minha frente, odeio gente lerda. Tanto espaço pro lado de lá, tem que ficar logo aqui, atrapalhando minha passagem!? Eu sou um pouco estressada, está bem, eu admito, eu sou muito estressada. Não preciso estar naqueles dias para deixar florescer toda ira daqui de dentro.

Não me apego fácil a nada nem a ninguém e o desapego pra mim é a parte mais fácil da vida. Eu não vou levar nada daqui. Nu eu nasci, nu vou partir. Essa é uma certeza que muita gente esquece. Não perco tempo com coisas inúteis nem com pessoas inatas, que ainda não nasceram para a realidade da vida. Não enxergam um palmo à frente sem que precisem de ajuda.

E eu não tenho paciência para ensinar, é verdade que não nasci sabendo, mas tudo o que hoje sei da vida, aprendi sozinha, com os próprios esforços, com os próprios erros. Tenho personalidade mais do que própria, auto-estima mais do que sarada, por isso é que talvez me chamam de arrogante e prepotente, mas não é isso. Aprendi a lutar pelos meus ideais e a depender só de Deus para atingi-los e algumas pessoas se incomodam por você não precisar dos favores delas. Elas só se encontram como indivíduos e só se acham úteis quando são requisitados por alguém, quando clamam a elas por socorro, e eu aprendi desde novinha a não acreditar em promessas falíveis nem em pessoas prestativas demais.

Pessoas não se doam de graça, sem interesses, aquelas que muito se dão, muito cobram, muito pedem em troca, e acaba saindo mais caro do que ter ido à luta sozinho.

Se encontrar comigo no ônibus e quiser sentar ao meu lado, sente com calma, e não invada o meu lado do banco. Você é um e não dois, respeite os limites do meu corpo. Respeite o seu também. Não queira entrar numa calça 38 se você veste 42. Ame-se em primeiro lugar e aí sim, estará apto a amar alguém.

Nunca me interrompa quando eu estiver falando, seja lá onde for, como for e com quem for. Não seja mal educado e inconveniente, não se precipite em participar se não for convocado à conversa. Detesto pessoas ignorantes e entronas, isso me tira do sério, me faz perder a classe.

Não grite comigo. Não aumente o som da TV. Apague as luzes. Feche a janela. Não me irrite. Não me sufoque. Não me compare. Não me desafie. Não me toque. Não me subestime. Respeite os meus limites!

Elas falavam pra mim, “Você até podia ser bonitinha se não fosse estranha”. E hoje em dia eu digo a elas, “Vocês até poderiam ser interessantes se não fossem normais".

Sabe, minha classe de lealdade era uma lealdade a meu país, não a suas instituições ou seus governantes oficiais. O país é algo real, é o substancial, o eterno; é algo pelo que vigiar e preocupar-se e ao que ser leal. As instituições são estranhas, são meras roupas e as roupas podem ser mudadas, se tornar ásperas, deixar de ser confortáveis, deixar de proteger aos corpos do inverno, a enfermidade ou a morte. Ser leal aos trapos, disparar pelos trapos, venerar aos trapos, morrer pelos trapos, isso é lealdade ao irracional, é puramente animal. Isto pertence à monarquia, foi inventado pela monarquia. Deixa que a monarquia os conserve.

Vamo pra guerra mulherada! Tamo véia, desiludida, de saco cheio, cínica, cansada, mas não tamo morta!

Não serei a mesma para sempre.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuído a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

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Posso não saber nada do coração das gentes, mas tenho a impressão, de que, de tudo, o pior é quando entra a segunda parte da letra de “Atrás da porta”, ali no quando “dei pra maldizer o nosso lar pra sujar teu nome, te humilhar”. Chico Buarque é ótimo pra essas coisas. Billie Holiday é ótimo pra essas coisas. E Drummond quando ensina que “o amor, caro colega, esse não consola nunca de núncaras”. Aí você saca que toda música, toda letra, todo poema, todo filme, toda peça, todo papo, todo romance, tudo e todos o tempo todo, antes, agora e depois, falam disso. Que o que você sente é único & indivisível e é exatamente igual à dor coletiva, da Rocinha a Biarritz. O coro de anjos de Antunes Filho levanta no ar, em triunfo, os corpos mortos de Romeu e Julieta enquanto os Beatles pedem um Litlle help from my friends, e a platéia ainda aplaude e pede bis (o Gonzaguinha também é ótimo pra essas coisas). Meus amigos, abandonados para que eu pudesse mergulhar, voltaram a mil. Tem seus prazeres o fim do amor. Se é patologia, invenção cristã-judaico-ocidental-capitalista, ou maya, ego, se é babaquice, piração, se mudou-através-dos-tempos, puro sexo, carência, medo da morte: não interessa. Tenho certeza que estive lá, naquele terreno. Ele existe.(…) O que quero dizer é justamente o que estou dizendo. Não estou com pena de mim. Está tudo bem. Tenho tomado banho, cortado as unhas, escovado os dentes, bebido leite. Meu coração continua batendo - taquicárdico, como sempre. Dá licença, Bob Dylan: it’s all right man, I’m just bleeding. Está limpo. Sem ironias. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos aprovados. A gente só fica assim. Parado olhando a medida do Bonfim no pulso esquerdo, lado do coração e pensando, pois é, vejam só, não me valeu.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

Veronica Shoffstall

Nota: Trecho adaptado e adulterado de poema de Veronica Shoffstall.

Não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.

Eu irei lhe dizer o que eu irei fazer e o que eu não irei fazer. Eu não servirei aqueles no qual não acredito mais, mesmo que se entitulem minha casa, minha cidade natal ou minha igreja: e eu tentarei me expressar [viver] de uma forma mais livre e completa possível [através da arte], usando em minha defesa as únicas armas que eu me permito usar - silêncio, exílio e habilidade.

James Joyce
JOYCE, J., Retrato do Artista Quando Jovem, 1916

Era um dêsses sentimentos puros que não embaraçam a marcha da vida, que se conservam porque são raros, cuja perda ocasionaria dor maior que o regojizo da posse.

Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade.

De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar.

Tati Bernardi

Nota: Trecho de Link

Me recordei rapidamente de todas as pessoas e coisas que perdi por ainda não estar preparada para elas, ou por ainda ter muita curiosidade de mundo e dificuldade em ser permanente.

Secaram as sementes no silêncio da rocha e mineral. As palavras que não chegamos a gritar, as lágrimas retidas, as pragas que se engolem, a frase que se encurta, o amor que matamos, tudo isso transformado em minério magnético, em turmalina, em ágata, o sangue congelado em cinábrio, sangue calcinado tornado galena, oxidado, aluminizado, sulfatado, calcinado, o brilho mineral de meteoros mortos e sóis exaustos numa floresta de árvores secas e desejos mortos.

Anaïs Nin
NIN, A., A Casa do Incesto, Assírio e Alvim, 1993

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