Poemas de Victor Hugo Amizades
[...] isto não é um poema. Poemas são um tédio, eles te fazem dormir.
Estas palavras te arrastam para uma nova loucura.
Você foi abençoado, você foi atirado num
lugar que cega de tanta luz.
O elefante sonha com você agora.
A curva do espaço se curva e ri.
Você já pode morrer agora. Você já pode morrer do jeito que as pessoas deveriam morrer: esplêndidas, vitoriosas, ouvindo a música,
sendo a música, rugindo, rugindo, rugindo.
Amizades são tesouros,
mas não são ouro:
são pedras preciosas
que precisam ser lapidadas constantemente,
e isso leva tempo,
e requer perícia e dedicação.
Algumas vezes,
de uma pedra de uns vinte centímetros,
se extrai somente um pequenino brilhante
de apenas alguns milímetros.
Tal brilhante, porém, será valiosíssimo,
mas você não terá ele,
se não o lapidar primeiro...
Não é fácil
amar e não ser amado
sofrer e esta dor não passar
morrer, e talvez
ainda estar apaixonado
não é fácil ligar todas as noites
e ser ignorado
tentar ser forte
mas na verdade, ser um derrotado
por medo de amar
pelo simples medo de sofrer
amar é sofrer
sofrer é amar.
Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto.
Nada mais frágil que as amizades humanas; levam muitos anos a formarem-se e um momento só as desfaz.
Se um homem não faz novas amizades à medida que avança na vida, ficará logo sozinho. Um homem, senhor, deveria manter as suas amizades em contínuo restauro.
Você sabe que chegou ao ápice quando: fez amizades no passado, está concentrado no presente e é otimista em relação ao futuro.
Em certos pontos, em certas horas, contemplar o mar é sorver um veneno. É o que acontece, ás vezes, olhando para um mulher.
Não existe país pequeno. Avaliar a grandeza de um povo por seu número é o mesmo que determinar a grandeza de um homem pela sua altura.
É esse o efeito das existências esvaziadas, a vida é a viagem, a idéia é o itinerário. Sem itinerário, pára-se. Perdido o alvo, morre a força.
O homem, carnívoro, também é coveiro. A nossa existência é feita de morte. Tal é a lei terrífica. Somos sepulcro.
A noite veio. Ela achou-a tão bela, o luar tão doce, que fez um giro pela galeria que circundava a igreja. Sentiu com isso um grande alívio porque a terra lhe pareceu calma, vista lá de cima da catedral.
A felicidade que inspiramos tem algo de encantador que, longe de enfraquecer, como todos os reflexos, volta para nós mais radiosa.
Deus ao criar o rato disse: já fiz asneira! e tratou de criar o gato, logo o gato é uma errata do rato.
Mas a sua alegria apagava-se dia-a-dia, e cobria-se de poeira, como a asa de uma borboleta que um alfinete atravessou.
