Poemas Nao quero dizer Adeus

A agitação contínua numa vida tumultuosa não é atividade saudável, mas inquietação.

Mais um ano. Mais um palmo a separar-me dos outros, já que a vida não passa de um progressivo distanciamento de tudo e de todos, que a morte remata.

As mulheres vêem tudo ou não vêem nada, segundo as disposições da sua alma: a única luz delas é o amor.

A vida humana não tem só um nascimento, só uma infância, é feita de vários renascimentos, de várias infâncias.

Não, a vida não é uma festa permanente e imóvel, é uma evolução constante e rude.

Não é a fome, mas, pelo contrário, a abundância, o excesso de energias, que provocam a guerra.

Posso simpatizar com a dor de uma pessoa, mas não com os seus prazeres. Há algo de rigorosamente monótono na felicidade dos outros.

Ninguém conhece as suas próprias capacidades enquanto não as colocar à prova.

As mulheres coram por ouvirem falar daquilo que não receiam de modo algum fazer.

Quem quando pode não quer, merece que quando queira não possa e perca pelo malquerer o bem poder.

Porque o arrependimento, como o desejo, não procura analisar-se, mas sim satisfazer-se.

É certo, afinal de contas, que neste mundo nada nos torna necessários a não ser o amor.

O mundo move-se tão depressa atualmente, que uma pessoa que diz que alguma coisa não pode ser feita é em geral interrompida por alguém que já o está a fazer.

O amor arranca as máscaras sem as quais temíamos não poder viver e atrás das quais sabemos que somos incapazes de o fazer.

Tudo na vida é difícil, desde que a compreensão e a boa vontade não sejam utilizadas.

Vá frequentemente à casa de um amigo, pois as ervas daninhas obstruem o caminho não usado.

Não há absolutamente ninguém que faça um sacrifício sem esperar uma compensação. É tudo uma questão de mercado.

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

O maior bem que você pode fazer pelo outro não é somente dividir suas riquezas, mas revelar a ele as dele.

Não é gostoso ficar sem ter o que fazer; o divertido é estar cheia de obrigações e não fazer nada.