Poesias de Luis de Camoes Liberdade
DEFINE A SUA CIDADE
De dous ff se compõe
esta cidade a meu ver,
um furtar, outro foder.
Recopilou-se o direito,
e quem o recopilou com dous ff o explicou
por estar feito e bem feito:
por bem digesto e colheito,
só com dous ff o expõe,
e assim quem os olhos põe
no trato, que aqui se encerra,
há de dizer que esta terra
De dous ff se compõe.
Se de dous ff composta
está a nossa Bahia,
errada a ortografia
a grande dano está posta:
eu quero fazer aposta,
e quero um tostão perder,
que isso a há de perverter,
se o furtar e o foder bem
não são os ff que tem
Esta cidade a meu ver.
Provo a conjetura já
prontamente com um brinco:
Bahia tem letras cinco
que são BAHIA,
logo ninguém me dirá
que dous ff chega a ter
pois nenhum contém sequer,
salvo se em boa verdade
são os ff da cidade
um furtar, outro foder.
SUSSURRO
Se não erro
ao decifrar a voz dos vegetais,
eis que suspira a muda de pau-ferro
no silêncio do ser:
- Eu sei que fui plantada
com música, discurso e tudo mais,
para alguém no futuro, oferecer
sem discurso e sem música o prazer
da derrubada.
Felizmente já faz tempo. Pensei que ia contar com raiva no reviver das coisas, mas errei. Doer se gasta. E raiva também, e até ódio. Aliás também se gasta a alegria, eu já não disse?
[...], nada volta mais, nem sequer as ondas do mar voltam; a água é outra em cada onda, a água da maré alta se embebe na areia onde se filtra, e a outra onda que vem é água nova, caída das nuvens da chuva. E as folhas do ano passado amarelaram, se esfarinharam, viraram terra, e estas folhas de hoje também são novas, feitas de uma seiva nova, chupada do chão molhado por chuvas novas. E os passarinhos são outros também, filhos e netos daqueles que faziam ninho e cantavam no ano passado, e assim também os peixes e os ratos da dispensa, e os pintos... tudo. Sem falar nas moscas, grilos e mosquitos. Tudo.
Por esse mundo de águas, junho, 27
Manu,
Estamos numa paradinha pra cortar canarana da margem pros bois de nossos jantares. Amanhã se chega em Manaus e não sei que mais coisas bonitas enxergarei por este mundo de águas. Porém me conquistar mesmo a ponto de ficar doendo no desejo, só Belém me conquistou assim. Meu único ideal de agora em diante é passar uns meses morando no Grande Hotel de Belém. O direito de sentar naquela terrace em frente das mangueiras tapando o teatro da Paz, sentar sem mais nada, chupitando um sorvete de cupuaçu, de açaí. Você que conhece mundo, conhece coisa milhor do que isso, Manu (...) Belém eu desejo com dor, desejo como se deseja sexualmente, palavra. Não tenho medo de parecer anormal pra você, por isso que conto esta confissão esquisita mas verdadeira que faço de vida sexual e vida em Belém. Quero
Belém como se quer um amor. É inconcebível o amor que Belém despertou em mim...
Um abraço do Mário.
há pessoas que se esqueceram de como é importante criar laços...
Mesmo que se solte uma lágrima de saudade num momento seguinte...
Um laço que nasce , enlaça, abraça, cresce, ama, vive...
Não se desfazem laços quando foram vividos de verdade.
Por vezes soltam-se as pontas mas fica sempre o nó que devemos guardar em nós como um tesouro, apesar da mágoa...
De diferentes laços que criamos todos nos completam , fazendo-nos sentir e ser...
Olhar o céu, ver um sorriso na estrela mais brilhante, é como lembrar uma enchente de maré.
A ligação entre o céu, a terra e o mar.
Quem tem a capacidade de sonhar não foge do real mas complementa-o de uma forma diferente .
Um homem precisa de ouvidos fortes
Para ouvir o que se diz sobre ele,
Quando é julgado com liberdade.
É Páscoa, a Páscoa do Senhor
Não figura, não história
Não sombra, mas a verdadeira
Páscoa do Senhor
Verdadeiramente, ó Jesus
Livrastes-nos da grande ruína
E nos estendestes as paternas mãos.
Quando a solidão doeu em mim
Quando o meu passado não passou por mim
Quando eu não soube compreender a vida
Tu vieste compreender por mim
Quando os meus olhos não podiam ver
Tua mão segura me ajudou a andar
Quando eu não tinha mais amor no peito
Teu amor me ajudou a amar...
Paixão
Um soluço quebrando o pranto que rola pelo rosto, traz consigo a dor de uma saudade indolente. Rasga meu peito, abrem e fecham as correntes que prendem meu coração. Ah, esse amor... essa paixão que alucina, domina, entontece, enlouquece, e quanto mais penso que adormece, mais ela retorna, fortalecida, rodeada por uma chama ardente, incandescente, flamejante. E em meio a madrugada, quando tudo é silêncio, vem você na minha mente para fazer sofrer meu coração. Ah, mas a paixão... apesar de dolorosa essa ferida... não poderia viver sem ela.
ENTRE O SER E AS COISAS
Onda e amor, onde amor, ando indagando
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso, nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
Às almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago brando
o que é de natureza corrosiva.
Nágua e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que punge e que é, pungindo,
uma fogueira a arder no dia findo.
No dia de hoje, pelo menos, coloca beleza nos teus olhos, a fim de fitares a vida com lentes mais claras.
Enfrenta o dia novo, disposto a vencer e conquistando o espaço bom que te está reservado no mundo.
Um plano genial
Joaquim Rebolão estava desempregado e lutava com grandes dificuldades para se manter. A sua situação ainda mais se agravava pelo fato de ter que dar assistência a um filho, rapaz inexperiente que também estava no desvio.
Joaquim Rebolão, porém, defendia-se como um autêntico leão da Núbia, neste deserto de homens e idéias.
O seu cérebro, torturado pela miséria, era fértil e brilhante, engendrando planos verdadeiramente geniais, graça; aos quais sempre se saía galhardamente das aperturas diárias com que o destino cruel o torturava.
Naquele dia, o seu grude já estava garantido. Recebera convite para um banquete de cerimônia, em homenagem a um alto figurão que estava necessitando de claque. Mas o nosso herói não estava satisfeito, porque não conseguira um convite para o filho.
À hora marcada, porém, Rebolão, acompanhado do rapaz, dirige-se para o salão, onde se celebraria a cerimônia. Antes de penetrar no recinto, diz a seu filho faminto:
— Fica firme aqui na porta um momento, porque preciso dar um jeito a fim de que tu também tomes parte no festim. Já estavam todos os convidados sentados nos respectivos lugares, na grande mesa em forma de ferradura, quando, ao começar o bródio, Rebolão se levanta .e exclama:
— Senhores, em vista da ausência do Sr. Vigário nesta festa, tomo a liberdade de benzer a mesa. Em nome do Padre e do Espírito Santo!
— E o filho? — perguntou-lhe um dos convivas.
— Está na porta — responde prontamente. E, voltando-se para o rapaz, ordena, autoritário e enérgico:
— Entra de uma vez, menino! Não vês que estes senhores te estão chamando?
(1955)
Extraído do livro “Máximas e Mínimas do Barão de Itararé”, Editora Record – Rio de Janeiro, 1985, pág. 40, organização de Afonso Félix de Souza.
O único orgulho
O único orgulho é o de conhecer Jesus Cristo, o único orgulho é de se orgulhar da obra feita na Cruz do calvário, o único orgulho é de ter a glória garantida no final da vida ao seguir o mestre aos trancos e barrancos, o único orgulho é saber que ele nos amou e se entregou apaixonadamente pelo sacrifício de Cruz, e sem palpitar, e sem falar, como um cordeiro entregue aos seus tosquiadores, fez a obra de salvação eterna, ao Rei Jesus toda honra e toda Glória.
Poesias Líricas ao Rei Jesus
Sonhar
Sonhar é projetar-se através de si próprio,
sair pela tangente por escolha,
poder visualizar inúmeros caminhos,
lícitos ou não.
É ser, ideia, pensamento, mãos, arco, fecha e destino,
ter um alvo a perseguir; Liberdade e Paz.
Sonhar é não impor-se limites,
sejam quais forem.
Sonhar é fazer o possível,
quando sob comando da tua vontade.
Sonhar é poder transmutar o passado,
é vivenciar o futuro no presente.
É ter o que se quer por lucidez,
é despertar dentro de si a totalidade.
É caminhar desperto e nu,
Para sonhar não é imprescindível
haver passado, o presente já o é.
Para sonhar não precisa fazer parte, é preciso ser,
Não é preciso pertencer a grupos organizados ou não,
não é preciso pertencer a partidos,
nem a seguimentos dogmáticos.
É preciso pertencer a ti mesmo.
É preciso confiar.
Sem confiança não há vida, apenas vai e vem,
sonhar é viver em plenitude.
Sonhar não é destinar a mente
ao que parece ser realidade,
mas sim tornar realidade,
o produto de tua mente,
ainda que pareça irreal e contrário.
Sonhar não requer tempo nem lugar, somente despertar.
Ela - Te amo, e nunca mais ei-de me separar de ti, só contigo me sinto viva, tu me fazes notar a minha existencia neste mundo.
Ele - (Rss) sinto mesmo que tu, também nunca quero me separar de você, já não consigo imaginar eu sem você, não faz sentido a minha vida sem ter você comigo.
Ela - Te amo, amor da minha vida.
Ele - Também amo muito você, minha vida.
Horas depois
Ela - Olha desculpa amor, pensando melhor não posso viver contigo, tenho de ir embora.
Ele - Mas.. Porquê ? Então onde foram as nossas palavras e promessas de amor ?
Ela - Não sei, peço desculpas mas acho que fiz confusão. Tenho de ir adeus,!!
Ele - Não vá por favor
Ela - Deixa- me ir embora.
Ele - Tudo bem podes ir.
Ao meio do caminho regressa, chega para mim chorando e questiona-o
— Notei o quanto é tão falso o teu amor, parece que te sentes melhor sem mim, porquê você deixou-me ir ?
Ele - Pois antes de amar você, já amava a liberdade, e uma união sem liberdade, não é amor, e nem fará a força, porque torna-se doentil. O amor é liberdade, quem verdadeiramente ama deixa liberta a sua pariceira da-lhe a liberdade de escolha para o seu proprio bem, "quem ama preocupa-se com quem ama" e procura possiblidades para que as lágrimas não pousam no rosto de quem ama, faz tudo para pôr risos nos seus lábios.
Quem ama procura fazer feliz o seu pariceiro, e sem liberdade nunca reinará felicidade .
E se achas que isto foi uma prova de amor que você fez para mim, eu te garanto que este é umas das
grande provas do meu amor por ti, dando-te a liberdade.
Portanto sejem libertos e dêm
liberdade
ETÉREA BORBOLETA
Eu exalava poesias
Ela nem aprendera a ler
Fui insistindo em prosas
Floreava poemas,
Declamava flores e mares.
E ela, nada.
Naveguei pensamentos e frases
Mergulhei romances e sobrevoei contos.
Ela disse não gostar de histórias e partiu,
Batendo suas lindas asas.
Foi a mais bela e colorida
Borboleta que eu jamais vira.
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Pessoas queridas, a todos que gostam dos meus pensamentos e poesias... Graças aos meus leitores e ao Pensador...nasceuuu gente:
Histórias De Liquidificador
A ideia do livro surgiu graças aos meus pais, pois eles sabiam que eu tinha muitos gêneros escritos e espalhados no meu computador, uma verdadeira miscelânea de pensamentos, poemas e crônicas.
No início achei uma ideia ousada, porém com o passar do tempo, do conteúdo e da vontade de escrever acabei me encantando por ela e assim nasceu “Histórias De Liquidificador”.
São 103 pensamentos, 47 poemas e 23 crônicas... todos reunidos, com carinho, num mesmo “liquidificador” gerando uma super vitamina de textos, no qual eu espero que nutram os leitores com belos momentos de leitura.
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Obrigada!!!
DE CORPO E ALMA
letra: Marilda dos Santos
Noite de lua
Noite sozinha
Nas paredes do meu quarto
Fico a imaginar:
Sei que estás longe
Que em breve vais voltar
De corpo e alma pra me amar
De amores intrigantes
De passados distantes
Vênus e Marte sempre serão grandes amantes
Não me condene
Pelo meu mundo sem ação
O que importa
Se estou presa a este mundo?
Se é nesse mundo
Que eu sei te amar loucamente!
Quando te critico
Por fazer o que vem na cabeça
Não é por mau
E sim um modo de te proteger
E também medo de te perder
(28 Dez 1993)
Marilda dos Santos
VAGANTE
Renato Nova
Me sinto vagando sem rumo
Olhos ausentes não vêem o caminho
Sigo perdido sem destino
Não encontro meu horizonte
Sem abrigo nesta tempestade
O frio da noite no coração
Andando às cegas sem direção
Na garganta um grito sufocante
Não há estrelas no céu
Em tudo ao redor reina o vazio
Neste caminho soturno e sombrio
Sua imagem cada vez mais distante.
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
– 30 de junho de 2006 -
Renato Nova
PÓS-ATO
Qual a conseqüência do beijo?
Algo imensurável,
Plausível,
Desejável?
Toque de dois sentimentos,
Sutil,
Entrelaçado,
Que se algemam em paixão
mutua,
Constante,
irreparável.
Singultos ritmados,
Arrepios frementes.
Afagos,
Desabafos.
Nada disso,
Apenas bocas entorpecidas
Num cândido frenesi...
JRicardo de Matos Pereira
