Poemas sobre a Seca

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Feridas da seca!

Essa terra é meu suporte
essa escolha foi Divina
todo nordestino é forte
mas é triste a sua sina
e a seca é o passaporte
que faz a lâmina do corte
ferir a alma nordestina.

Chuva de inverno,
Chuva de verão,
Sem ti sou terra seca,
Contigo uma flor,
sem ti sou como a erva,
contigo um jardim florido,
Morro contigo,
Morro sem ti,
Partes comigo,
Partes sem mim,
Vibro contigo,
Não vibro sem ti,
Folhas ao vento,
Folhas o chão,
Deito-me contigo,
Deito-me sem ti,
Adormeço contigo,
Adormeço sem ti,
Sou feliz mas...não sem ti.!

Jamais mostro-me como não sou.
Prefiro que me achem seca e nojenta
a brigar ou discutir.

A seca e o Nordestino

Ah! que saudade eu tenho
Do meu sertão quando chovia
Que enchia nossos rios
De uma noite para o dia
A fartura em nossas casas
Nesse tempo existia

Não faltava em nossos lares
Milho, arroz e feijão
Produzíamos ainda mais
O ouro branco do sertão
Ah!que saudade sentimos
Das safras de algodão

Por falta de sorte
Ou por desgraça talvez
Os nossos rios secaram
Todos de uma só vez
Nunca vi coisa igual
Nem tão grande estupidez

As nossas culturas morreram
Ou já não produzem mais
Já está faltando água
Até para os animais
Crianças choram com fome
A miséria é demais

O sol que nos castiga
Inclemente e brasador
Que queima a nossa pele
Que causa tanto calor
Mas não queima a esperança

Não mata nossa fé
No Cristo, o Salvador
Não queima do Nordestino
Sua honra, seu valor
Não vai destruir
Força, Esperança e Amor.

Para sempre em meu coração

Eu chorei uma lágrima, você soube como secá-la
Eu estava confuso, você iluminou minha mente
Eu estava perdido, você me resgatou
E levantou-me e deu-me dignidade
Você me amou!

Você me deu força quando estive sozinho
Para encarar o mundo por minha conta de novo
Você me fez sonhar com o que parecia impossível
Tão alto foi esse sonho que eu quase podia ver a eternidade
Você me amou!

Eu cheguei a acreditar que não era você
Não podia acreditar que era verdade
Eu precisei de você, e você estava lá
Eu não tinha forças e você não desistiu de mim
Fui um tolo, mas finalmente encontrei alguém que se preocupou comigo

Você segurou minha mão quando me senti inseguro
Quando eu estava perdido, você me levou para casa
Você me deu esperança quando eu estava acabado
Você transformou meus sonhos de novo em verdades
Você até me chamou de amigo

Me chamou de filho
Disse do seu amor para comigo
Me deu esperança, me reviveu
Sabe o que eu tenho a dizer sobre isso?
Eu simplesmente te amo JESUS

A seca.

A seca trás sofrimento
a chuva nem piedade
o verde se foi no vento
e o gado deixou saudade
aqui se falta alimento
mas sobra dignidade

Vaqueiro!

Essa dor me consome
sem dó nem perdão
a água que some
resseca meu chão
a seca e a fome
transforma meu nome
em herói do sertão.

Sem água não há vida!

Cada vez mais ressecada
minha terra tão sofrida
quando a seca vem malvada
mata a planta mais florida
deixando a pele marcada
se de chuva não vem nada
brota a dor da despedida.

Qual gotas de orvalho na seca
Temperança no desespero,
Luzes na escuridão,
As doces lembranças que ficam
Trazem Paz ao coração.

RIQUEZA DO SERTÃO

Nordeste de lampião
Terra seca e Juazeiro
Cuscuz tripa e buxada
Canta galo no celeiro
Rapadura com farinha
No meu sertão forrozeiro

⁠HAVERÁ REZA
.
O tempo seca a garganta do velho
que conta histórias pra sobreviver
- A vida é cega, meu bom amigo!
Dou-te um pouco de luz, se tu me deres abrigo.
.
É na sarjeta que o tempo atravessa ,
com seu punhado de pressa ,
seu terço de esperança ...
Levando Deus na conversa.
.
Onde estiver, haverá reza.

Às vezes chega a chuva
Para limpar as feridas
Às vezes apenas uma gota
Pode vencer a seca

Piche na Praia.

O nordeste é supremo
mas foi feito de cobaia
a seca chega ao extremo
dizendo que o povo saia
o barco perdendo o remo
e ainda vem um fiii do demo
jogar piche em nossa praia.

⁠Minha voz está estranha
Rouca
Falhada
Seca
Talvez seja meus gritos
Ou a falta de uso deles.
Tenho arame farpado na garganta
Pregos nos lábios
Você consegue ouvir meu pedido de socorro?
Consegue?

⁠Louco, louco o mundão é tenebroso
O espírito abatido seca até os ossos
A gente mata, a gente morre, por histórias que distorcem
O inimigo não tem dó, até embarca nesse corre.

⁠Além da seca ferrenha
Do chão batido e da brenha
O meu nordeste tem brio

Quer conhecer então venha
Que eu vou te mostrar a senha
Do coração do Brasil

São nove estados na raia
Todos com banho de praia
Num céu de anil e calor

São nove Estados Unidos
Crescentes fortalecidos
Onde o Brasil começou

E hoje no calcanhar da ciência
Formam uma grande potência
Irrigando o chão que secou
Verdade que a seca inda deixa sequela
Mas foi aprendendo com ela
Que o nosso nordeste ganhou
Deixou de viver de uma vez de esmola
E foi descobrindo na escola
A grandeza do nosso valor

Eu quero é cantar o nordeste
Que é grande e que cresce
E você não conhece, doutor
De um povo guerreiro, festivo e ordeiro
De um povo tão trabalhador
Por isso não pise, viaje e pesquise
Conheça de perto esse chão
Só pra ver que o nordeste
Agora é quem veste
É quem veste de orgulho a nação

Eu quero é cantar o nordeste
Que é grande e que cresce
E você não conhece, doutor
De um povo guerreiro, festivo e ordeiro
De um povo tão trabalhador
Por isso não pise, viaje e pesquise
Conheça de perto esse chão
Só pra ver que o nordeste
Agora é quem veste
É quem veste de orgulho a nação

Entre relâmpagos e sentimentos

Me relaciono como quem pisa na terra seca,
à espera da chuva. Primeiro,
deixo que a poeira envolva meus pés,
tímida, apenas levantando o véu do chão.

Mas, quando estou pronto para sentir
o toque suave das primeiras gotas,
o céu inteiro se desfaz em trovões:
relâmpagos e sentimentos.
Uma rajada de água desce,
apaga minhas pegadas,
desfaz meus rastros e certezas.

O amor, aparentemente, não é apenas um chuvisco,
mas uma tempestade que encharca cada canto,
sem pedir licença, ocupando todo o espaço
que sempre foi seu.

⁠Boca seca ,
coração acelerado ,
Sinto a cada segundo a esperança se esvair ...
Uma tristeza tão profunda toma conta de mim ,
Me perco em lágrimas que insistem em molhar meu rosto ...
O que eu estou fazendo !? Me pergunto ...
Nunca foi de direito meu cobrar algo
Se não partilho do mesmo sentir , a dor então é só minha ...
Desespero insano ,
Medo de não ter tempo ,
De não conseguir ter , da maneira que idealizei
Medo de ser esquecida
De que tudo tenha sido em vão
Por um instante fecho os olhos e peço,
Que parem com essa dor ,
Que se acabe logo com isso
Que me falte o ar , eu não me importo mais ...
Egoísmo de minha parte !?
Vivemos em um mundo onde os valores são totalmente invertidos,
Amamos quem nos apunha-la
E damos as costas para quem mais nos amam...
A sensação de querer arrancar o coração com as próprias mãos , não é bem vinda ,
Tamanho desespero que causa esse tipo de reações...
Com quem falar !?
Quem ajudará !?
Alguém que possa secar minhas lágrimas e dizer que vai ficar tudo bem !?
Em um mundo perverso desse , estamos sozinhos a todo momento ,
Por mais que estejamos rodeados de pessoas , são pessoas frias , sem coração , sem amor ao próximo e sem compaixão...
Seria egoísta eu , querer parar !?
Seria egoísmo não estar suportando mais a dor !?
Não...
Não seria !
Além de tudo , não ousariam em chegar e dizer ...
Só quero que tudo se acabe de uma vez !
Daqui... não farei falta alguma !

**CL

ALVORADA NO CERRADO (outono)

O vento árido contorna o cerrado
Entre tortos galhos e a seca folha
Cascalhado, assim, o chão assolha
No horizonte o sol nasce alvorado

Corado o céu põe a treva na encolha
Os buritis se retorcem de lado a lado
Qual aceno no talo por eles ofertado
Em reverência a estação da desfolha

Canta o João de barro no seu telhado
É o amanhecer pelo sertão anunciado
Em um bordão de gratidão ao outono

A noite desmaia no dia despertado
Acorda a vida do leito consagrado
É a alvorada do cerrado no seu trono

Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano

DENTRO DA TARDE

A tarde seca e fria, de maio, do cerrado
Cheia de melancolia, deita o fim do dia
Sobre cabelos de fogo tão encarnado
Do horizonte, numa impetuosa poesia
A tarde seca e fria, de maio, do cerrado

O mistério, o silêncio partido pelo vento
No seu recolhimento de um entardecer
Sonolento no enturvar que desce lento
Do céu imenso, aveludado a esbater
No entardecer, seco, frio e, sedento

Perfumado de cheiro e encantamento
Numa carícia afogueada e de desejo
Seca e fria, a tarde, tal um sacramento
Se põe numa cadência de um realejo
Numa unção de vida, farto de portento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

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