Poesias para a Pessoa Amada

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⁠Eu sou o disfarçado, a máscara insuspeita.
Entre o trivial e o vil m[inha] alma insatisfeita
Indescoberta passa, e para eles tem
Um outro aspecto, porque, vendo-o, não a vêem,
Porque adopto o seu gesto, afim que […]
Julga o vil que sou vil, e, porque não me
No meandro interior por onde é vil quem é
Julga-me o inábil na vileza que me vê.
Assim postiço igual dos inferiores meus,
Passo, príncipe oculto, alheio aos próprios véus,
Porque os véus que me impõe a urgência de viver,
São outro modo, e outra (...), e outro ser:
Porque não tenho a veste e a púrpura visível
Como régio meu ser não é aceite ou crível;
Mas como qualquer em meu gesto se trai
Da grandeza nativa que irreprimível sai
Um momento de si e assoma ao meu ser falso,
Isso, porque desmancha a inferioridade a que me alço,
Em vez de grande, surge aos outros inferior.
E aí no que me cerca o desconhecedor
Que me sente diferente e não me pode ver
Superior, julga-me abaixo do seu ser.

Mas eu guardo secreto e indiferente o vulto
Do meu régio futuro, o meu destino oculto
Aos olhos do Presente, o Futuro o escreveu
No Destino Essencial que fez meu ser ser eu.

Por isso indiferente entre os triviais e os vis
Passo, guardado em mim. Os olhares subtis
Apenas decompõem em postiças verdades
O que de mim se vê nas exterioridades.
Os que mais me conhecem ignoram-me de todo.

Fernando Pessoa
LOPES, Teresa R. Pessoa por Conhecer – Textos para um Novo Mapa. Lisboa: Estampa, 1990.
Inserida por jhessicafourny

⁠Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Fernando Pessoa
Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática, 1944.

Nota: Trecho do poema Tabacaria.

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Inserida por andersonmmoliveira

⁠Quando te vi, amei-te já muito antes.
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há coisa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que não o fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro,
E com essas alegrias e esse prazer
Eu viria depois a amar-te.

Fernando Pessoa
Fausto – Tragédia Subjectiva. Lisboa: Presença, 1988.

Nota: Trecho do poema MARIA: Amo como o amor ama.

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Inserida por erika_beato

⁠A gente só faz maldade
Se tiver com intenção
Porque fazer a bondade
Tá na nossa decisão.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa


A vida só tem sentido
Vivida com alegria
Por isto tenho vivido
Sorrindo no dia a dia.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Todos têm obrigação
De ter a honestidade,
Mas isto é decisão
De quem tem capacidade.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Elimine a maldade
Fazendo a boa ação,
Pois fora da caridade
Não haverá salvaçao.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠A vida e um resultado
De diversos elementos
Criado só pelos frutos
Que nos vem dos pensamentos.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Toda impossibilidade
Tem residência acertada
Com certeza está nas mãos
Do ser que não tenta nada.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Pra ter a felicidade
De maneira plenamente
Tem que ter afinidade
Do corpo com a nossa mente.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Vi carro pipa passando
Com água para matar
A sede que é de lascar
Vi muita gente chorando
Eu vi a seca acabando
Com o pasto dos animais
Deixando o povo incapaz
Isto num tempo moderno
No ano que falta inverno
O pobre sofre demais.

Mote: Crispiniano Neto
Glosa: Gélson Pessoa

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Que tem razão de viver
Não se abate facilmente
E é capaz de vencer
Qualquer coisa facilmente.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Um dia tava inspirado
Fazendo verso em veneta
Estava com uma arma
Que peguei numa gaveta
Quando alguém desconfiado,
Perguntou, estás armado?
Respondi, com a caneta!

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠É muita recordação
Que ficará pra história
Gravado em minha memória
Num gesto de gratidão
De pai, de mãe e irmão
E do lugar que vivi
Santo Antônio onde cresci
É razão do meu viver.
EU JAMAIS VOU ESQUECER
DA TERRA ONDE NASCI.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠A grade pode prender
Um homem por um momento
Mas nunca irar deter
Frutos do seu pensamento.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Solidão é o caminho
Pra encontrar nosso eu
E nos mostrar com alinho
O rumo do apogeu.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠A nossa imaginação
Ela é ilimitada
Pode gastar de montão
Que nunca irá faltar nada.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Quando uma escola é aberta
Cria-se nova visão
Uma chave se liberta
Para fechar a prisão.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠Quem conhece o outro ser
É um sábio elevado.
Quem sabe se conhecer
Se torna iluminado.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa

⁠O Natal era pra ser
A festa da cristandade
Mas o que tem na verdade
É disputa de poder
Que só faz favorecer
Ao tal consumo cruel
E o povo inverte o papel
Que é o que mais se tem visto
Ao invés de Jesus Cristo
Adoram Papai Noel.

Santo Antônio do Salto da Onça RN

Inserida por gelsonpessoa