Poesias que Falam de Alimentos
Filho nasce quando chega. Ele pode ser biológico ou por adoção. Um filho sempre nasce quando chega.
Fotografias são decalques das experiências do passado, um momento fixado, para fazer sangrar a alma quando houver a ausência.
Sempre sinta medo. O medo te orienta para o caminho certo. Alguns chamam isso de intuição, eu chamo de entendimento. A vida é cheia de surpresas.
Quando se tornou anjo, voou para o infinito sem fim. Em homenagem a suas asas a chuva visitou meus olhos.
A maioria das flores não floresce se não receber água. Para o ser humano o abraço, o aperto de mão funciona como a água para às plantas. É preciso aguar as relações.
No universo as formas se repetem e essa ocorrência nos mostra que somos todos de uma mesma natureza.
Falar sobre a dor dói porque ela sempre estará acompanhada por uma história de tristeza ou machucados.
Em tempos de pandemia, isolamento social e medo, a dor é uma sensação metafísica cuja manifestação se torna coletiva na medida em que o medo é coletivo, o desencarne ocorre de modo coletivo e a luta pela vida é uma incógnita coletiva.
A humanidade não consegue, por ignorância à essência divina, interpretar as suas próprias dores, as dores dos outros e as dores que indicam mensagens universais.
No fundo da alma, quando a satisfação é individualizada ela provoca a vivência do engano, do falso prazer, do momento e de atos de paixão. Paixão, esse conteúdo que se manifesta, precisa ser compreendido como escravizar-se por vontade própria.
A humanidade em sua infinita busca pelo poder sobre a vida criou os analgésicos. Medicamentos que burlam a natureza e fantasiam a experiência humana quando essa deveria compreender a dor em sua essência. A química foi capaz de burlar os sentidos e agir sobre as dores da humanidade.
A humanidade é uma criança, em sua primeira infância, que embora tenha as peças para brincar, demora para aprender.
A existência parece insistir em ações isoladas, cada qual em seu casulo morto, acreditando que do seco brotará esperança e vida.
O tempo é de consciência coletiva para melhoramento e amparo do espírito. A dor que lateja é um aviso e convite para melhoramento. A lágrima que cai individualizada convida a chuva a mostrar o sal da Terra.
A consciência humana é formada por memórias e emoções, imagens e criações. Essa permanência inorgânica, que habita o corpo, mas o anima, é a potência da alma.
O indivíduo, como objeto político de uma sociedade, se educa como um ser individualizado cuja responsabilidade sobre o outro se torna quase inexistente. A regra é, quase sempre, o meu prazer.
