Quando a Gente se Encontrou
Ditadura branca
no Brasil, a ditadura
nunca se extinguiu
para gente de pele escura:
a antilei
o falso indício
o sumiço
a tortura.
CONVERSA
– Eita negro!
quem foi que disse
que a gente não é gente?
quem foi esse demente,
se tem olhos não vê...
– Que foi que fizeste mano
pra tanto falar assim?
– Plantei os canaviais do nordeste
– E tu, mano, o que fizeste?
Eu plantei algodão
nos campos do sul
pros homens de sangue azul
que pagavam o meu trabalho
com surra de cipó-pau.
– Basta, mano,
pra eu não chorar,
E tu, Ana,
Conta-me tua vida,
Na senzala, no terreiro
– Eu...
cantei embolada,
pra sinhá dormir,
fiz tranças nela,
pra sinhá sair,
tomando cachaça,
servi de amor,
dancei no terreiro,
pra sinhozinho,
apanhei surras grandes,
sem mal eu fazer.
Eita! quanta coisa
tu tens pra contar...
não conta mais nada,
pra eu não chorar –
E tu, Manoel,
que andaste a fazer
– Eu sempre fui malandro
Ó tia Maria,
gostava de terreiro,
como ninguém,
subi para o morro,
fiz sambas bonitos,
conquistei as mulatas
bonitas de lá...
Eita negro!
– Quem foi que disse
que a gente não é gente?
Quem foi esse demente,
se tem olhos não vê.
Se o mundo soubesse o que nós fizemos hoje, ele ia querer que a gente se divertisse até cansar!
Em algum momento, acho que eu percebi que, se a gente quer que as coisas sejam de um jeito, não dá pra depender do destino ou da sorte. A gente tem que agir e fazer acontecer.
A magia das palavras num poeta deve ser tão sutil que a gente esqueça que ele está usando palavras.
A vida é o que a gente faz dela.
Boa, ruim, agitada.
Mansa, serena, tumultuada.
Com motor potente ou à manivela.
A vida é o que experimentamos.
Um reflexo do que buscamos.
É a soma de cada instante.
Viver é tarefa constante.
A gente sempre se acha o suprassumo do bom mocismo e da boa consciência.
A gente não precisa deixar de rir nunca.
De repente a gente sente que não sentiu nada...
Assim como nos filmes, eu atuei na vida real e mais uma vez emocionei o público, que aplaudiu de pé.
A gente sacaneia tudo que é vivo neste planeta e acha que está tudo bem, porque usamos canudos de papel e pedimos o frango criado ao ar livre. E o doentio é que, no fundo, sabemos que não enganamos ninguém. Sabemos que vivemos uma mentira. Uma ilusão em massa com a qual concordamos pra nos ajudar a ignorar e continuar ignorando o quanto somos horríveis.
O fim não combinava com a gente, mas hoje voltamos a ser dois estranhos, mas dessa vez com memórias!
“Conheço muita gente que desistiu de seus objetivos, apenas por planejar de mais com a razão e esquecer-se que o fundamental é ser feliz em tudo que faz.”
Só nos sabemos o quanto a ansiedade mata a gente por dentro, a um grito de socorro dentro do peito, que só nós sentimos, então não diga que ansiedade é frescura, e falta de Deus, porque a gente sempre tá pedido a Deus p nos fazer forte, pede a Deus p aliviar essa dor, palavras machucam...
Muitas vezes o racismo faz com que a gente não trilhe nosso caminho e comece a pautar nossas ações pela demanda do preconceito. Às vezes não seguimos adiante porque paramos nos limites impostos pela sociedade, e nós temos que caminhar mais, temos que entender a complexidade das coisas, das pessoas, temos que ter liberdade.
Não é o que a gente Almeja que Muda a Nossa História.
E Sim,
O que Deus nos Permite para que possamos suportar o Processo e Merecidamente Vivermos o Propósito.
