Poesia sobre Educação
A educação oriunda dos atos é mais significativa do que a promulgada pelos discursos, pois enquanto a primeira constroi a segunda apenas diz como contruir.
Quando se idealiza uma educação mediadora na construção de futuros homens críticos e conscientes do seu papel social, capazes de transformarem a realidade em que vive, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, a escola assume a árdua tarefa de criar todas as condições favoráveis para que esse propósito seja obtido, entretanto, não temos constatado, ao longo da história de nosso país, algo pelo menos parecido.
Quando penso em educação não posso abster da realidade em que a mesma está inserida, muito menos seus agentes, pois os resultados de todo o processo de ensino e aprendizagem, dependem diretamente da forma como a mesma foi idealizada em seus propósitos.
O protagonismo na educação não está no resultado de uma avaliação, mas na oportunidade que o aluno pode encontrar para construir o seu saber.
Quando a escola transformou o aluno em cliente e a educação em mercadoria, perdemos a capacidade de construir cidadãos críticos, capazes de enxergar o que as palavras não expõem de forma explícita.
Estipulação de metas, busca por excelência, tendo como o fim nela mesma, não é educação, mas corporativismo no sistema educacional.
Não há educação enquanto o educar para os sistemas de ensino for visto como o caminho que as administrações diretas utilizam para propagar a excelência de suas ações.
Numa educação movida por metas, o verdadeiro professor é um colaborador, dentro do sistema, que se frusta por se ver cobrado para apresentar um modelo de ensino que ele repudia, por não se identificar com a ideologia educacional de fabricar resultados.
Quem enxerga a excelência na educação olhando para os resultados, obtidos pelos alunos, em avaliações externas, não consegue ver que em uma única sala de aula, exite uma enorme diversidade e ignora a forma particular que cada um possui no processo de aprendizagem.
O avaliar no contexto de uma educação que se norteia por resultados de avaliações externas, se reduz a mera quantifição que ignora o que os avaliados, com baixo desempenho, possam ter de qualidades.
Enquanto os sistemas de educação entenderem como excelência os resultados positivos obtidos em avaliações externas, as escolas continuarão se perpetuando como um espaço de contradições.
Quando tratam a educação como meio populista de um governo, não obtemos, dos atos de seus agentes, aprendizagem, e sim, respostas de estratégias que focam os esforços em produzir números satisfatórios.
A educação que vislumbra a excelência como o foco de suas ações, não consegue mediar a construção de uma sociedades mais justa, igualitária e consciente. O máximo que essa excelência consegue...é construir uma massa de colaboradores dirigíveis e aptos ao sistema que a estruturou.
A educação que busca a excelência no ensino por meio de um trabalho focado no resultado do processo avaliativo, não alcança algo diferente de condicionamento educacional.
A educação com excelência é aquela que além de intruir, educa para a vida, portanto, a sua eficiência não está em resultados aferidos em avaliações externas, mas nas ações de seus discípulos na escola e fora dela.
Não há educação eficiente quando o foco é a aferição de resultados, pois o aprender não é um processo padronizado para ser aferido de forma padrão.
Quando falamos em educação e focamos na excelência, ignoramos a falibilidade de todo processo educativo, que está na incapacidade de ser unânime na obtenção seus propósitos, considerando a diversidade que constitui a realidade que o envolve.
A educação que concentra suas ações na conquista da excelência imposta, deixa ser de educação e se transforma em instrução.
Educação transformadora é aquela que traz, em sua essência, uma mentalidade relativizadora e atuante.
A educação verdadeiramente significativa não é, necessariamente, a que apresenta resultados, mas aquela que a escola fica na memória do aluno, porque a primeira apenas enquadra.
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