Poemas que Falem do Comportamento Jovem
Ela nada sabia de filosofia,
nem de poesia
de Pessoa ou Drummond
Ela pouco sabia de democracia
de Sociologia,
de Foucault ou Proudhon.
"O poeta é um fingidor".
Mente tão decentemente
Que parece que não mente
Quando fala de amor.
Os que escutam sua fala
Na vida passam a pensar
Que o que de fato vale
É a ilusão de amar.
Como se possível fosse
Entender falsa razão
Daquele que ama e mente
Que pensa que finge e sente
Que engana o coração
O QUE É ARTE
O Que é arte?
A discussão é infinita
pois que a faz sempre acredita
que a arte é tudo
que pensa tudo dita.
A arte é obra operosa
é verso, é flor,
é canto em prosa.
A arte é céu de estrelado
é noite escura
manhã bendita
é sol que brilha
e aquece a alma
que vive aflita
do ser que que clama
por paz, contrita.
SAMBA PERFEITO
Eu fiz um samba quadrado
Na mesa de um botequim
Só que a mesa era redonda
E o samba ficou ruim.
Um samba sem parceria
Não consegue agradar
É preciso poesia
para o mundo encantar.
Todo mundo quer um samba
Mas a vida é uma dureza
Estão queimando a Amazônia
Destruindo a natureza.
Todo mundo quer sambar
Mas o mundo é uma tristeza
Como pode o poeta inventar
Um samba bom?
Sem a letra do Vinicius
E sem a música do Tom?
Um samba pra ser perfeito
Não escolhe ocasião
Não precisa de instrumentos
Cavaquinho ou violão
Ele vive lá no peito
E se tratado com jeito
Pula pra palma da mão.
Eu fiz um samba quadrado
Na mesa de um botequim
Só que a mesa era redonda
E o samba ficou ruim.
melhor amigo...
lembro de todos
amigos questava com migo
e o hoje ja nao mas
estao
vc chego e jata indo lebro de tudo
que agente fez se nem foi
jato com saudades amigo
nunca se quesa de mim
bejo amo muinto vc
Exclusividade é demagogia e egoísmo, ou competência e resiliência?
Isso é o que você pensa. Mas de verdade, o que é a verdade dentro da sua sustentação como teoria entre os opostos?
FILÓSOFO NILO DEYSON MONTEIRO
Posso ser tudo na vida e não me definir como nada. O processo do conhecimento para crescer dentro de um ser é exatamente a definição do querer ir além do ser; porquanto o conhecimento não se resume em ser, apenas se permite seguir sem convenções fechadas para bajular uma ou outra medíocre face da ignorância.
FILÓSOFO NILO DEYSON MONTEIRO
Ser poeta não é escolha,
não se trata de opção,
ser poeta é uma condição
imposta pela poesia.
Não há liberdade de escolha,
ou somos poeta ou não.
Hoje
Hoje tenho apenas a imagem de ontem.
Como arte impressionista
Indefinida, sem correção
Tenho as marcas do amor em mim
E em teu corpo as rugas do tempo
Elo perdido, um condenado sem redenção.
É tudo que temos do nosso desencontro
Tão distante
Um simples rascunho de aprendiz
Uma sombra do que fomos um dia.
Amigo que se tornou amante.
As canções que ouvimos juntos
Ainda ressoam em mim, trazendo-me calma
No mais recôndito abismo da minha alma
Encontro, como um jarro quebrado,
Razão para ter esperança.
Sonho, quimera, ilusão de criança.
Lembro fortuitamente da chuva de verão
Das folhas de outono colorindo a tarde
Sobre nossos passos distraídos
Quando juntos caminhávamos sem propósito
Em busca do paraíso perdido.
que acalentava-me o coração.
"Por mais dedicação de alma
que dispenses ao ciumento,
por mais zelo e atenção que o faculte
basta uma distração
para ele julgar, convictamente
que tudo que fazes
não passa de reles fingimento"
NA CADÊNCIA DO SAMBA
Na cadência samba
conheci você,
dançando ciranda e o maculelê.
Morena brejeira dos olhos de mel
não és Julieta, e eu não sou Romeu
somos versos da história
que o amor escreveu.
Morena bonita
de endoidecer
eu fiz este samba pra lhe enaltecer
na rua ou no asfalto
meu partido alto é você.
Na cadência samba
conheci você,
dançando ciranda e o maculelê.
LIBERDADE POÉTICA
Saí à rua,
Em busca de inspiração
Encontrei você, chorando,
Na esquina da desilusão.
Perguntei, por que chora?
Em resposta ouvi um longo sussurro
Depois um canto vibrante,
Melodia desconhecida
Porem afinada, sublime, celestial.
Reconheci você, nesse breve instante,
Era a liberdade, que antes chorava na esquina
E que hoje gritava em excelso pedestal.
Percebi que não preciso de inspiração
nem de musa de camões
A liberdade poética é clímax da poesia
Com ela crio meu universo
Canções e versos, sonhos, redenção.
EU PEÇO ARREGO
Eu peço arrego,
Por amor a Deus,
Perdoem a minha presunção
Por me achar maior que Nero
Um imperador moderno
Como dono do inferno
Quase pus fogo na nação.
Eu peço arrego,
Não quero outra opinião
Eu desisto de ser Deus
Não sou chefe,
Já me diz o cidadão
É povo quem decide
Quem escolhe como líder
Nesta grande procissão.
Eu peço arrego,
Tenho as mãos sujas de sangue
Sou culpado pela morte
De milhares de irmãos
Sou culpado,
Por fraudar creche e escola
Onde faltam luz e pão.
Por favor eu peço arrego
Não me levem pra prisão
Foi delírio, foi descaso
Foi engano, foi de fato a posição
Que fez subir tão alto
Não sou mito, sou falso arauto
Que propaga a falsidade
Junto com a corrupção.
Eu peço arrego,
Pois tenho medo
De ser vítima da revolta
De um povo engando
De ser morto no teatro
Onde ópera trágico-cômica do asfalto
Já tomou a direção.
Oh, minha flor
Que fim levou aquele amor
Que era antes, feito de sonho,
Beijo e sorriso?
O que restou foi tom menor
Escala triste, como improviso
A nos expor tamanha dor
Longe das portas do paraíso.
LONGE DO PARAÍSO
Oh, minha flor
Que fim levou aquele amor
Que era antes, feito de sonho,
Beijo e sorriso?
O que restou foi tom menor
Escala triste, como improviso
A nos expor tamanha dor
Longe das portas do paraíso.
Será possível um amanhecer
Um novo dia para entender
Que a vida é triste,
Mas se o amor ainda existe
Nós haveremos de renascer.
VINHO
O vinho apazígua o espírito
Refrigera o corpo
E aquece a alma
Exorciza os demônios
Da depressão
e da desesperança
Trazendo a paz e a calma
O vinho é divinamente profano
A áspide do paraíso
De olho mundano
Saliva o veneno mortífero
Que o diabo ofereceu
Ao ser humano
Ator
O Ator enxuga o rosto, é outro ato
sua vida uma comédia essencial
se na vida sem fingir não é feliz
no teatro do existir nada é real.
leva a vida com empenho incomum
pela glória de viver a fantasia
se a roupa não lhe cabe ele engorda
ignora o ultraje do papel
e recita a mais bela poesia.
Noutra cena ele é pai ou filho errante
abre a porta da ilusão ao sonhador
quando chora nos ilude como amante
ao sorrir nos liberta de uma dor.
