Poemas de William Shakespeare Musica
Esquece a minha tristeza,
Pois dela a vida é repleta!
Lembra, porém da esperteza
De Deus que me fez poeta!
GUERRA
A cada dia que passa, a cada batalha que venço contra o mundo, mais tenho certeza de que um dia não aportarei mais nele.
DE UM DIÁRIO.
No objetivo da vida a reencarnação é a lógica mais perfeita para o reajuste na tarefa interrompida, por nós mesmos, quanto ao descumprimento dos deveres e compromissos assumidos. A questão é de raciocínio: Sem a verdade das vidas sucessivas, além da matéria não existiria nada, nem Deus...
Existem coisas que não vemos. Saber delas e crer nelas, porém, não basta. Necessário vivê-las. E esta vivência consiste em praticar, diuturnamente, respeitando nossas limitações, os princípios superiores que adotamos baseados na razão.
Nelson de Medeiros
MESA DE BAR
A noite é fria... Lá fora a chuva incessante
Lembra tua ausência que chega a todo instante...
O seresteiro indiferente à minha dor,
Solfeja notas de saudades em langor!
A canção me diz de cabelos anelados,
Longos cachos de fios negro – prateados,
A lembrar teu rosto amado, teu corpo esguio...
Versos de queixumes, lamentos entoados,
Que dentro d! alma ressoam em tons magoados,
E então me perco num olhar distante e frio...
As mãos do artista deslizam ágeis, ardentes
E ao som do piano ando em voos transcendentes...
Na febre dos desejos e da insanidade,
Vejo-me longe, fora da realidade...
Onde estás? Que fazes doce criança?
Meu alento! Derradeira esperança!
Ah! Sorte madrasta... Incauta solidão!
Pobre vate: Inunda de dor a face ingrata,
Tal qual a chuva lá fora, caindo em prata,
Inunda de lágrimas a negra imensidão!
O livre arbítrio é uma das provas da inata liberdade da alma. Ele nos dá o poder de não enfrentar as consequências de determinada escolha errada que fizemos, e, fazendo nova escolha, adiar por um tempo as consequências desse erro. Mas, com certeza a cobrança virá nessa nova escolha, ainda que pensemos estar livres, pois o karma é peremptório, e não está adstrito somente nas escolhas feitas em uma existência, mas em várias delas.
Nelson de Medeiros
Os erros cometidos na infância não são cobrados na juventude; os erros cometidos na juventude são cobrados relativamente na maturidade; mas, os erros cometidos na maturidade são cobrados dente por dente, olho por olho, na velhice.
A POLONESA
No limiar da minha juventude,
Inda trazendo restos da infância,
Do piano da jovem em plenitude
Escutei uma trilha d! outra instancia!
Revivido em sonâncias de virtude,
Chopin resplandecia em substância!
Então, pela primeira vez, eu pude
Aspirar da “Polonaise”, a fragrância!
Curvei o tempo e sentindo somente
A eterna inspiração daquele artista,
Quase vi sua musa polonesa!
A cena marcou tanto a minha mente,
Que até cri fosse aquela pianista,
Minha musa d! outrora, com certeza!
PAIXÃO PRIMÁRIA
Dos escombros da vida visionária,
Onde não existem dores nem medos,
Restaram tão somente os arremedos,
Daquela afinidade involuntária!
Uma empatia extraordinária,
Que chegou embutida em mil segredos!
E, mergulhado, então, em seus enredos,
O vate sentiu a paixão primária!
Mas, um flagelo mudou seu destino...
Os entraves chegaram exacerbados
E se perdeu a alma em desatino!
Chegaram como lavas de vulcão...
E dos seus sonhos hoje incinerados,
Só as cinzas ficaram em sua mão!
PERFUME DA ILUSÃO
Adentro-me agora na velha Matriz
Onde fiz meu primeiro juramento;
Os nichos e as imagens no momento
Reabrem-me n!alma velha cicatriz!
Então, todo antigo trajeto eu refiz...
Da manhã à noite do sacramento;
Pensava, então, que o nobre sentimento
Fosse prá todo o sempre a força motriz!
Ledo engano, o tempo, senhor da vida,
Recolhe a melhor quimera escondida
Dentro do cofre de um coração!
Pouco restou... Nem odor de saudade...
Pois, do amor que pensava eternidade,
Só o perfume de sua ilusão!
OUTRAS GENTES...
Todo poeta é um sonhador admirável!
Viaja no tempo, e através de sua mente,
Sonda as estrelas... Pressente o futuro, e sente
O limiar de um mundo novo, mais estável!
Vê a humanidade mais séria, confiável,
Que acredita na igualdade e no amor, somente!
Um mundo sem ódio, sem guerras, coerente
Na igual atenção ao ditoso e ao miserável!
Nele, o homem é voltado para a caridade,
Para a harmonia, para a justiça e a bondade
Que são, no ser humano, virtudes latentes!
Reza, então, o vate... Que isso se torne real...
Que um dia, toda alma humana se canse do mal,
E a fraternidade alcance todas as gentes!
VÃ PROCURA
Diz-me tu que buscando o teu amor
Singraste mares, rios e oceanos!
Varaste terras por meses e anos
Na procura fremente e sem pudor!
Que olhando os céus, embora com fervor,
Rogaste favores quase profanos!
Ouviste magos, desvendaste arcanos
Porém, sem nunca tê-lo a seu dispor!
Digo-te: Siga em frente rumo norte,
Pois, que o verdadeiro amor não é sorte,
Antes, é benção que já conheci!
Um dia, quando o achares, finalmente,
Descobrirás que achaste, tão somente,
O vate que sempre esperou por ti!
ESQUECER É PRECISO...
Vi tudo outra vez... Ela na sacada,
As tardinhas, as manhãs, as marés,
O sol, a brisa, as espumas do mar
Beijando a areia, a praia a nossos pés!
Mas, o amor é volúvel como as ondas...
Chega e volta num vai e vem constante!
E, como a onda, ela veio e voltou,
Deixando um rastro na areia molhada!
A praia de mi! Alma está deserta...
Meu mar azul estertora em ressaca
Sob um céu gris, sem sequer uma estrela!
Eu não queria mais sonhar com ela,
Não tê-la em meu pensamento..., mas como
Se jamais eu me lembro de esquecê-la?
ALQUIMISTA DA FANTASIA
O poeta é um ser predestinado
Que, no auge da dor, cria seu mundo!
Faz da amargura o amor mais profundo,
E do ser odiado o ser mais amado!
Na magia dos versos, num segundo,
Dá à mentira significado!
Permite ao torpe ser idolatrado
E, até converte o probo em vagabundo!
Por ser alquimista da fantasia,
Transforma a negra procela em aurora,
E, faz de saudade a ilusão que o ronda!
Na desventura de amor ele avia
Um poema que encanta, muito embora
A dor mascare, e a verdade esconda!
RECOMEÇO
No auge da descrença duma insana vida,
o bardo sucumbe ao nefasto desalento!
Um torpor n! alma, a fala do tempo e do vento
lhe dizem que a paixão é sempre repetida!
Mas, será mesmo que a existência é sucessiva?
Partimos pro céu e voltamos pro tormento?
Cansado da lida, ele pensa, num momento,
se tal crença é inata ou é intuitiva!
Se viveu, de verdade, uma vida passada,
dela revive o desencanto da jornada,
trazendo o pó da mesma estrada percorrida!
Se, como dizem, tudo faz parte dum plano,
só lhe resta viver de novo o desengano
e, quem sabe, viver nova partida!
LEI DO RETORNO
Desde sempre eu soube, sem ser profeta,
Que longe estamos de sermos perfeitos!
Não somos maus, mas com mil preconceitos,
Mais andamos na curva que na reta!
Carregamos, ainda, mil defeitos
mas, mesmo assim chegaremos na meta!
E não é preciso ser bruxo ou asceta
Pra entender que as opções têm efeitos!
Por isso é que eu sei, por convicção,
Que algo existe a nos chamar à razão
E mostrar a dor que a incúria acarreta!
É a Lei do Retorno, inata na mente,
que nos cobra o desatino pendente,
No momento exato e na hora certa!
RASTROS DE ILUSÃO
Lembro bem daquele mês de janeiro,
daquela praia em recanto sem par,
do desejo insano de a encontrar
e, enlaçar seu corpo, esbelto e faceiro!
A brisa, trazendo o aroma do mar,
mais parecia um sussurro agoureiro
dum adeus previdente e derradeiro
praquele amor de verão, singular!
O tempo avançou, porém, o desejo
de tê-la inda ficou, ardente e pleno
pois, na paixão a loucura norteia!
Então, prenhe de ilusão, num lampejo,
Quis ver de novo a praia, o mar sereno,
Mas, só vi rastros de beijos na areia!
Medita o bardo em silêncio profundo...
Na tarde cinza dum dia sem cor,
a alma chora seu revés sem rancor
mas, o coração se afoga em lago imundo!
Descem lágrimas em pingos de dor...
Cada suspiro é lamento rotundo
e, só a tristeza habita o seu mundo
desprovido da alegria do amor!
Sua alma é noite escura de agonia...
Porém, no fundo, uma luz a brilhar,
traz promessa de novo porvir, pois
a tristeza, embora possa durar,
é passageira como a ventania
que destrói, mas traz beleza depois!
EGOISMO
No peito estreito, onde a alma delira,
ergue o egoísta seu reino sombrio!
Seu coração é prenhe de vazio,
e a empatia jaz ali, em mentira!
Cego ao clamor da dor alheia, é frio
e surdo aos rogos que a bondade inspira!
Só para si o mundo inteiro gira,
e nele vai, para um norte sem brio!
Deixando rastros de seu desamor,
segue isolado, em torre de vaidade,
colhendo espinhos onde existe flor!
Rompendo os laços da fraternidade,
há de encarar, ao fim, o próprio horror,
de não saber do amor e afinidade!
SONETO À MINHA MÃE
Andando, adentro ao templo, em desalento;
num nicho azul, uma imagem guardada!
É sim, a Mãe Sagrada, que elevada,
me faz vibrar em raro encantamento!
Me veio à mente um tempo nevoento,
de lida amarga, dura, carregada!
Mas, logo eu vi, na santa abençoada,
uma expressão de paz e acolhimento!
Porém, é minha mãe que eu vejo nela!
Então, imploro, com a fé que cura,
que eu volte a ser criança sem ciência!
Que nos seus braços, que a minha alma anela,
sem dor, sem medo, apenas em ventura,
eu volte logo ao tempo da inocência!
13/06/2025
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