Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix

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⁠Falta

Podem falta palavras
Pode falta sentido
Pode falta silencio
Pode falta lembrança
Podem falta rações
Pode falta o ar
Só não pode falta você.

Versos livres:

Porque é que o estro me disseste
Agora e não noutro minuto
Se as trovas que, outrora, me deste
Deixaram o meu poetar de luto?

Se tudo era apenas uma miragem
E o tempo era apenas uma rima
Então, que me traga coragem
Na poesia, e não enigma...
Nem roupagem!

[...] só os afetos e a emoção
Hão de vir inspirar-me maior
A poemas, basta-lhes a ilusão
Aos poetas, basta o amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/04/2020 – Cerrado goiano
Paráfrase Pedro Homem de Mello

Inserida por LucianoSpagnol

DESAFIO (soneto)

O meu fadário é devanear solitário
Ter o cerrado a desfolhar no olhar
Sonhar acordado e no mesmo luar
Ficando no tempo, noutro cenário

Onde a solidão nunca sabe esperar
Eu só tenho a saudade num sacrário
Anexo ao coração num pulsar diário
E lágrimas em um soluço sem parar

Oh, uivo árido, trove tal um canário
Os meus versos, e a ela vai revelar
Cada vazio aqui falante e tão vário

Por favor, acaso, pare de me tragar
Faça-me nos beijos dela um erário
E novamente no teu amor eu amar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

APENAS POETA

O silêncio cai solitário neste coração amante
São ruídos que aram a alma profundamente
Dos sonhos que terminaram secretamente
Derrubando castelos e até mesmo o instante

Não há remissão e tão pouco dor clemente
Somente o vazio em um rodopiar constante
Soluçaste por estar tão só, e tão arrogante
Sentado à beira do caminho, ali pendente

As quimeras terminaram, não mais sonante
Não há sentinelas, nem armas, só vertente
Da realidade eu não soube ser um vigilante

A sensibilidade alanceou, agora no poente
Sou apenas poeta, na poesia um imigrante
Já amor! Ah, este, meu eterno confidente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Nel mezzo del cerrrado...

Aportei. Aportaste. E morria calado
E aflito, e triste, e amargurado eu ia
Os sonhos da alma era despovoado
E d’alma as quimeras era só fantasia.

E assim, longo o caminho, o cerrado
Eu preso nos desejos ele pouco polia
Da vida: o tom do tom estava errado
Do horizonte, nada, nenhuma poesia.

Hoje a vida sem ti, é sempre partida
Prantos que a tal saudade umedece
Comovem como a dor da despedida

E eu, sentado no caminho, aguardo
Arfante, poético, e que não arrefece (o amor)
“Nel mezzo del cerrado”, que no peito ardo...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADE

O silêncio tantos, aqui frente a frente,
uma privação... O contido medonho!
E, de peito arrebatado, vorazmente,
quedei a ideia, num olhar tristonho.

Saudade! ... Tão mais que de repente,
nas tuas lembranças as minhas ponho,
ressurge nostálgico sentimento ardente,
no cerrado, sob o entardecer sem sonho.

Amargo, na angústia, êxtase supremo;
solitariamente, a dor na emoção invade
nos redivivos sensos, assim blasfemo;

e torturantes, volvendo a infelicidade,
aureolado pelo agastamento postremo
do desagrado da insensível saudade.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Em uma Tarde de agosto

Agosto. No cerrado. Abro as janelas
Sob o céu calado, e poucas nuvens,
Invernado. Flutuam cinzas penugens,
Das queimas, sobre flores amarelas (dos ipês).

Pra quem as vês, as fazem de reféns,
Do belo. Caindo ao clarão das estrelas.
Ao vir o vento, se abri ao vento as velas,
Em um balé de harmonias e de poréns...

Por que, horizonte tão gigante e distante,
Se a angústia é semblante, não arrogante.
E me fazes por um instante, profanidades.

Porém, olho o céu deserto, e o vejo triste,
E minha alma insiste, e no amor consiste.
Inverno... chega à noite e é só saudades...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Maldição

Se da má sorte, tive gosto da amargura,
Envelopado pelo asno e uma maldição,
Me vi chafurdado em uma lama escura,
Hoje, minha paixão abrirá em erupção.

Me deixei inerte sem cólera e loucura,
Os abraços sem laços e sem ter ação,
A solidão em atos vis e de vil tortura,
Agora sou grito, pronto pra explosão.

Maldito sejas o olhar por mim perdido!
O silêncio deixado no doce coração,
Dos amores o amor não será vencido.

Se calado antes mesmo de ter e ser,
A grata emoção não será mais em vão...
Minha compaixão é maçante no viver!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
22/08/2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

AS PAIXÕES

As paixões se expiram como um nevoeiro
São como versos que saem do pensamento
Em vapor de aromas dispersos, por inteiro,
De ilusões, tais plumas voejando pelo vento;

São como tintas que caem de um tinteiro
Tal o pó ressequido no cerrado sedento,
Em um toque são absorvidos tão ligeiro
E tão ligeiro vivem em um só momento...

Mas os verdadeiros, os correspondidos
O “sim” que fica, o “Okay!” que alucina,
Estes ao coração nunca serão sofridos,

Abrasam-nos o ouvido, não são temidos:
Ficam no peito, e numa euforia assassina,
É afeto, é agrado, e ao amor são permitidos.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NATAL

No ermo cerrado, árido, na noite, toca o sino
De esperança, pressaga enche nosso ouvido
Em uma toada de paz e bem, no céu subido
Anunciado o Natal do Deus Menino, um hino.

O presépio em glória, reza ao Filho Divino
A árvore alindada, ornam o amor instituído
Num armento em esplendor num só alarido
Há elevar do opróbrio ao halo o pequenino

E nesta lembrança onde se vence ao destino
O teto de palha, a estrela, os Reis, os pastores
Dobrarás os eleitos, em um respeito peregrino

Humilde, mãe, Maria, das Graças, das Dores
Traz o rebento de afeto, e um amor cristalino
Seu Filho, na manjedoura, todos os louvores!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Com licença poética

Quando nasci um anjo barroco,
desses rechonchudos, disse:
- ide e seja devaneador e louco
trovador, saia da mesmice.
Aceito está sorte, tampouco,
serei neste fado só sandice,
terei, também, a imaginação.
Não sou tão eu de maluquice
que venha sem a razão.
Acho o cerrado uma beleza
ora sim, ora não, darei adeus ao sertão.
Mas o que sinto, e que seja pureza
ponho a inundar o meu coração.
Dor tenho não. Só leveza!
Se choro ou lamento é de emoção.
Cumpro a sina!
Já a inspiração a levo aonde vou.
Se é maldição, eu, ave de rapina.
Poeta é fingidor. Eu sou.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro, 29, 2018
Cerrado goiano
Paráfrase.

Inserida por LucianoSpagnol

DA PAIXÃO

Da paixão não tive o encanto
O cochicho ao pé do ouvido
Segredando segredos tanto
Tão precisos e tão devido

Minha vida foi de traço só
De uma solidão rodeada
Não posso dizer pra ter dó
Fiz da ventura uma estrada

E neste galgar por galgar
Nunca fingi, nem falsei
Com emoção ensaiei amar
Se não tive sorte, tentei

Sobeja vida, sem desfecho
De pouca oferecida flor
Porém, de sinuoso trecho
E do vário acaso, um editor

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18/11/2015, 13’13”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MINHA BUSCA

Corro os olhos por almas, na cata dum olhar,
ou talvez apenas aquele sorriso roubado.

Então vou num serelepe agreste caminhar,
pelos abraços, laços, dum algo desejado.

E no afã dum afago, um riso, outro chorar,
aqui, ali, lá, vou tentando ter um agrado.

O vazio que me devora, implora, põe a orar,
vem do coração, que quer amor denodado.

Corro os olhos no fado, vejo o tempo passar,
o peito sofredor, e já com o fim tão cansado.

Sem sequer ter uma estória pra poder poetar,
se acostumou com uma solidão, está calado.

Quer versejar a rima perfeita com o tal amar,
ainda busca, não consegui estar parado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de agosto
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TOCAIA (soneto)

Dói-me esta constante tal espera
do que já não mais tem donde vir
que o desejo insiste em querer ir
aguardando na ravina da quimera

Doí-me uma dor insana, há existir
a cada alvorecer duma primavera
da ausência, da saudade, sem era
e do que não se tem, e quer pedir

Dói! O tempo a passar, eu quisera
poder nele estar e ali então devir
chorar, alegrar... ah! se eu pudera!

Como eu não sei como conseguir
a tocaia no peito se torna megera
e a alma romântica se põe a fingir

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 15 de julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NUMA SÓ DIREÇÃO

Tudo é ligeiro, fulgaz e pura ilusão
Do pó, e para o pó, somos nada
Mal desperta a quimera sonhada
Vem logo a sorte na contramão

O tempo nos engana, só fachada
Então, ter vaidade, é mundo vão
Primavera florada, inverno, verão
Outono de folhas ao vento levada

O que as mãos remam, passaram
A emoção faz do coração morada
Nesta trilha de dúvidas, vastidão

Porém, o amor, ah! Este é jangada
De velas içadas, numa só direção
Levando a alma, numa só toada

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ALGO MAIS (soneto)

Eu queria ir além, algo mais que quimera
algo que me abrase, que me punge, arda
e não só consuma o íntimo que acovarda
mas que tirasse o desejo da eterna espera

Queria deixar a alma no tempo acordada
Para ter vivido algo mais, mais primavera
Sem amargar solidão, sem poesia parda
Ou tão pouco, a alegria em uma cratera

Eu queria ter algo mais que um lamento
Queria lembrança de um beijo tatuado
Um olhar eternizado e não de momento

Com tão pouco de mim, e o poetar calado
Eu queria algo mais, sem um sangramento
Dum amor que não tenho... e não só desejado!

Luciano Spagnol
Outubro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DE VOLTA, O MEU OLHAR

Aqui vai o meu olhar de volta, que brade
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
só distâncias e, pouca reciprocidade

Se me deu o melhor, em mim só doeu
ao deixar teu gosto na minha vontade
ao sentir que foi um amor na finidade
e que no teu amor, não tem mais o meu

Olha pra mim, só restou a imensidade
dum coração vazio, onde, eu sou réu
num dia de sol que virou tempestade

Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o teu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia dum plebeu.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO EM RETIRO

Quem dera, a saudade, que agora sinto
Da ausência de um alguém, fosse ilusão
E a mim e de mim apenas uma invenção
Eu seria no fado felizardo, e não absinto

Quem dera, este poema falasse de paixão
E fosse correspondido neste amor faminto
Pra cochichar doces versos que pressinto
E só pensa em você, e só pra ti faz menção

Mas a realidade é que estás na distância
E a solidão comigo veio num oferecido
Me sufocando nesta saudade em questão

Mesmo para ti eu não ter mais importância
Serei sempre um devoto e comprometido
Por ti... Pois este amor vai além da razão.

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DESEQUILÍBRIO

Se entre nós existe
palavras cerradas
o não que insiste
o frio das madrugadas
um olhar triste
debruçar-se na janela
um horizonte enriste
paisagem com cancela
distância vindo a pé
o que me resta, dela
é eu passar um café!

Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Estar enamorado faz poetar aos amores...
Em cada trova flores...
Besuntando a poesia com odores.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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