Quadras e Trovas

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⁠" ESCONDIDO "

Do amor, vaga nas sombras, escondido,
seguindo em seu disfarce improvisado
temendo pôr alguém, junto, ao seu lado,
talvez por ter, seu coração, ferido!...

Repulsa tem de, um dia, ver-se achado
nos braços de um desejo seu querido
e se encontrar, pela paixão, rendido
por novamente, louco, ter amado.

Prefere, então, manter-se em seu segredo
fugindo o tempo todo nesse medo
de que o amor, de novo, o reconheça…

Assim, vaga nas sombras, lá, sozinho,
fugindo de outro alguém no seu caminho
e crendo que não mais, amar, mereça!

⁠" EXPLOSÃO "

Numa explosão de cor, morre o meu dia
crepusculando a tarde nessa estrada!...
A mente lhe acompanha a paz, cansada,
distante da paixão e sua euforia!

Mas perto faz-se a eternidade doada
e sinto que o caminho já se esfria
sem dar-me carta alguma de alforria
dos meus pecados na alma depravada.

Que fiz deste que sou? Cumpri o destino
ou simplesmente vim, num desatino,
apenas existindo e não vivendo?

Morre o meu dia em explosão de cores…
Morrer eu sinto a vida, os meus amores,
enquanto apenas vou sobrevivendo!...

⁠" LABAREDAS "

Eis que a paixão em mim se fez guerreira,
disposta a conquistar amplo terreno
e o amor, antes pacato, enfim, sereno,
entrou na luta a dois, por brincadeira!

E reviraram meu mundo pequeno
botando fogo nessa sementeira
até romper as raias da fronteira
entre a razão e os males que condeno.

Selvagem e agressiva, essa paixão
não mais poupou, da dor, meu coração
e, o amor, fincou bandeira à propriedade…

Ruí, ante seus pés, por derrotado,
e, nesse fogo ardente, consumado
há labaredas vivas de saudade!

⁠" OFERTADO "

Serviste, em puro cálice, o veneno
do teu desejo incauto e sem juízo
e foi o amor que viu-se em prejuízo
sem ter, da despedida, um leve aceno.

Sorvi-lhe o conteúdo num sorriso
bebericando o sonho, leve, ameno,
e toda a dor cruel que agora enceno
me vem do ir contigo ao paraíso.

Sequer tivestes pena ou compaixão
ao me envolver, incauto, na ilusão
de que seria mais que um mero instante…

Bebi todo o veneno me ofertado
no anseio meu de amar e ser amado
sem me atentar a tudo o mais restante!

⁠" FOI-SE "

Já teve um tempo que, hoje, é só passado
em que tudo era charme, era elegância,
com romantismo em voga e na fragrância
de um puro amor que, agora, é ultrapassado.

Não foi um culto ao belo! A circunstância
nos era de pós-guerra e o resultado
pedia amor ao mundo estraçalhado,
a paz, toda harmonia, a tolerância.

O olhar nos era ingênuo e inocente;
queríamos, apenas, ir em frente
sem carregar os medos lá de outrora…

Por isso que a beleza era evidente:
o amor se punha em tudo, displicente…
Perdemos disso tudo! Foi-se embora!

⁠" CHAMADA "

Pra onde, o amor, me direciona e guia
eu sigo a sua luz, quando perdido,
pois seu consolo farto oferecido
é escudo certo em que meu ser confia!

Em seu fulgor, amparo está contido
e me é por segurança dia a dia
trazendo-me a esperança e a alegria
ao coração, por vezes, tão ferido.

É certo que me aponta a eternidade
e me assegura da felicidade
que ainda me há por vir ao fim da estrada…

Me direciona e guia, a luz do amor
por onde quer que o meu destino for
e eu seguirei fiel à sua chamada!

⁠" ENCONTRO "

O encontro permitido, planejado,
se dava em clima de total paixão
pulsando a carne dessa excitação
de estar-se junto de quem desejado!

O resto, o amor traria ao coração
se, dessa experiência, o resultado
mostrasse o sentimento cortejado
que foi, para o desejo, a inspiração.

O olhar fazia o jogo do secreto
de um jeito misterioso e bem discreto
evidenciando o apêlo à carne posto…

Por fim, o encontro demarcava o enredo
fazendo despertar o amor mais cedo
por bênção do querer, a dois, proposto.

⁠" ESCONDES "

Te escondes como quem teme a paixão
por pura insegurança e timidez,
qual se ela fosse a tua primeira vez
no jogo do querer e sedução!...

Mas, na verdade, tens por lucidez,
sabendo, assim, cuidar do coração
e não lhe alimentar dessa ilusão
por compreender que amar é insensatez.

No entanto, o amor persegue os passos teus
querendo não te dar do seu adeus
qual fosses sua presa favorita…

Tal se temesse o amor nessa armadilha
te pões distante, assim, de sua forquilha
sem dar paixão qualquer à sua escrita.

⁠" A TRIBUTOS "

Assim já é demais! Apelação!
É querer pôr na lona o oponente
sequer sem dar-lhe chance, frente a frente,
de preparar-se pra recepção!...

É golpe baixo, sem ter quem aguente
o impacto de tamanha dimensão
se exposto à área inteira da explosão
quando, a conquista plena, a fera intente.

Devia haver censura a tal artigo,
limitações, barreira e, até, castigo
tamanho o risco todo que isso causa…

Apelação! Eu digo que é demais!
Evoca-nos as pretensões carnais,
abate, suga, geme e não faz pausa!

⁠" BRINQUEDO "

Eis que a lembrança, ainda, te visita
no teu jardim da alma, em certo instante,
e a emoção que é, disto, resultante
ficar por tempo mais, em ti, cogita!

Te inquietas do momento, relutante,
consciente que o amor real te habita
e, embora exista manchas nesta escrita,
saudades tens de quem te foi amante.

És responsável por quem tu cativas
e é este amor que faz com que revivas
o essencial oculto neste enredo…

Sim! Te visita, ainda, uma lembrança
que, todo o sentimento teu alcança
fazendo, da saudade, o teu brinquedo!

⁠" NÃO MAIS "

Eis que um esquenta o outro e vice-versa
quando há sincero amor, cumplicidade,
se o sentimento é forte de verdade
e a alma está, nesse desejo, imersa!

Se aquece, o que é paixão, felicidade,
nos braços, beijos dados, na conversa,
e o frio da solidão, assim, dispersa
mantendo o fogo da sinceridade.

Quando há o afeto puro, uma aliança
de se manter o amor que os afiança,
supera-se as geleiras desta vida…

Pois que um aquece o outro ao próprio peito
num relacionamento assim, perfeito,
não mais havendo frio que lhes divida!

⁠" EMBIRROU "

Ela embirrou igual mula teimosa
e se fechou negando-me conversa
em meio à tempestade lhe adversa,
fazendo-se difícil, má, manhosa…

A sua mudez se fez razão reversa
e não lhe deixa mais doar-me prosa!
Nem mesmo na poesia ela se entrosa
ficando, para assuntos meus, dispersa.

Pra quê tal pessimismo e mau humor
pra com quem lhe estendeu a mão do amor
e lhe acolheu nas raias da paixão?!

Que desembirre logo, mula brava,
pois, birra, a vida encurta, cessa, trava
e só traz mais sofrer ao coração!

⁠" LUXO "

Ah! Quanto luxo numa curta vida…
Qual se jamais chegasse-lhe de lado
a causa de quem é o necessitado,
o pobre, a mão carente lhe estendida…

Um mundo à parte dá, por entronado,
esse egoísmo teu, alma perdida!
Não vês, em tua soberba, qual saída
daria-te o amor que tem faltado.

Te amoldas a essa insana e vil conduta
que só condenação, não mais, te imputa
e lança-te a cruel e triste inferno…

Efêmero esse luxo sem razão
que, tristemente enfim, teu coração
insiste por querer fazê-lo eterno!

⁠" EXPUNHA "

Não sei se falo ou calo, mas tô rindo
e o fato é que mais cedo saberão
o pensamento aqui, de prontidão,
que me passou na mente, me traindo!...

Se fez por clara a minha reação
que, assim, foi plenamente me despindo
perante o fato, a pouco tempo, findo
e gerador do riso sem noção.

Que me perdoem, mas pensei apenas
e quis guardar, pra mim somente, as cenas
dos fatos que me fiz por testemunha…

Se calo ou falo, não sei bem ao certo…
Quem dera não houvesse alguém por perto
enquanto, o riso meu, sem dó, me expunha!

⁠" ATRAÇÃO "

Em tudo o que tu pões teu coração,
ali, o tesouro teu, terás guardado!
Escolhas, pois, aonde, com cuidado,
pra que não te destrua uma ilusão!

Nem tudo o que te for apresentado
por mais que com ternura, com paixão,
irá te conduzir para a ascenção,
de tu’alma, ao que for justo e equilibrado.

Há tentações, há covas e armadilhas
das quais, certas paixões cruéis, são filhas…
Atente onde colocas teu amor!...

Ali terás guardado o teu tesouro
bem mais valioso do que prata ou ouro…
Não prove, da atração, qualquer licor!

⁠" DO NADA "

Eu deixo o olhar vagar, ali, no nada
perdido que se encontra o pensamento
e faço que, a alma, vá conforme o vento
bailar as rotas todas desta estrada!

Sou todo esse vazio do momento!
Um corpo na poltrona almofadada
inerte como noite enluarada
por onde vaga a lua em sentimento.

Nem mesmo o olhar caminha o rumo dado!
Se põe ali, no nada, estacionado
sem combustível mais pra ir adiante…

Perdido, o pensamento! Morta, a alma!
Transpiro sob essa aparência calma
por quanto mais, de mim, fico distante!

⁠" FICAR "

Será que estamos, nós, na estrada certa
dispostos a seguir a caminhada
que deu-nos, o destino, por jornada
ao nos deixar, do amor, a porta aberta?

Às vezes vejo que ela está tomada
por uma sina sem destino, incerta,
por outras, que ela fez-se por deserta
sem ter uma, sequer, alma penada.

Erramos nós alguma das saídas
pra termos, hoje, chagas e feridas
no que devia ser felicidade?

Será que a estrada é essa, de verdade?
Me diga, por favor… Por caridade…
Não tenho, em cá ficar, sequer vontade!

⁠" DEVO? "

Eu sei que essa proposta de paixão
tem lado bom, mas tem malícia, enfim!
Me ponho sem saber se eu digo sim
ou se é melhor, de cara, dizer não!...

O papo é meio brega, ruim, chinfrim,
e aponta um ego enorme, confusão,
que indica uma armadilha à ilusão
e pode dar dor-de-cabeça ao fim.

Porém, quem me propõe tem lá beleza,
um pé no luxo incauto da nobreza
e há grana na jogada a meu favor…

Sei lá se digo não, se sim… Que foda!
O romantismo, eu sei, caiu de moda
mas devo dar-me a tal sem ter amor?

⁠" ACABOU "

Foi lá nos tempos postos na elegância
que fez-se forte a mágica do amor
e colocou o mundo ao seu dispor
ao exalar sutil a sua fragrância!

Mudou tudo o que havia a se compor
em nova e inexorável substância
e o cosmo lhe acolheu sem relutância
qual se o feitiço desse-lhe vigor.

Tudo era romantismo, efervescência,
paixão voraz coberta de inocência
num sonho de perfeita sociedade…

A mágica acabou! Perdeu o efeito
e tudo se esvaiu qual se desfeito
o amor um dia exposto à sua vontade!

⁠" APÓS "

Estamos nós, aqui, só de passagem?
Seria, a vida, curta e passageira
que simplesmente corre a mil, ligeira,
pra se findar, após, a sua mensagem?

Teria algum sentido esta besteira
de que se acabará toda a viagem
e nós nos findaremos nesta aragem
sem ter levado nada ao fim da feira?

Seríamos tão breves pensamentos
que um dia passariam, como os ventos,
sem que algo mais nos fosse destinado?

Olhai pra cruz! Nos parecia o fim…
Mas algo mais havia após, enfim,
e o Filho ao Pai voltou, ressuscitado!

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