Poemas sobre Apoiar o outro

Não critique o que não entende filho, pois você nunca esteve na pele do outro.

O doloroso na política é que, nela, ninguém procura se ampliar na direção do melhor do outro, e sim reduzi-lo à dimensão menor de quem julga.

Não havia ponte entre os mundos que os separavam. Haviam viajado para longe demais um do outro e não havia retorno. Não havia agora, nunca haveria” .

Ele gostava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo.

O que liga de fato duas pessoas, é a certeza de poderem ser elas mesmas na presença do outro, sem máscaras.

O homem tem mãos para alcançar as estrelas e não consegue alcançar o menino abandonado do outro lado da rua.

Que nesse encontro que acontece agora, cada um possa se encontrar no outro. Até porque tem horas que a gente se pergunta, por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Outro sinal de se estar em caminho certo é o de não ficar aflita por não entender; a atitude deve ser: não se perde por esperar, não se perde por não entender.
Então comecei uma listinha de sentimentos dos quais não sei o nome. Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto – como se chama o que sinto? A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais, essa mágoa e esse rancor – como se chama? Estar ocupada – e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita desocupação desanuviadora e beata, como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala: como se chama o que se sentiu?

Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões.

A gente nunca perde por ser puro, por ser ingênuo, por querer dar amor. Quem perde é o outro que não soube receber.

Pois há um tempo de rosas, outro de melões, e não comereis morangos senão na época de morangos.

Quando fazes o melhor que podes, nunca sabes qual milagre é forjado em tua vida ou na vida do outro.

O amor de um pelo outro é como uma extensa sombra que se beija, sem qualquer esperança de realidade.

Se você quer ser feliz, não case, mas se você quiser fazer o outro feliz, case.

É o melhor conselho que um amigo pode dar a outro: pare de fazer fantasias, sentir-se perseguido, neurotizar relações, comprar briga por besteira, maximizar pequenas chatices, estender discussões, buscar no passado as justificativas para ser do jeito que é, fazendo a linha "sou rebelde porque o mundo quis assim".

Quando o outro pelas mais diversas razões esperar pelo seu ódio, surpreenda-o com seu amor.

Podemos ser instruídos com o conhecimento de outro, mas não podemos ser sábios com a sabedoria de outro.

Pessoas felizes são aquelas cujas mentes estão fixadas em algum outro objeto que não seja a própria felicidade; na felicidade dos outros, no aperfeiçoamento da humanidade, até mesmo em alguma arte ou busca empreendida não como meio, mas como fim ideal. Ao visar assim o outro elas encontram a felicidade casualmente.

Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.

O dia que você quiser que o outro seja perfeito, você já esqueceu todas as regras do amor. Porque o amor nasce das imperfeições.