Poesia Felicidade Drummond

"⁠Uns vão sem ao menos uma despedida
Outros ficarão até a hora de minha partida.
Ó Deus, que os bons permaneçam
E os ruins, ah, esses me esqueçam!"

⁠"Quero ser livre como
Uma gaivota que voa no céu
Almejo uma vida
Doce como o mel.
Me libertarei das algemas
Que prendem minha alma
Eu não aceito nenhum trauma."

⁠"Você pode ser triste ou feliz
Depende de como você se sente
Você pode ter muito ou pouco
Depende de quanto você valoriza".

"⁠Amor que não vem
Amor que não se tem
Meu coração desacelera
Por tanto tempo de espera".

⁠"Quando é amor a gente sente
Porque o coração não mente
Amor, amor
Venha, por favor..."

⁠"É aquele o seu amigo
Que sempre está contigo
Enquanto os humanos lhe dizem
O que você não admite ouvir
O animal vai tirar a dor de ti."

⁠"Eu só vou postergar
E com os animais conversar
Porque tem tanto humano petulante
Com aquele ar de arrogante."

⁠"O ato de dissertar é
Uma grande valentia
Seu poder sob o povo
É como o de uma artilharia".

"⁠A dádiva de registrar
É proveniente do Soberano
Um mundo repleto de livros:
Esse era Seu plano."

"⁠O professor é o “chato”
Que só sabe falar?
Quero ver quem vai te ajudar
A passar no vestibular!"

⁠"Quando vejo gringos me apavoro
Me apavoro porque estou presa no Brasil
Mesmo que seja a terra dos encantos mil".

"⁠Ora me alegra com fervor,
Ora me enche de pavor,
Ai como ele trama
Faz ver-me horrenda como lama."

"⁠Mas acende uma fagulha
De esperança em seu coração,
Que diz que os anjos
Planejam uma solução."

⁠"Muitos não prosseguem
Sempre fica uma cicatriz
A princípio nada conseguem,
Na jornada pra ser feliz."

⁠"Todos temos uma criança dentro de nós
Ela nunca morreu
Aquela baixa voz.
Porém, você a esqueceu..."

"⁠Nos momentos de enfermidade
Mal fico de pé
Bate uma saudade
De quando eu era
Mais forte que uma maré."

"⁠É esse teu ego,
Mas tenho convicção:
Hoje seu amor é cego,
Mas amanhã me pedirás perdão."

⁠"Para mim não há mais Sol
Vou tentar esquecer
Sinto-me como um peixe preso no anzol.
Que o melhor venha suceder!"

⁠INTANGÍVEL

Guardei-te na gaveta das coisas novas,
arrumadas, qual gaivota que sobrevoa
a praia, antes de fechar a porta da tarde.
Guardei as razões que me deste
para te eleger. O teu gracejar constante
e aquele sorriso de inspirar poetas.
É tarde. A vitrola acusa cansaço
e os versos repetem-se na folha vazia.
Rendo-me à alegria de te sonhar
tão azul e tão presente como antes.
Sempre te soube interdito e breve.
Tão intangível, que magoa.

ALVORADA


Alvorece
as gaivotas acordam a cidade
os sinos cantam ao desafio
com os sonhos interrompidos
a maré lambisca a margem
os raios de sol diluem a bruma
e os meus lábios fogosos
engomam as rugas do teu corpo
com a mesma devoção
com que a natureza regenera. ⁠