Poesia Agua de Mario Quintana

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O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.

É falso que a igualdade seja uma lei da natureza. A natureza não faz nada igual; a sua lei soberana é a subordinação e a dependência.

Os acontecimentos políticos humilham e desabonam mais a sabedoria humana que quaisquer outros eventos deste mundo.

Fica provado que uma inovação não é necessária quando se torna demasiado difícil implementá-la.

Sem as ilusões da nossa imaginação, o capital da felicidade humana seria muito diminuto e limitado.

Na mocidade buscamos as companhias, na velhice evitamo-las: nesta idade conhecemos melhor os homens e as coisas.

Há que, na medida do possível, prestar favores a todos: quantas vezes não precisamos de quem é menos do que nós.

Considero a família e não o indivíduo como o verdadeiro elemento social (arriscando-me a ser julgado como espírito retrógrado).

Embora possamos ser sábios do saber alheio, sensatos só poderíamos sê-lo graças à nossa própria sensatez.

Há males na vida humana que são preservados de outros maiores, e muitas vezes ocasionam bens incalculáveis.

Um homem que acaba de arranjar um emprego já não faz uso do espírito e da razão para regrar a sua conduta e as suas atitudes perante os outros: toma de empréstimo a regra do seu posto e da sua situação; donde o esquecimento, a altivez, a arrogância, a dureza e a ingratidão.

Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.

O deleite imaginado é muito maior que o gozado, embora nos verdadeiros gostos deva ser o contrário.

Os homens são sempre mais verbosos e fecundos em queixar-se das injúrias do que em agradecer os benefícios.

Parece, na verdade, que nós nos servimos das nossas orações como de um jargão e como aqueles que empregam as palavras santas e divinas em feitiçarias e em efeitos de magia.

A igualdade repugna de tal modo aos homens que o maior empenho de cada um é distinguir-se ou desigualar-se.

Se não estás disposto a matar aquele a quem pretendes odiar, não digas que o odeias; estás a prostituir tal palavra.

A verdade é tão simples que não deleita: são os erros e ficções que pela sua variedade nos encantam.

É tão fácil o prometer, e tão difícil o cumprir, que há bem poucas pessoas que cumpram as suas promessas.

Frequentemente tive a ocasião de observar que quando a beneficência não prejudica o benfeitor, mata o beneficiado.