Poesias de Luis de Camoes Liberdade

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É mais fácil ser-se amante que marido, pela simples razão de que é mais difícil ter espírito todos os dias do que dizer coisas bonitas de quando em quando.

Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.

Os tolos são muitas vezes promovidos a grandes empregos em utilidade e proveito dos velhacos, que melhor os sabem desfrutar.

Os homens, para não desagradarem aos maus de quem se temem, abandonam muitas vezes os bons, a quem respeitam.

Os homens enganam-se miseravelmente quando esperam encontrar a sua felicidade, mais na forma dos seus governos que na reforma dos seus costumes.

Um versificador não considera ninguém digno de ser juiz dos seus versos; se alguém não faz versos, não sabe nada do assunto; se faz, é seu rival.

Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?

Em vão procuramos a verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua fonte dentro de nós mesmos.

Os bons presumem sempre bem dos outros; os maus, pelo contrário, sempre mal; uns e outros dão o que têm.

A democracia é como a tesoura do jardineiro, que decota para igualar; a mediocridade é o seu elemento.

É verdade que, por vezes, os militares, exagerando da impotência relativa da inteligência, descuram servir-se dela.

Se eu conhecesse alguma coisa que fosse útil à minha pátria, mas prejudicial à Europa, ou que fosse útil à Europa, mas prejudicial ao gênero humano, considerá-la-ia um crime.

No mundo, apenas há duas maneiras de subirmos, ou graças à nossa habilidade, ou mediante a imbecilidade dos outros.

A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.

Ambicionando o louvor e admiração dos outros homens, provocamos frequentes vezes a sua inveja e aversão.

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

Somos muitos francos em confessar e condenar os nossos pequenos defeitos, contanto que possamos salvar e deixar passar sem reparo os mais graves e menos defensáveis.

Muito pouco se padece na vida, em comparação do que se goza; aliás, não sendo assim, como se viveria?

Quando moços, contamos tantos amigos quantos conhecidos; porém maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução do nosso testamento.

O homem que diz não ter nascido feliz, podia ao menos vir a sê-lo mediante a felicidade dos amigos e parentes. A inveja priva-o deste ultimo recurso.