Poesias de Tristeza Pois Perdi meu Avo
Há dores que a gente não consegue explicar.
Até tentamos, dizendo que é como se algo nos puxasse para baixo, ou como se nosso mundo se desmoronasse. Mas existem dores inexplicáveis que só sabe como é quem sente.
Aquela vontade de chorar do nada...
Aquele sufoco na garganta sem estar engolindo coisa alguma...
Aquele vazio dentro do peito...
São apenas sensações, porém causam estragos tanto psicológicas como físicas difíceis de curar.
É horrível!
Queremos gritar sem chamar atenção.
Queremos falar sem ouvinte por perto.
Queremos fugir sem ponto de partida e de chegada.
Mas não fazemos nada, porque ao mesmo tempo em que reconhecemos o que queremos, no mesmo instante não sabemos de mais nada.
Entendeu como é essa dor?
Não? Pois é. Eu disse que era inexplicável.
Meu coração está adoecido
Ele está quebrado, arrasado e triste.
Meu coração dói sempre que percebo que você não está mais aqui.
Nossa geração não tem limites,
O "cancelamento" é cultura
Não ligamos para conselhos,
Estamos sem freios,
Carros desgovernados indo em direção ao abismo, ao fim.
-------------Saudade-----------
A saudade que sinto nunca foi de uma pessoa específica.
Mas sim de momentos bons que essa pessoa a minha vida traria.
Momentos bons, sentimentos bons, que ficam apenas na memória que eu iria relembrar algum dia.
É de madrugada, e eu me pego pensando em voltar no tempo.
17 anos chegaram e eu me encontro tão sem tempo?
Todo tempo é tempo, no tempo que tenho eu tento arranjar um pouco mais de tempo, já que gastei todo meu tempo passando tempo jogando meu tempo ao vento, e agora? Ando tão sem tempo.
Mas ainda tento.
Tento voltar lá naquele tempo em que eu era mais feliz.
Onde o mundo tinha mais cor e não se baseava nesse cinza infeliz.
Talvez eu volte lá naquele ano, em 2010, e acabe não fugindo de casa.
O que mudaria na minha jornada?
Não sei, de fato, meu passado, não quero mudar.
Ele me torna o ser que sou hoje, um disco de vinil, e sem as imperfeições e erros, eu não teria uma música pra tocar.
A vida é composta de ritmos, é uma música, às vezes um rock agitado, outras vezes um jazz bem lento.
E a minha música? Talvez eu tenha cantado ela fora do tempo.
"A meu Deus, essa história de tempo de novo?"
Fui apressado em entender que o tempo é meu maior inimigo.
Que ele levaria tudo que tenho desde a minha idade até meus amigos.
Nunca fui fã do tempo, queria ter envelhecido mais cedo.
Ironia se pensar que hoje, com um pouco mais de maturidade, envelhecer? Tenho medo.
Mas voltando ao assunto, eu queria voltar no tempo.
Não para mudar atitudes ou decisões, mas para voltar a sentir a dor daquele momento.
Hoje eu entendo o que as pessoas que não querem viver sentem. Porque hoje eu só queria morrer.
Não suporto mais tantas pessoas maldosas, tantos julgamentos alheios, tanta gente ruim que te machuca, inventa coisas ao seu respeito. Isso é horrível. Como dói ser caluniada e desrespeitada. Como dói a falta de empatia, a falta de amor e de respeito ao próximo. Eu estou não desistindo, mas estou já adoecendo por causa de uma sociedade machista que só sabe criticar tudo e a todos. Que prega um falso moralismo.
Hoje eu só queria viver em um mundo onde só existisse amor, e muito amor.
Estafa mental, cansaço, tristeza...Hoje eu entendo você que tem vontade de morrer ou de sumir. Hoje eu te entendo e consigo entender a tua dor. Vocês não querem morrer, vocês querem matar a dor na alma... Vocês não querem sumir, querem fugir desse mundo tão ruim em que vivemos.
O sorriso pode não vim da alma, mas ameniza a dor, e nos prova o quanto somos capazes.
Apesar da dor ainda posso doar alegria.
Sorria
Quando o desespero quiser te tocar
Sorria
Quando os problemas parecerem grandes demais
Sorria
Quando o espelho da tua alma refletir tua dor
Sorria
Pois um simples sorriso é capaz de transformar
Tristeza em alegria
Ódio em amor
Dor em força!
Faça a sua parte.
SORRIA
Velha Lágrima
Solidão. Que mágoa na aurora!
Senso ao vento, paira pelos ares
Em suspiros, lágrima que chora
De antigos e buliçosos pesares.
Pulsa uma dor, deveras se sente
É tal tristura que no peito diviso
Versos, que de teu verso ausente
Vazios poéticos do teu doce sorriso.
Ah! Por que tu assim fizesses
Meu eu dum eterno teu escravo
Se outras eram minhas preces
E com o descaso fez conchavo?
Por que então ainda insiste
Nesta trama tão alvoroçada
Como quem ama, assim, triste
E com a alma fria e calada?
Se clamo ao infinito celeste
Por um olhar manso e sensível
Por que é que não me disseste
Palavras ao coração inteligível?
Se terrível, era a dor impiedosa
Me livra desta coroa de espinho
Se bom é ter-te em verso e prosa.
Por que deserto é o nosso ninho?
Porém, melhor a outra figura
De ter a sofreça em segredo
Do que conhecer a tal ventura
E deixá-la ao leu tão cedo...
Assim, então pouco a mim seria
Em pranto a face, de sua partida
Antes os desafetos que nos alivia
Do que fuçar na aberta ferida...
Tem pena de mim! Tem pena
Desta velha lágrima. Caridade!
A paixão não me é tão pequena,
Secará. Pois tanta é a saudade...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Coração no Varal
Meu coração
Está pendurado no quintal
No varal, secando as lágrimas de aflição
Pingando agrura funeral
No sol, na chuva ao relento
Com a emoção amachucada
Frágil ao vento
Rangendo no peito de um jeito cinzento.
Luciano Spagnol
Vidas Secas
Sob as indeléveis pegadas do tempo dorme sonhos abortados;
desejos cruelmente assassinados; paixões incineradas pelo fogo
que já não queima; amores asfixiados pela poeira densa e gris
do tédio, da monotonia, da distância do que está intocavelmente
tão perto.
Vidas secas!
Sob as pegadas do tempo há tantos sorrisos enferrujados;
tantos abraços paralisados pela distância de braços que
nunca conseguiram tocar; tanta delicadeza atrofiada pela
impossibilidade de se manifestar; tanta doçura azeda pelo fel
de palavras amargas; tantas almas amordaçadas por tudo
que tiveram de silenciar.
Vidas Secas!
Ainda assim a esperança semeia possibilidades sobre esse
solo aparentemente estéril, seco, infértil, inóspito, fazendo
brotar lindos canteiros de margaridas brancas, espectro de
delicadas almas que renasceram como beleza do que a morte
não foi capaz de calar.
E ele estava ali
Doce garoto
Sentado em seu balanço
Olhando seu jardim
Refletindo o irrelevante
Pois é assim
Sente o vento em seu rosto
Indo e voltando
Impulsionando o corpo, a vida
Solta gargalhadas cativantes
E sem medo de cair
Salta do balanço
Seus pés tocam o chão como lanças afiadas
Seu sorriso se desfaz
Ensanguentam todo o belo jardim
Manchando de vermelho todo o verde
Pouco a pouco chega a dor
Já não há mais vento suave
Pois é assim
Que somos ensinados
A viver
E toma cuidado, pois, se não conservares essas amizades, será bem difícil conquistares outras semelhantes no futuro; amizades, quero dizer, fora da classe à qual pertences: e assim viverás numa única classe, e o homem que frequenta uma única classe social é como o estudioso que lê apenas um livro.
Não creio que haja coisa pior no mundo do que a leviandade, pois os homens levianos são instrumentos prontos a tomar qualquer partido, por mais infame, perigoso e pernicioso que seja; sendo assim, é melhor fugir deles como se foge do fogo.
A boa sorte dos homens é muitas vezes o maior inimigo que possam ter, pois frequentemente os transforma em seres maus, levianos, insolentes. Porém, é mais difícil para um homem resistir a ela do que às adversidades.
Quase sempre me vi tratado de menino velho, o que me consola, pois creio que é o melhor caminho para chegar a velho menino.
Quando se vê o estilo natural (do escritor), é-se assombrado e arrebatado, pois esperava-se ver um autor e encontra-se um homem.
Não gastes contando com os ganhos futuros, pois muitas vezes eles faltam-te ou são menores do que o esperado.
O sufrágio universal, a mais monstruosa e a mais iníqua das tiranias, pois a força do número é a mais brutal das forças, não tendo ao seu lado nem a audácia, nem o talento.
O trabalho qualificado implica de certo modo um elemento de capital pois a educação e a formação exigem recursos.
Deveria existir uma pitada de diletantismo na crítica. Pois o diletante é um entusiasta que ainda não se acomodou e não está preso aos hábitos.