Poesia de Mae para meu Filho Homem
Quando a minha mãe morreu
Quando o meu pai não me reconheceu
Quando o meu estômago de fome doeu
Quando a rua me abraçou
Quando as grades me cercaram
Quando a droga me conquistou
Quando o meu amor me deixou.
Só me restou, lápis e papel
O rap e Deus!
Meu primeiro tesouro foi minha mãe.
Meu primeiro pirata foi meu pai.
Depois disso, nunca mais encontrei
meu mapa
55. Disse Jesus: Quem não odiar seu pai e sua mãe não pode ser meu discípulo. Quem não odiar seus irmãos e suas irmãs não é digno de mim. (*)
(*) odiar = amar menos
Minha mãe se chamava Maria
meu pai, José
e me batizaram Joaquim
Tenho mais pecadosque o pecado original
e o maior dos meus pecados
foi não ter amado a mulher que amo
ainda nem que fosse
um pouco mais cedo
DESPEDIDA DE MÃE BABÍLA
Mãe. Mãe?. Eu não vou mais te vê?. Como?. Se você esteve sempre ao meu lado todos esses anos. Entendo a Sra. foi se encontrar com o papai. Então vou esperar a Sra. e o papai me chamarem assim ficaremos todos juntos. Descanse um pouco...logo nos encontraremos. Há, mãe eu quero ficar ao seu lado e do papai. A Sra. se foi ontem e não me avisou fiquei muito triste...mas recebi seu bilhete me avisando que o papai veio lhe receber e não deu tempo pra mim avisar, quando ficarmos juntos quero receber muito o carinho de vocês, até breve.
Deus Pai que abençoou a virgem Maria como a santa mãe
do meu Pastor.*
*[Lucas 1 : 28] "Entrando, o anjo disse-lhe: 'Ave, cheia de graça, o
Senhor é contigo'."
ALTARES
Anos vão.
Construi e tenho no meu quarto
Numa cómoda velha de minha mãe,
Um santuário,
Tipo berçário,
Que acolhe alguns santos
Do reino que Deus tem.
Uns mais que outros, sacrossantos,
Para mim.
E assim,
Talvez pela memória
Feita só estória
De querer afastar medos e quebrantos
Em simples peças de barro,
Já em padecimentos de sarro.
E cada vez mais eu reparo
Que neste mundo às avessas,
A quem faltar fé ou faro
Baterá em portas travessas.
Ravessas, elas só se abrirão
Por senha ou pela beatice,
Sempre esta minha tolice
De não aceitar sermão.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-03-2023)
"MINHA VIDA longe de você meu filho MORÔNI, sempre foi acompanhada de muita SOLIDÃO pelo fato de não estar presente em sua vida, sei que perdi os melhores momentos em que eu poderia ter desfrutado em minha própria vida."
"Talvez esse seja o maior remorso que carregarei em meu tumulo."
Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
-Tu as eu tort. Tu auras de la peine. J'aurai l'air d'être mort et ce ne sera pas vrai...
Moi je me taisais.
-Tu comprends. C'est trop loin. Je ne peux pas emporter ce corps-là. C'est trop lourd.
Moi je me taisais.
-Mais ce sera comme une vieille écorce abandonnée. Ce n'est pas triste les vieilles
écorces...
Entre pernas, passos e tropeços a gente vai deixando algumas coisas pelo caminho e encontrando outras... O que não pode é se subtrair. O processo tem que ser de acréscimo, sempre. Nada é tão definitivo assim e a gente nunca É, a gente ESTÁ...
Sempre digo que quem se aprofunda nas coisas, quem mergulha, sabe exatamente o gosto que tem o alimento cru porque não se contenta com o que está pronto, posto sobre a mesa. A gente vai experimentando aqui e acolá, vai sentindo o ritmo, o tempo, tendo cuidado com algumas coisas e desrespeitando as placas de aviso de perigo de outras. A gente cai, levanta, chora, celebra. A gente vive. A gente se conhece através das reações dos outros a nós mesmos. A gente se trabalha ou estagna, regride ou evolui. A escolha é sempre nossa. Tal como as consequências. A gente resolve se entregar quando é tarde pra descobrir que pra respeitar o nosso próprio tempo, é preciso lembrar e ter o mesmo respeito pelo tempo do outro. E que muitas vezes, pra ser honesto, é preciso se correr um risco o qual não queremos. Mas a gente corre. Que o medo não tenha tanto poder sobre nós... E que não fiquemos condicionados por experiências anteriores - há sempre uma oportunidade de surpresa, mas teremos que estar abertos a isso. Nada é tão definitivo.
Jamais essa mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela há-de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas.
Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo, também é sentido das pedras.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
Da sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada.
[O Pequeno Principe cáp. IV]
Quando as cinzas da quarta
Se tornarem brancas
Quando as notas das falas
Se tornarem brandas
Eu deixarei que minha voz descanse
Sobre o acorde do silêncio
Mas enquanto as armas estiverem prontas
E os olhares altivos revelarem afrontas
Eu colocarei a minha voz
Sobre o acorde da coragem
E cantarei o sonho de extinguir a guerra
Romper as cercas, libertar a terra
Despejar no mundo cores de aquarela
Preparando a vida pra outra primavera
E cantarei o sonho de colher milagres
E ver romper da terra inúmeros altares
Pra derramar no mundo cores de eucaristia
Que semeia a noite para florescer o dia
Quando a fome dos pobres for só de beleza
Quando a chama da paz já estiver acesa
Eu deixarei que minha voz descanse
Sobre o acorde do silêncio
Mas enquanto as retas estiverem tortas
E a morte insistir em manchar as portas
Eu colocarei a minha voz
Sobre o acorde da coragem
Todo mundo fica para baixo de vez em quando. Desanimar é próprio do ser humano, porque ninguém é de ferro nem pode ser forte toda vida. A fragilidade faz parte do crescimento, ajuda a gente a se fortalecer.
Mas desanimar não é desistir. Como uma onda que passa, o desânimo pode deixar uma devastação, mas sempre é tempo de se reconstruir. É a lei do progresso. Quando você se sente para baixo, pensando em desistir, algo na sua vida acontece que lhe dá uma mexida. É Deus falando com você, lembrando que tudo tem solução. Pode parecer que não, mas nada é definitivo, nem a morte, que é só um estágio de transição. Tudo pode ser refeito, desfeito e perfeito, porque a perfeição depende das suas expectativas.
Permita-se aceitar que você pode desistir. Isso dá um conforto danado na gente, porque retira de nossos ombros aquela cobrança que a sociedade impõe de que temos que ser persistentes. Você pode desistir, se quiser. Só não desista da vida, porque, sem essa, não dá para se fazer mais nada. A vida é nosso repositório de experiências. Sem elas, não avançamos.
Jogue tudo para o alto, mas lembre-se de que tudo o que sobe há também de descer. Quando isso acontecer, deixe cair o que não lhe serve mais e agarre o que lhe pertence. Você vai ver que isso não é desistir, mas usar a inteligência para se libertar do que pesa na alma para depois prosseguir com confiança, serenidade e, aí sim, persistência.
Menino chorando na noite
Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora.
O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas.
E no entanto se ouve até o rumo da gota de remédio caindo na colher.
Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora, em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.
E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas).
E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.
Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Nota: Trecho de poema presente no livro "Poesias de Álvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos).
...MaisTudo é expressão.
Neste momento, não importa o que eu te diga
Voa de mim como uma incontenção de alma ou como um afago.
Minhas tristezas, minhas alegrias
Meus desejos são teus, toma, leva-os contigo!
És branca, muito branca
E eu sou quase eterno para o teu carinho.
Não quero dizer nem que te adoro
Nem que tanto me esqueço de ti
Quero dizer-te em outras palavras todos os votos de amor jamais sonhados
Alóvena, ebaente
Puríssima, feita para morrer...
(...) e aí estás tu privado de Deus. E recusado. Vejo-te sentado no portal, tendo atrás de ti a porta da tua casa fechada, totalmente separado do mundo, que não passa do somatório de objectos vazios. Porque tu não comunicas com os objectos, mas com os laços que os ligam.
Como é que havias de subir até aí, quando te desprendes disso com tanta facilidade?
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