Poemas sobre a Escrita
Resistência
Quando me cortaram as mãos
usei a boca para escrever;
Quando me arrancaram os dentes
usei meus pés para escrever;
Quando me arrancaram os pés
usei meus olhos para escrever;
Quando me cegaram
usei meus cabelos
para com eles fazer um pincel
a fim de pintar
o que já não me deixavam mais escrever!
Se alguém entra na sua casa você ainda pode fugir,
mas se alguém entra na sua vida como é que se foge de si?
Ninguém pode fugir de si mesmo...
e deve ser por isso que eu tô andando sem/pre texto.
Escrever é ser o mais sincero na verdade das letras.
Nas frases, a sua alma.
No conjunto delas, sua dádiva.
"Toda essa desesperança
é a minha bênção.
É ela a dor que me torna
imune ao orgulho, simples demais,
profundamente simples."
— UM MILÉSIMO | Dante Locatelli
Diante da classe vazia, o professor sente a mesma sensação de estar diante da folha branca.
Ali, começará a ser escrita uma nova história. Muitos personagens. Muito aprendizado. Mais um dia.
A grande responsabilidade é criar um enredo com final feliz.
...e, lidamos com as mãos, quando escrevemos à caneta
ou nas teclas as dores, que como meros fingidores,
as sentimos, deveras...
"Finalmente, é a hora do poema.
Vou sair, levar a caneta para passear,
fazer linhas na folha em branco."
*✍️*
"A cabeça ficou vazia,
sumiram todos os pensamentos,
e agora quem iria ditar a poesia!?
E o coração 💓 o órgão mais velho do corpo, apresentou a sua reflexão,
e a poesia foi escrita
e recitada...✍️💖🎶🎧
***
(Francisca Lucas)
"Gratidão 💝
pela noite
de descanso"🙏
*
Quando a noite chega
e me pega
a pensar em ti,
e sinto teus versos
como pássaros
do paraíso,
voando a minha volta.
*
Tua escrita
é bela e perfeita,
me alimenta,
sim
e cria em mim
sentimentos
de afetos,
alegria,
empatia,
e enquanto leio
eu sor-rio
e transbordo em prazer,
só de saber
que veio
de ti, das tuas mãos,
orientadas por tua mente
tão brilhante!...✍️💎🙏
***
____Francisca Lucas___
Amargo é o gosto que se sente
Quando quando a gente
Não sabe amar.
Amarga é a pessoa
Que um dia veio a me amargurar.
Versos vazios, palavras soltas,
Sem alma, sem coração, sem causas.
Escritos por hábito, pela costume,
Sem paixão, sem fogo, sem destinatário.
Nenhuma gota de amor, nenhuma lágrima,
Apenas letras, apenas rimas.
Sem significado, sem propósito,
Apenas palavras, apenas verso.
Eles não tocam o coração,
Não acordam sentimentos, não despertam.
São apenas sons, apenas ruídos,
Sem vida, sem amor, sem sentido.
Mas ainda assim, são escritos,
Porque é um hábito, porque é um vício.
Sem amor, sem paixão, sem alma,
Apenas palavras, apenas poemas.
"Considero uma enorme insensatez algumas palavras da língua portuguesa não serem escritas conforme são pronunciadas".
Anderson Silva
Todas as coisas que segurei
Dentro de mim, segurei tantas coisas…Abstratas, pequenas, grandes, confortantes.
Desenvolvi barreiras para guardar todas essas coisas que segurei, constantemente, estava ali comigo, independente do que houvesse, elas haviam se tornado atemporais, o tempo não transcorria, nada poderia apagá-las na nitidez em que se mantinham firme dentro de mim.
Um desejo incansável de controlar o incontrolável e por ego, não reconhecer a beleza da liberdade. Havia tanto em mim, que pesou. Pesou nas profundezas do interior que já nem era mais meu, entretanto, estava se tornando propriedade daquilo que eu guardava em mim e estava me moldando aos poucos.
No nascer do dia e no fim dele, percebo repetidamente que a vida são fases, ciclos, estações. E tudo de intenso que há no meu peito jamais transformaria-se em concreto eternamente. Não posso guardar, tocar, manter sempre dentro de mim. É preciso soltar, libertar, encontrar o equilíbrio, pois tudo o que realmente nos pertence, jamais vai embora, apenas ressurge em sensações melhores.
O último romântico
Sou um poeta romântico,
Em meio ao caos da atualidade
Onde o amor é passageiro,
O falso é verdadeiro
E a desunião é realidade.
Sou um poeta romântico,
Em meio ao estranho século 21
Onde a moda é odiar,
Onde estranho é amar,
Onde lealdade é quase incomum.
Sou um poeta romântico,
Em meio a frieza do mundo
Onde gostar de alguém é ser emocionado,
Onde se apaixonar é errado
Onde o medo de amar é profundo.
Sou apenas um ser qualquer,
Com o dom de se reinventar
Esse é meu lado poético,
Meu eu lírico é discreto
Afinal, ser poeta é ir além do verbo amar.
Torre de Papel
Cada vez que escrevo, me realizo, me identifico, me entendo;
Cada vez que escrevo, me emociono, revejo o meu passado, relato as minhas experiências, conto sobre o que conheço do tal amor, me espalho em lágrimas quando comento sobre a saudade ou a respeito de quem não está mais aqui fisicamente;
Cada vez que escrevo, falo em versos, as minhas verdades e digo o que vi em meus sonhos;
Cada vez que escrevo, os ventos sopram levando a minha torre de papel, para de alguma forma, agradar, ajudar, ensinar ou melhorar os conhecimentos de outras pessoas;
Cada vez que escrevo, viajo para outro mundo bem particular e sei que neste mundo o poder da escrita me mantém reservado, preservado, iluminado e abraçado.
Enlutado
No alvoroço da vida corrida ao anoitecer encontrei a minha mente apimentada no mundo dos sonhos.
Vasculhando entre alguns recortes e escritos de gaveta vi nascer com uma alegria imensa mais uma poesia complexa, inteira e ainda vos digo ademais, nascia ali mais um fenômeno da arte escrita no detalhe.
Até que eu acordei as pressas além de muito assustado com os latidos ofegantes da gangue dos cachorros caramelos em frente o portão da minha casa, isso me tirou metade do brio da poesia que estava por emergir, logo a outra metade da surreal poesia perdi no momento pelo qual fui lavar o rosto e beber água para tentar controlar as emoções e recuperar o raciocínio de tanto valor.
Além disso, foi uma pena perceber que havia perdido mais uma arte rara da escrita para o meu próprio subconsciente.
Enlutado como uma múmia voltei a dormir no desejo talvez de reencontrar os caminhos daquela tão sonhada poesia.
Enquanto Houver Migalhas
Enquanto estava repousada em um banco no coração da cidade, observava atentamente um pombo que, em seus movimentos ansiosos, ciscava pelo chão à minha volta, buscando algo para se alimentar.
Sem pensar nas consequências, lancei-lhe um pedaço generoso de pão — sem hesitar, ele se aproximou, aceitando o que eu oferecia com uma gratidão imensa. Mas aquilo não foi o suficiente, pois sua fome era insaciável, ele desejava mais.
Continuei alimentando-o, até que a exaustão me tomou, e os pedaços que antes eram grandes, começaram a se reduzir, tornando-se migalhas insignificantes.
Apesar de já não ter mais o que oferecer, o pombo retornava todos os dias, em busca do que não poderia mais dar, esperando algo maior, porém apenas me calei.
Eu cansei, não quero mais sustentar uma esperança vazia, não posso continuar alimentando essa busca incessante por migalhas — por algo que deveria ser completo, mas que se contenta com tão pouco.
Eu observo tudo. Reparo nos detalhes, nas ações de todos à minha volta — cada um com suas ambições, seus objetivos. Alguns são movidos pelos próprios sonhos. Outros, pelo ego.
Quando encaro meu reflexo, percebo: sou movida apenas pelo medo.
O medo de fracassar me atormenta. Ele alimenta a minha obsessão — essa necessidade constante de ser perfeita, de me aperfeiçoar em tudo, de me destacar dos demais.
Meu medo me dá um desejo incansável de ser a melhor em tudo, de superar a todos.
Eu quero ser excepcional.
Quantas vezes a caneta ou pincel torna-se uma ponte para expressar o que a alma guarda?
Às vezes tudo que precisamos é de uma tela ou papel em branco.
Algumas vezes, pensamentos e variados sentimentos se espalham no papel, e ficam.
Enquanto estrofes, versos e citações que deveriam ter vida, não conseguem tomar formas.
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