Poesias Faceis do Elias Jose
Um trovão ribomba no universo, risca o céu com fortes relâmpagos, parecendo que a natureza está zangada com as atitudes agressivas dos humanos, que a têm ferido de morte nalgumas zonas do planeta.
Só temos este para vivermos felizes ou não e os seres humanos, não pensam ou não querem pensar ou meditar um pouco, preservando - o, como se fosse o nosso pai ou a nossa mãe que nos deram o ser, e até mesmo os nossos filhos, porque fazemos dele a nossa casa, bem cuidada, que nos serve tanto a nós como aos nossos continuadores.
Mas os humanos não querem saber, desde que de momento se sintam bem, não querendo saber das consequências das agressões que lhe fazem, e por vezes a natureza vinga - se, espalhando as catástrofes, com a sua colaboração mas, ninguém aprende nada com estas lições, o que é preciso é que haja dinheiro para viver ou enriquecer e o resto não interessa. Eles são tão fracos de espírito que, não pensam que estão a cavar prematuramente a sua própria sepultura, onde se enterrarão a eles e o dinheiro fica.
Há - de chegar o momento, em que a natureza seja exterminada e com ela serão também todos os seres vivos existentes, e a Terra será um deserto, como qualquer planeta do Universo sem vida a deambular no espaço como um fantasma. E eu lanço um grito de alerta: humanos, acordem enquanto é tempo que o tempo está a acabar, para que este prognóstico não seja uma realidade futura. É mais cego aquele que não quer ver do que o próprio cego.
A vida humana é o maior tesouro do mundo, o maior milagre da natureza, e por ela devemos lutar sempre, porque não existe mais nenhuma; a natureza apenas dá uma vida a cada um de nós e, por isso, devemos apaixonar – nos por ela, fazer tudo para a salvar e mantê – la sempre no seu rumo certo.
Há momentos na vida que podemos sentirmo –nos perdidos no meio duma tempestade, ou até sentir que o mundo desabou sobre nós e nestas alturas é que se vê quem tem fé, esperança e uma grande determinação, para salvar a nossa amada, a nossa vida. Vale sempre a pena lutar, lutar por ela e dar – lhe sempre o melhor mas, para isso, é preciso muita luta mas, não esqueçamos que é com muita luta que no fim dá gosto de obter as grandes vitórias e a vida sorri de alegria, por chegar ao bom porto, o porto da grande vitória.
As ondas do mar dão lições de vida aos homens que apenas se preocupam com as ondas da guerra, do poder e do dinheiro, que os afogam no sangue que é seu mas, não aprendem as lições de vida dadas pelas ondas do mar que correm para a praia eternamente, para em seguida construírem a paz e a esperança que dão vida à sua vida, mas não aprendem as suas lições.
As ondas não desistem e continuam eternamente a erguer - se para o céu de alvas mãos de espuma que abraçam as nuvens brancas ou pretas que, ecoam as suas preces para as almas do amor, levando mensagens azuis que se confundem com o céu do mundo que as ignoram e os homens continuam a fazer guerra pelo poder e pelo dinheiro.
O tempo nada mais é do que a distância entre as nossas lembranças que passaram pelo futuro, pelo presente e estão no passado e de vez em quando vamos recordando o que fizemos, o que perdemos, o que ganhamos e o que sonhamos e nunca foi feito. As recordações parecem muito mais quando já somos velhos, porque na fase da juventude não pensávamos no tempo, até parecia que nunca mais passava, queríamos crescer rapidamente para passarmos à fase de adultos, mas raramente pensávamos que o tempo vai passando sempre por nós e quando a fase da velhice começava a aparecer é que começávamos a pensar que o tempo passava rápido demais. A juventude é o tempo da ilusão, da força da vida, do brilho nos olhos, da aparência que o espelho nos mostrava fazendo caretas para ele e depois é ele que nos faz caretas.
Por isso mesmo não vale a pena pensar no tempo porque ele nunca pára e todos corremos atrás dele sem nunca o agarrarmos, mas ele é que nos agarra e nos deita fora.
O nosso cérebro é de longe o órgão menos compreendido pela ciência. Para perceber o funcionamento do corpo humano será preciso usar a eletrónica apenas com um pequeno shipe que nos dê constantemente o estado do nosso corpo sem ser preciso fazer análises com tanta frequência. Creio que a ciência irá usar esse sistema para controlar possíveis doenças que nos podem surgir e milhões de dados irão surgir rapidamente do nosso corpo.
Com o tempo os médicos não precisam de fazer tantas intervenções ao corpo, pois através do tal shipe, o corpo receberá a cura, mas o pior é que as bactérias vão acompanhando as transformações dos medicamentos, transformando-se também e resistindo a eles e no futuro quem será o mais forte? Os médicos serão os computadores. Robôs tão pequeninos circularão nas nossas veias e darão todos os dados e até poderão fazer as curas.
A elétrónica superará a biologia e a vida irá prolongar-se no tempo e numa primeira fase poderá chegar aos 200 anos.
Coisas da vida
O antes eu já passei e agora vou passando,
E para trás já não posso nada ter e olhar,
Apenas posso ir pensando e recordar,
Tudo aquilo que já vivi e fui passando.
Para a frente eu não sei o que acontece,
Mas vou usando o meu futuro com posso,
Passa tão rápido, quando digo agora já é logo,
Vivendo é assim que a minha vida envelhece.
Antes eu era tão pequenino, não sabia quem era,
O tempo me foi levando sempre para a frente,
E assim crescendo e aprendendo me fiz gente,
E assim vou passando as minhas primaveras.
O antes já aconteceu e o depois vai acontecer,
Perante os meus olhos o tempo vai passando,
Umas vezes rindo e outras vezes chorando,
Sempre com a minha vontade de viver.
O céu é o meu teto eu nunca lá hei-de chegar,
Ele não tem distância, é longe, é ilimitado,
Mas eu vou pensando e pisando o meu chão,
Sem nunca pisar o meu próprio coração.
Às vezes o que está perto parece-me tão longe,
E o que está tão longe, parece-me tão perto,
A distância às vezes é ilusão que eu espero,
Mas não sei quando vem nem sei de onde.
Nem tudo o que eu penso eu consigo agarrar,
Mas penso que no que eu desejo para mim,
Eu sou assim como sou, eu sou mesmo assim,
A minha mão não chega onde o pensamento chegar.
Antes e depois é o passado e o presente,
Que eu vou vivendo e a minha vida vou levando,
E o meu futuro é o meu presente que vou usando,
Que penso na vida, lutando por contra a corrente.
Tudo vem e tudo passa,
Com tudo o que já vivi,
Mas não foi só para mim,
Sempre com a minha graça,
Mas muita graça não tenho,
Olhos tristes sempre tive,
Mas o meu corpo assim vive,
Desde que nasci pequeno.
Tudo vem e tudo para lá vai,
Tudo passa por aqui e por ali,
Vou aprendendo com o que já li,
E com a educação de maus pais,
Pois sem eles não teria nascido,
Se foi com amor eu não sei,
Mas com tudo o que já pensei,
Assim me sinto válido e vivido.
Tudo vem e tudo passa,
Vem o futuro para o presente,
E o presente para toda a gente,
Cada um com a sua palavra,
E eu vou usando as minhas,
Para mim e para conviver,
Mas eterno sei que não vou ser,
Nestas minhas poucas linhas.
Tenho inteligência para pensar,
E também para algo fazer,
Mas para alguém não vou dizer,
Nem os meus segredos revelar,
E eu vou passando pelo tempo,
E o tempo vai passando por mim,
Para o passado vai o que já vivi,
Para o futuro vou com o meu talento.
Talento que é da minha inteligência,
E da minha própria vontade,
Com ela eu procuro a felicidade,
Com a minha própria ciência,
E assim tudo vem e vai passando,
Ganhando o meu conhecimento,
Aplicando o meu pensamento,
No meu tempo em que vou sonhando
Cada pessoa possui três personalidades: a que exibe, a que tem e a que pensa que tem.
Um temperamento agradável, pode compensar-nos da falta de beleza, mas a beleza não basta para nos indemnizar de um temperamento desagradável, mas há pessoas que parecem como as modas, parecem bem por algum tempo. E sendo a vida uma pedra de amolar: ela nos desgasta ou afia, conforme o metal de que somos feitos.
Tudo aquilo que pensamos e fazemos umas coisas perduram no tempo e outras não, pois o que fazemos de palpável Todos os olhos vêm e aquilo que pensamos se não registarmos perder-se-á para sempre.
A nossa personalidade exibe o que somos pelo que fazemos e nunca se vê pelo que pensamos. A nossa ação vale muito mais que todas as lições que recebemos ou damos, porque aprendemos melhor fazendo do que dizendo, pois as palavras leva-as o vento, como na gíria todos dizemos.
Nada fazemos se antes não pensarmos, são os nossos sonhos que queremos para o nosso sucesso, pois quem não sonha, não fará e quem sonha é como um barco navegando para um lugar onde queremos estar, sonhando, um dia alguém de nós falará e não importa bem ou mal, pois cada um nós vê com os olhos que tem, agora se sabem ver ou não, isso já não sei, mas a mesma coisa não é vista por todos do mesmo modo.
É isto que eu penso e se o que penso, falar nem todos concordarão, pois nas diferenças de pensar e ver, cada um tem a sua opinião, mas ninguém nunca será dono da razão. Entretanto, pela posse da razão, os homens sempre lutaram e morreram e assim há-de continuar para sempre.
A Razão é dada para discernir o bem do mal e com ela tudo se prova e tudo se impugna. Se provar que tenho razão significa reconhecer que posso estar errado, sendo a razão a primeira autoridade; e a autoridade é a última razão, porque impondo a minha posso reconhecer que não a tenho.
Cada pessoa possui três personalidades: a que exibe, a que tem e a que pensa que tem.
Um temperamento agradável, pode compensar-nos da falta de beleza, mas a beleza não basta para nos indemnizar de um temperamento desagradável, mas há pessoas que parecem como as modas, parecem bem por algum tempo. E sendo a vida uma pedra de amolar: ela nos desgasta ou afia, conforme o metal de que somos feitos.
Tudo aquilo que pensamos e fazemos umas coisas perduram no tempo e outras não, pois o que fazemos de palpável Todos os olhos vêm e aquilo que pensamos se não registarmos perder-se-á para sempre.
Hoje não é com muita vontade que me apetece escrever o que me vai na alma, mas sim, apenas por necessidade que me assiste, para não estar de braços cruzados, olhando para o céu, esperando que o tempo passe. Não gosto de estar parado sem fazer nada a não ser quando estou a dormir. Fora do sono, ora escrevo, ora leio, ora pinto, ora escrevo ou faço outra coisa qualquer. Habituei a estar sempre com ocupação, para não ficar a pensar quando tempo me falta para terminar a minha carreira neste mundo dos vivos.
Não gosto de estar assim, embora não faça nada de extraordinário, mas quero fazer o que penso, o que a minha vontade deseja e algumas vezes não quer, mas eu a contrario para não ficar de olhos fechados, à espera que a preguiça tome conta de mim.
Quero viver, gostando de viver, mas não ficar inerte, deixando morrer os meus neurónios, estando sujeito a ficar sem pensamento e isto eu não quero, quero fazer exercícios mentais e físicos para não perder o meu tempo sem fazer nada.
Os meus pensamentos que eu achar que são válidos para mim, não os quero perder, escrevo-os, embora seja só para mim, é a minha distração quando não tenho nada que fazer. Como eu gosto muito de recordar o que já vivi em todos os momentos da minha vida, interrogando-me algumas vezes, se fui eu que escrevi o que recordo.
A alegria de viver tem de continuar, na vida deve-se viver mesmo assim, porque com alegria também recordamos o passado e vamos usando o futuro, caminhando sempre em frente com um grande gosto de viver, vencendo as barreiras que surgem para demonstrarmos o nosso valor.
Mas a nossa vida não é assim tão simples de viver, pois não se vive só para comer e a comida vem do trabalho que é pago pelo que fazemos para outros que precisam de nós e nós precisamos deles. Nesta cadeia de vivência ninguém faz nada sozinho, nem ninguém consegue saber tudo, mas quem pensa que tudo sabe, não é sábio é burro, pois quanto mais se sabe mais há para aprender e eu até troca tudo o que sei por tudo o que ainda não sei. Por isso o saber é infinito, tal como o infinito celeste, quando mais se sabe mais se esquece e quem não dúvidas, nada aprende, por isso eu sou aluno da vida para ir aprendendo até morrer, mas para o outro lado nada levo.
Agora vou escrever um poema que veio da minha cabeça que é diferente desta peça.
Conhecer
Tristezas não pagam dívidas,
Alegra-te meu coração no meu peito,
Eu sei que ninguém é perfeito,
E há frases que nunca são lidas.
Não são lidas soltas ou em livro,
Que têm graça fazem pensar,
Algumas até nos fazem chorar,
Como nos faz um bom amigo.
Um amigo nos diz na frente,
O que nós não queremos ouvir,
E mais tarde nos faz sorrir,
E nos magoa a língua de muita gente.
Esta gente não é amiga nos atraiçoa,
Esta gente nos ataca por trás,
E pela frente mostra-nos a paz,
Esta gente não é gente boa.
Boa gente é aquela que nos faz chorar,
Pela verdade que só nos quer bem,
Pelo amor que esta gente nos tem,
E nós condenamos, a entendemos mal.
Mal é palavra apenas, pela ação conhecemos,
A gente que nos faz rir com tanta graça,
Mas pelas costas nos espeta a faca,
Pelas suas palavras nos embevecemos.
Nos embevecemos por não conhecer,
A falsidade de um falso amigo,
Não percebemos que é um inimigo,
Que nos fez rir na frente sem perceber.
Perceber, às vezes é difícil, nada vemos,
Na mente dos outros não conseguimos entrar,
Na frente nos abraça e nos quer mal,
E só mais tarde é que percebemos.
Na escola o professor abre a porta e o aluno entra sozinho e aquele que nunca se queimou ao sol não sabe o valor da sombra.
Na China costuma dizer-se: estás mal na escola? Para eles não adianta culpar os outros, é responsabilidade do aluno aprofundar-se nos seus ensinamentos.
No idioma original, a frase alude ao budismo; o mestre pode até introduzir os preceitos da religião, mas cabe ao discípulo a prática diária.
Quem faz algo de errado, cedo ou tarde será descoberto. Nunca se deve deixar ficar para trás ou perder. A felina pode ter ficado perneta, mas a curiosidade matou o gato.
Os Estados Unidos da América e a China continuam de vento em popa na inovação da inteligência artificial, mas a Europa com a sua obsessão burocrática em catadupa e de tudo regular e proibir na prática imperial toda a inovação e acabou por ser ultrapassada pelos acontecimentos.
Na corrida à inteligência artificial, toda a gente sabe que a América inventa, a China copia e a Europa regula, vendo apenas o capital.
As mudanças serão tão dramáticas que as questões humanas como as conhecemos chegarão ao fim. Instituições que damos como adquiridas, como os governos, os países e as leis não sobreviverão no seu estado atual. Mesmo a ética será diferente como a superação de valores humanos considerados hoje essenciais, incluindo a santidade da vida humana, a liberdade de escolha, a busca da felicidade.
Pela leitura de um livro que nunca me falta para ler, enriqueci mais o meu conhecimento e a pouco e pouco, vou acumulando, mas nunca saberei tudo, apenas uma ínfima parte que nem se vê a olho desarmado.
Um povo
Grande e orgulhoso pode ser amado,
Resignando-se a ser vencido,
Por qualquer outro povo inimigo,
Mas nunca a ser humilhado.
Pode-se induzir-se um povo.
A defender uma grande causa,
Ela pode ser feita sem uma pausa,
Unidos todos pelo seu todo.
Um povo domina-se mais facilmente,
Excitando as suas paixões,
Do que cuidando dos seus interesses.
Um povo nunca é fraco é valente,
Se tiver um comando mesmo sem galões,
Com a sua força não cai pelos revezes.
Não confies nos confiantes,
Nem confies nos desconfiados,
São poucos todos os cuidados,
As facas são todas cortantes.
Nem confies nos desconfiados,
Por confiar o leão é vencido,
Tem cuidado sempre contigo,
Por confiar somos enganados.
Seríamos melhores sem o receio,
Pela aparência julgamos os outros,
Não confies nos que não são loucos,
Eles andam sempre no teu meio.
Aqueles que são mais desconfiados,
Muitas vezes são os que se enganam,
Por serem assim às vezes se tramam,
Pela aparência somos todos julgados.
A desconfiança põe-nos de sobreaviso,
Mas às vezes o que parece não é,
Os desconfiados dormem de pé,
Mas caem na armadilha do inimigo.
Está ainda por nascer o prudente,
Não há limites para credulidade,
Dos humanos é uma especialidade,
Por vezes se torna imprudente.
Quatro patas bom, duas é ruim,
Com duas patas é um pensador,
Também pode ser enganador,
Fica de olho aberto até ao fim.
Sê mais esperto do que os outros,
Tem cuidado não lhes digas nada,
Se te descuidares a verdade é trocada,
Os espertos também se fazem de loucos
Alma minha que ainda não me deixaste,
Não sei por quanto tempo comigo vais ficar,
Enquanto não partires deixa-me amar,
Se ainda penso é porque ainda não te separaste.
Ò minha alma que tanto amor tenho por ti,
Estás bem guardada na minha cabeça,
Tens os meus sentimentos, sei que me desejas,
Enquanto eu for pensando no que já vivi.
Tu, minha alma és o que eu sou, mais nada sou,
Nasceste comigo há tanto tempo, nunca envelheces,
Não és o que eu penso nem o que pareces,
Não sei o que és, estás comigo, o tempo ainda não me levou,
Mesmo quando eu acabar, aprendi que vais continuar,
Não sei se é verdade ou mentira, nem o que serás depois de mim,
Eu quero acreditar que viverás não estando eu aqui,
Ou se vais para o céu e para sempre irás lá ficar.
Não sei se hei-de acreditar que nasceste comigo,
Tenho dúvidas, não como és, nunca te vi,
Ou és apenas o meu pensamento só para mim,
Desculpa-me pelas minhas dúvidas que eu me empertigo,
Se realmente existes eu gostava de poder conhecer,
Mas eu sei que é impossível, porque não tens corpo,
Dizem que és como a esperança, deixas-me depois de morto,
Não sei se és água, nuvem, mais nada posso saber.
Ò minha alma se existes dentro de mim, posso falar contigo,
Este meu poema eu escrevo para te dedicar,
Pois se és tu que guardas o meu amor, quero acreditar,
Que realmente a mim me pertences e vives comigo,
E se assim for deixa-me ser sempre como eu sou,
Quero seguir o meu caminho sempre acompanhado,
Pela minha companheira que tenho a meu lado,
Eu apenas sei que depois de acabar a terra me tapou.
Um grande império foi criado,
Com homens e caravelas,
Com coragem mastros e velas,
Pelo mar foi tudo navegado,
Descobrindo terras e gentios,
Com fortes marinheiros e doenças,
E dentro das almas suas crenças,
E nas velas o vento soprava aos assobios.
Pelos mares nunca dantes navegados,
Homens corajosos mandados por el-rei,
Foram descobrindo caminhos e greis,
Pelas onda do mar foram encorajados,
Aportando em tantas terras desconhecidas,
Conhecendo riquezas e gentios garbosos,
As caravelas ancoradas em lugares assombrosos,
E também pelas doenças se perderam tantas vidas.
Sendo terras suas onde os gentios habitavam,
Eram feitos escravos e vendidos como alimárias,
Em que às suas crenças eram contrárias,
E para nossas terras em trazidos e trabalhavam,
Como animais e com chicotes obrigados,
A servir o império hesitamos sem saber,
E no império todos trabalhavam até morrer,
E a língua portuguesa os professores ensinavam.
Neste país que se chama Portugal governavam el-reis,
Na época de tempos antanhos virado para o mar,
Foram colonizadas terras longínquas por desbravar,
E a religião deste país era ensinada aos infiéis,
Como eram chamados gentios trazidos de tão longe,
Que eles desconheciam e no mercado eram vendidos,
Que eram mais inimigos do que amigos,
E assim perdiam as esperanças do seu horizonte.
Que grande império pelos navegadores conquistado,
Hoje este lindo pais perdeu tudo e voltou a ser pequeno,
Nesta ponta de terra que só tinha olhos para o mar,
E ao fim de tantos anos de tudo foi espoliado,
E assim de grande império passou a pequena terra,
Tal como era no tempo dos descobrimentos,
E das colónias descobertas com tantos sofrimentos,
Passou a ser um pequeno pais, tal e qual como antes era
Para morrer é preciso estar vivo,
É uma verdade de La Palice,
E eu digo que morrer é uma chatice,
É uma verdade digo eu para comigo.
A primavera vem dançando,
Vem dançando à tua porta,
Sabes dizer o que transporta?
Grinaldas de borboletas voando.
Numa noite de primavera cheia de luar,
A luz que a lua mostra não é dela,
Mas o teu rosto brilha com ela,
O brilho não é dela, é do teu olhar.
Vem o dia brilhante, estás a meu lado,
O nosso amor brilha também,
A primavera dá tudo o que ela tem,
É tão bom, termos assim acordado.
Abençoada primavera perfumada,
Pelas flores que se vão abrindo ao calor,
As borboletas formam coroas de amor,
À volta das flores, a primavera é minha amada.
Nesta primavera aos teus pés me ajoelho,
As borboletas voam, cada uma de sua cor,
Com elas à tua porta sinto o teu amor,
As borboletas pousam no teu cabelo.
Sorriste choraste ao mesmo tempo,
Derramaste lágrimas de felicidade,
Deste-me a tua mão com vaidade,
As borboletas chegam com o vento.
Nesta primavera juntamos o nosso amor,
Desta primavera jamais vamos esquecer,
Com toda a minha vontade e bem-querer,
É para ti esta linda rosa minha flor.
Assim as nossas almas se fundiram,
À nossa volta vem as borboletas a esvoaçar,
Pousando no teu cabelo comprido a saltar,
Desta primavera elas não se esqueceram.