Poesia Felicidade Drummond
O cerrado é plano
O cerrado é plano e some
no horizonte do nosso olhar
Cada torto galho envergado
desenha a arte de se imaginar
O teu céu tem mais estrelas
que qualquer um outro lugar
A diversidade vive pelo chão
enleando sabores, belo florar
Na imensidão do árido cerrado
tem espanto, encanto, e poetar
Luciano Spagnol
Maio de 2016
Cerrado goiano
O cerrado é plano e some
no horizonte do nosso olhar
Cada torto galho envergado
desenha a arte de se imaginar
Desfaçatez
Ao me ver sorrindo, não imagina que estou chorando
Pois minha alma vai fingindo este porquanto
Das lágrimas de um árido coração em pranto
Se todas as dores dos amores querem lamentar
No meu peito,
que seja em breves sussurros pra aliviar
Pois sofrer sem querer aos outros mostrar,
é o mesmo que ter soluços e se calar
Quem me vê sorrindo, pensa que eu não possa estar chorando...
Uns sabem na solidão do amor viver, outros choram amando
Com ou sem pranto... Eu prefiro ser brando.
Luciano Spagnol
24 de maio de 2016
Cerrado goiano
Adeus ao cerrado
Oxalá
Que eu volte então
Para o poetar de lá
E assim na retribuição
Só saudade sinta de cá
Oxalá
Que de lá eu só despeça
Em breves idas ali e acolá
E então volte bem depressa
Sem ter que servir de escala
Uma coisa é certa, a gratidão
O cerrado foi recompensa
E um bem ao meu coração
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
Até depois se Deus assim permitir
Eu vou, pois lá é o meu lugar
Oh, cerrado! Devo ir
Te gosto mas pra beira mar vou voltar
O fado é quem determinou
Despeço de ti com gratidão
Se vim agora vou
Pois o meu poetar aqui sente solidão
Pode até ser
Que vá saber
Do teu amor
O dia que for
Que foi impar
No meu amar
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
Há uma saudade em cada despedida
A dor no peito vozeia por está partida
Lágrimas mudas viram cinza e nada
A lembrança passa a ser uma porrada...
Se é pra danar, perde-se para encontrar,
pois encontra-se para novamente amar...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
O amor é abochornado como o cerrado
escabroso, é chama no peito enfado
flexuoso, um perpassar aos enamorados.
Devaneio apurado, árido, sequidão aos lábios molhados
Aos corações, sulcados...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Palavras ainda presentes
Madrugadas sem estimas
Tantas vezes choradas
Na solidão das lágrimas
No leito ficaram caladas
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
É noite no cerrado
Cai a noite no cerrado
E o silêncio floresce
Estrelas lado a lado
Da lua que se oferece
Junto vem a melancolia
Inundando o imaginário
De sonolenta monotonia
No poetar de um solitário
Já não se ouve a vereda
Comigo o breu algemado
O sono na inação enreda
Na noite que cai no cerrado
Luciano Spagnol
Fim de maio, 2016
Cerrado goiano
Regue todos os dias
a relva da diversidade.
E nunca se esqueça do
replantio da solidariedade...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Assim como a reticência
é indefinição numa frase,
e a vírgula muda o sentido.
Coloque ponto final na história.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Cada qual trilha o tempo
no tempo e intento que lhe prover.
Escolhas, um direito à vida,
de um qualquer.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Quem não rega o seu jardim interior
e não planta o seu canteiro com flor
emurchecido estará o lado amador...
Pois, todo afeto tem um jardim, e todo
jardim um cultivador poetando amor.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Não abra mão das coisas que a emoção lhe dá. Pois quem julga, foi breve ao amar. Opte sempre por ser extenso como o mar.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Não tenha dúvida
Cerque-se de amor
Sane suas feridas
Respeite a dor...
Na corrida da vida
há sempre novas partidas.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Amar
não é atar ao outro
pra no outro se completar
E sim, se doar ao outro
pra juntos se completarem
ir além um doutro...
E assim, bem se darem!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Cálice
A vida não tem ponteiro
marcando as horas,
nem letreiro.
É tudo num improviso
o desfiar das auroras,
sem aviso.
Então, empunhe seu cálice
beba sem qualquer demora
(os amores, flores, as dores)
pois na hora, breve é a velhice
Luciano Spagnol
Junho, 2016
Cerrado goiano
Oxalá
Oxalá
Que a saudade assim despeça
Aqui belas bandas do Goiás
Que ela nunca mais me peça
Noites solitárias, choro, aliás
Que a harmonia ela não impeça
Oxalá
Que a dor no peito que faz sofrer
Vá junto nos seus braços embora
Leve consigo o aperto que tender
Já é chegada está tão tardia hora
E deixe somente o prazer florecer
Pois mais vale carinho e sobriedade
Inundando a alma de um doce prover
Do que amargar a danada da saudade
Evocando uma ausência no nosso viver
E assim, novamente,
presença na poesia ter...
Luciano Spagnol
Junho, 2016
Cerrado goiano
Morrer,
Não é só ausentar da vida
Tornar-se lembrança parida
Morrer,
É ir além (literalmente)
Ser e não ser um alguém
É também, nascer recorrente
para um espírito refém
dos Céus, se foi benevolente.
Amém!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
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