Poesia Agua de Mario Quintana
Água
Derrame
Extravase
Leve
Água
Escorra
Deslize
Limpe
Água
Deságua
Leva
Limpa
Águas
Límpidas
Renovam
Vidas
Como eu não possuo
Olho em volta de mim. Todos possuem ---
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço.
Roça por mim, em longe, a teoria
Dos espasmos golfados ruivamente;
São êxtases da cor que eu fremiria,
Mas a minhalma pára e não os sente!
Quero sentir. Não sei... perco-me todo...
Não posso afeiçoar-me nem ser eu:
Falta-me egoísmo para ascender ao céu,
Falta-me unção pra me afundar no lodo.
Não sou amigo de ninguém. Pra o ser
Forçoso me era antes possuir
Quem eu estimasse --- ou homem ou mulher,
E eu não logro nunca possuir!...
Castrado de alma e sem saber fixar-me,
Tarde a tarde na minha dor me afundo...
Serei um emigrado doutro mundo
Que nem na minha dor posso encontrar-me?...
Como eu desejo a que ali vai na rua,
Tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
Bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...
Desejo errado... Se a tivera um dia,
Toda sem véus, a carne estilizada
Sob o meu corpo arfando transbordada,
Nem mesmo assim --- ó ânsia! --- eu a teria...
Eu vibraria só agonizante
Sobre o seu corpo de êxtases doirados,
Se fosse aqueles seios transtornados,
Se fosse aquele sexo aglutinante...
De embate ao meu amor todo me ruo,
E vejo-me em destroço até vencendo:
É que eu teria só, sentindo e sendo
Aquilo que estrebucho e não possuo.
Por esse mundo de águas, junho, 27
Manu,
Estamos numa paradinha pra cortar canarana da margem pros bois de nossos jantares. Amanhã se chega em Manaus e não sei que mais coisas bonitas enxergarei por este mundo de águas. Porém me conquistar mesmo a ponto de ficar doendo no desejo, só Belém me conquistou assim. Meu único ideal de agora em diante é passar uns meses morando no Grande Hotel de Belém. O direito de sentar naquela terrace em frente das mangueiras tapando o teatro da Paz, sentar sem mais nada, chupitando um sorvete de cupuaçu, de açaí. Você que conhece mundo, conhece coisa milhor do que isso, Manu (...) Belém eu desejo com dor, desejo como se deseja sexualmente, palavra. Não tenho medo de parecer anormal pra você, por isso que conto esta confissão esquisita mas verdadeira que faço de vida sexual e vida em Belém. Quero
Belém como se quer um amor. É inconcebível o amor que Belém despertou em mim...
Um abraço do Mário.
QUEM CHEGA PRIMEIRO BEBE A ÁGUA LIMPA
Cercados por um mar de lama, duas tribos decidiram fazer uma expedição para ir em busca de água limpa para consumo.
A primeira tribo resolveu planejar tudo dentro dos mais rigorosos critérios científicos e administrativos. Desde o material a ser utilizado na embarcação, até o preparo dos marinheiros, e a organização da equipe, tudo, absolutamente tudo foi discutido por meses a fio antes de executarem tão importante expedição.
Mas quando tudo estava pronto, deram-se conta que a segunda equipe, com muito menos preparo intelectual e com muito menos estrutura, já retornava da expedição com toda a água potável usando meras jangadas improvisadas, e a água que restou do outro lado agora também já estava suja.
Moral da história?
Com todo o seu planejamento, evidentemente que a primeira tribo conseguiu fazer uma embarcação ideal, com equipe treinada e tudo organizado para obter o melhor resultado.
Mas a segunda equipe chegou primeiro, e quem chega primeiro bebe a água limpa.
A areia não é líquida, por isso por mais que à molhemos ela tornará a secar.
A água, por sua vez, não é sólida, então ainda que a tornemos gelo sólido,
ela derreterá e água novamente se tornará.
Algumas pessoas são como a água, outras como a areia,
por isto convém aceitar que cada um percebe a vida conforme sua natureza,
sua capacidade, e seu entendimento.
Inverno (Walmir Rocha Palma)
Música clara, clara
As gotas d´água
Batem na louça
Ouça
Esse delírio sou eu
A casa é velha, velha
Pingos de chuva
Soam nas telhas
Veja
Chamas de velas e breu
Música tanto e tanta
A casa espanta
O mais é tinta
Sinta
Hoje a manhã não nasceu!
Obs.:Este poema foi musicado por Rosa Passos.
Eles precisam saber, que a mulher negra quer
Casa pra morar
Água pra beber,
Terra pra se alimentar.
Que a mulher negra é
Ancestralidade,
Djembês e atabaques
Que ressoam dos pés.
Que a mulher negra,
tem suas convicções,
Suas imperfeições
Como qualquer outra mulher.
O Amor é Como a Água, E a Vida Como o Cacto, Às Vezes Você Procura Pelo Deserto Inteiro, Quando Na Verdade
Estava a Distância de Um Passo de Você, O Amor Não é Lindo, Ele Possui Espinhos, É Como o Cacto, Por Fora é Horrendo, Mas é Tão Lindo Por Dentro
amor não correspondido é como
se ajoelhar em arroz cru
e esperar
a água fervente
dos beijos dele
para suavizar a sua dor
mas ele nunca vem
a terra está para o satélite
como a água para a atmosfera
tudo gravita – a vida – equi
libra-se ainda que se esquive
Meia lágrima
Não,
a água não me escorre
entre os dedos,
tenho as mãos em concha
e no côncavo de minhas palmas
meia gota me basta.
Das lágrimas em meus olhos secos,
basta o meio tom do soluço
para dizer o pranto inteiro.
Sei ainda ver com um só olho,
enquanto o outro,
o cisco cerceia
e da visão que me resta
vazo o invisível
e vejo as inesquecíveis sombras
dos que já se foram.
Da língua cortada,
digo tudo,
amasso o silencio
e no farfalhar do meio som
solto o grito do grito do grito
e encontro a fala anterior,
aquela que emudecida,
conservou a voz e os sentidos
nos labirintos da lembrança.
Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
Porque ides sem mim, não me levais?
Sem vós o que são os meus olhos abertos?
O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
Estranha sombra em movimentos vãos.
Fragmentos de um tempo
Eu não sou homem (...).
Sou um anjo incompreendido,
Sombra doce do anoitecer,
Um tesouro desnudo... Avulso...
Consumido por um prazer inquietante.
Vou seguindo em frente...
Sou um pássaro simples
Às vezes triste...
Eu volto... Pouso... Canto...
Vejo o tempo cantarolar momentos...
Meus enigmáticos modos... Adoro!
Fantasmas
Vejo pelas vidraças da janela
Na antiga igreja
Um menino a brincar na chuva
Será ele um fantasma?
Pois só um morto
Consegue aproveitar a vida
Que os vivos mataram...
Se a tranquilidade da água permite refletir as coisas, o que não poderá a tranquilidade do espírito?
Os tempos são líquidos porque, assim como a água, tudo muda muito rapidamente. Na sociedade contemporânea, nada é feito para durar.
"As lagrimas não são simples gotas de água, vêm da alma, da dor que sente tua alma e seu coração quando teu amor se cansa de lutar, quando tua alma chora interiormente e há um mar imenso que sai pelo seu reflexo, pelos olhos que são o espelho da alma. É difícil agüentar tanta dor, tanta mentira, tanta decepção, tantos sonhos quebrados, tantas ilusões pisoteadas, aquele amor frustrado, carícias perdidas, tanta injustiça, e tantas feridas que doem como uma espada atravessando o coração. E dói tanto interiormente. Mas por fora... Você deve ter um sorriso materializando a falsa alegria porque poucas coisas te fazem sorrir quando tua alma esta esgotada, mas há uma luz que nunca se apaga porque segue viva a esperança!"
A justiça cobre a terra como a água cobre o mar. Eu não quero o sucesso, o sucesso não me diz nada. Muitas pessoas têm sucesso mas vivem como mortos!
O amor não correspondido é como cativeiro: sem água, sem comida e sem visita. E você só lembra de quem te aprisionou. É o pior amor!
Eu desisto. Paro de falar, e de responder, recuso comida e água. Eles podem enfiar o que quer que desejem em meu braço, mas é necessário muito mais do que isso para manter uma pessoa viva, uma vez que ela perdeu a vontade de viver.
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