Poemas de Victor Hugo Amizades
Teu beijo de sabor
suave de Pitanga Amarela
me leva desta terra,
faz com que eu viaje
e com que esqueça de guerra.
Doces pitangas brancas
balançam sob Curupira,
que nasceu de calcanhares
para trás e andando
sempre em frente,
tudo é o jeito de falar
quando se trata de gente.
É preferível não julgar,
e outras coisas deixar
seletivamente passar,
em nome daquilo que
é para nos importar
ou deixar o vento levar.
Decidir que por pouca
coisa jamais buscar
com quem quer que
seja nos incompatibizar,
o importante é respirar
e a alegria cultivar.
Não precisamos com
razão ou mesmo sem,
rimar ou remar no rio
onde tudo nos dança,
e a palavra se faz lança
para quem sabe pescar,
buscar a rota e superar.
Se por acaso faltar espaço,
poesia ou entusiasmo,
silenciar é convite apropriado
porque não precisamos
falar sobre tudo e nem tudo
merece ou precisa que seja falado.
Aquela Iara com
um beijo de sabor
de Pitanga do Mato
capaz de te levar
e deixar-te enredado,
Num piscar de olhos
ficará apaixonado.
(Considere-se avisado).
Minha ancestralidade
sempre honrada,
Mani renascida,
eterna raiz sagrada.
Jamais esquecida,
louvada e adorada
com sabores e aromas
por mim recordada.
O coração sabe bem
quem é o seu dono,
e o seu espírito tem
o seu suave descanso.
Nunca precisei fazer
o caminho de volta,
aqui é minha terra
bela e sem adorno.
Nenhuma tempestade
estremece o amor
que é chama e refresca,
e não há quem me afaste dela.
Meus olhos se parecem
algumas vezes com
olhos de Mbaê-Tata diante
do ocultamento de alguns,
Só que não importa
a escuridão da noite,
é ali que eles são íntimos
e enxergam até as raízes,
Se esconder por
muito tempo é cavar
o próprio sepultamento,
O seu malfeito sem
esforço há de fazer por
mim a Lei do Retorno.
(O camarote da vida me pertence)
Seja de manhã, de tarde,
de noite ou de madrugada,
no lago do teu pensamento
a tal Naiá transformada
em flor do seu sentimento
e Jaci com todo o amor,
além do nosso tempo
dentro do peito embalador.
(O sentimento encantador).
A memória de um tempo
como Caipora correndo
veloz e solto na mata
para desatar os nós
que os homens criaram,
Dá para perceber
que não não aprenderam
nada e que não desejam
nem nunca aprender,
Para não perder o brio
sigo o curso indicado pelo rio.
Ânimo de Angoéra
dançando com
as moças na festa
até o Sol raiar,
É assim que te quero
ver pelo salão
da vida a rodopiar,
Porque mesmo
que tudo desafia,
o importante é
nunca se esquecer
de cuidar da alegria,
e sempre encontrar
uma razão para festejar.
Não me casei
por duas razões:
porque não
fui encontrada,
E também
não encontrei;
Continuo crendo
no amor como lei.
Que cresça
sem lenda
e do jeito que
a vida queira,
Que venha
a Tamba-Tajá
sem mistérios
e sem nenhuma
preocupação,
se o seu coração
é meu ou não.
Sem reconciliação
nada é possível,
A vida por si só
já é muito difícil.
Pensar diferente
é de direção existencial,
O quê a gente tem aprender
mesmo é a conviver.
Quando não for possível
a leveza de ser,
Crie para si um mundo
paralelo para proteger
o seu próprio equilíbrio.
Não permita que ninguém
acabe com a paz
do seu sorriso,
No final quem te salvará
é o seu heroísmo.
Por isso se permita
a escuta também Apinajé,
ora com a Lua e ora com o Sol
seguir plantando as tuas cabaças,
Ter alma de chuva
ao encontro da terra e da águas.
Quem é Pai presente em todas
as circunstâncias tem
o mesmo espírito de Sumé,
que nesta Terra sem males
deixou pegadas no Caminho do Peabiru,
merece ser sempre lembrado;
O seu legado é um ensinamento
que todo o Pai é necessário,
até para aqueles que por alguma
razão não têm o seu lado a lado.
Esculpidas no interior
as Vênus de Valdivia
para cantar o amor
sempre que for preciso,
Embalar o espírito,
a mente e o corpo,
Para abrir o caminho
coincidente para que
o melhor e o irresistível
brindem com a gente,
Crescente tem sido
infrene o desejo por
este encontro com
o quê há de inevitável
avassaladoramente.
Quem pensa que eu deixei
O General escanteado:
Se afogou no engano,
Apenas estava em silêncio
Ético porque assim
Estava no meu plano,
Para deixar que outras
Vozes falassem por mim.
Se equívoca quem pensa
Que estou brincando,
É bom levar a poesia a sério,
Me tragam o General com vida!
Há muito tempo venho
Pedindo o mar de volta
Para o povo boliviano,
Mas minh'alma pode pedir
De forma audaciosa
Bem mais do que imagina:
O General, o mar e a tropa
Em nome da poesia reunida.
Nessa tríade poética
cheia de maravilha
e culpa por ter feito
autoritários tropeçarem
nas próprias pernas
e se desconectarem
das obscenas idéias.
Porque com a tropa
sigo presa mesmo
que não me vejam,
podem ir atrás,
estou como serpente
invisível entre as rejas.
Dessa culpa jamais
eu hei de me livrar,
porque eu não sou
o pastor que para no
meio do caminho só
para ver o tempo passar.
Dos paisanos que estão
presos também me
encontro com eles,
se os meus poemas
estão irritando,
aprendi com o povo
que eles estão indo
bem e funcionando.
A poética nasceu culpada
antes mesmo de nascer,
obcecada pela paz
sempre caminha livre
em territórios de guerra.
Quem tem um palácio
da paz interior em si,
possui o ânimo que ajuda,
e a lucidez que sustenta.
A firme e óbvia convicção
da inocência que faz
resistir a dureza do cárcere,
é evidente e absoluta.
Mesmo que não reclame,
sente a falta de cuidado
do seu corpo castigado,
resiste estoicamente
a insanidade de quem
engendrou a prisão
notoriamente imerecida,
busca mesmo em oração
a luz da justiça perdida.
Escutei o eco do meu
clamor por liberdade,
um canto suramericano,
muito além do oceano.
Canção do interior
que não passa
e jamais passará,
da dor do General
quer saber quando
alguém cuidará.
Epopéia é o nome que
deveria se dar
ao adjetivo de quem
suporta preso e quieto.
Inocência conhecida
vítima de uma dor
que também me dói,
a verdade ninguém corrói.
Quem dera
se ao menos
tivesse a sã
doçura manuelita
para tocar no coração
de cada Comandante
e convencer
a base da rima:
a me dar a mão,
a olhar nos
meus olhos,
resgatar
os sonhos cadetes
e comigo seguir
na pátria espiritual
da poesia
onde todos
têm a mesma
cidadania,...
Bíblia, livros,
cadernos e lápis,
Para distrair
o General
até o alvorecer
da justiça,
Para ele
é o ideal
enquanto
não houver
nenhuma
previsão de tal;
Não somente
por ele,
Mas por
quem tem
a responsabilidade
pela vida dele,
E porque sempre
há de ser ideal,...
Não só por ele,
mas por todos
que estão como
e na condição dele,
Porque acima
de todos nós é
reconhecido por
Declaração Universal,
Não quero que
me interpretem mal
e nem pensem
que é afronta ou
o coisa parecida,
Apenas versos nômades
que pedem para
resgatar a harmonia.
Ser Pai é estender a mão
para erguer e proteger o pequeno,
é carregar no colo sempre
que for preciso, e sobretudo,
é carregar o mundo nas costas
mesmo estando cansado
e com aquele sorriso.
Todo o dia é dia de democracia
até para quem não acredita,
E que acha que é impossível
conviver com os Três Poderes
Em pleno funcionamento,
e sobretudo, em harmonia.
Mesmo em tempos entristecidos
da Pátria vizinha castigada,
Da inspiração tenho feito
a minha convicta cruzada
Contra a conhecida tirania,
que jamais me fará capturada.
Todo mundo sabe quem são
o Porta-Voz do Movimento
E a Defesa do General preso
por motivação política
Ocorrida desde a foz,
e têm noção de que ele
Vem sendo perseguido
há bastante tempo.
Quem insiste em tumultuar
e escrever outra história,
É cúmplice e algoz,
é um tipo de gente não
Merece nenhum tipo
de mérito, contentamento
Augúrio e plena glória.
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