Poemas de Reggae
Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Vindo de um certo lugar
Forçado a trabalhar neste imenso país
E era o chicote no ar
E era o chicote a estalar
E era o chicote a cortar
Era o chicote a sangrar
Um, dois, três até hoje dói
Um, dois, três, bateu mais de uma vez
Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está
Do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está
Lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo
O papel menor
O papel menor
O papel menor
Ou o papel pior
Rastafari, se desligando desse sistema
E da coisa imunda que nos envenena
E que adultera a nossa sina
Eles querendo mudar nossa sina
Nos injetando a inconsciência
Dizendo que é a democracia
Grande piada, conto de fada.
A Mente Irada tira o sono, traz o sonho!
Enquanto os mal feitores dormem, eu componho!
A Mente Irada tira o sono, traz o sonho!
Eu não me calo e denuncio, a tudo que me oponho!
A fome na terra
Comida pro lixo
Nascer pra ser humano
E morrer feito bicho
Nesse mundo desigual
Cobram muito de você
Te roubam a verdade
E te pagam pra esquecer
Não se paga por sonhar!
E não se põe preço na liberdade!
Onda positiva!
Procure a paz e busque a felicidade!
O seu lugar é aqui na minha frente
Minha boca nos seus lábios
Seu rostinho de contente
Bem de pertinho
Assim na minha frente
Meu toque na sua pele
Já sacia minha mente
O que te engana?
Um rolê na Cracolândia ou passear em Copacabana?
Brigar por futebol ou um assassino a paisana?
Um pega no careta ou dois pega na bagana?
Me fala o que te engana?
Me conta o que te engana?
Você olha pra mim, e me diz não entendi
Isso me tira o sono, acordei e nem dormi
Mas nunca desanimo, não esqueço o que vi
Ainda longe do fim, burro é cada um por si
Mesmo na queda lado a lado Oxossi e Exú
Matando a fome a adoidado, ração é angu
Tá pro governo carniça, dinheiro urubu
Humanidade, sem depender da Onu!
Agora eu sou a mosca que pousa na sua sopa
A mosca que lhe abusa e perturba o seu sono
A mosca no teu quarto e no teu ouvido a zumbizar
Fdp nem Ddt agora podem me parar!
Eu canto pra você que absorve a mensagem
Que enfrenta o dia a dia
Com a cara e a coragem
Que acredita na mudança
Sabe que não é bobagem
E quer encher nosso país
Com mais justiça e mais verdade!
Eu boto mais pilha e fogo na parada
Então peço truco e torno a jogada
Sem 6, 9 ou 12 com sorte regada
Caiu na minha isca então sente a fisgada
Segura a peteca não queima a largada
Ordem denegada pela madrugada!
Informação e conhecimento
Quase que cai no esquecimento
Bibliotecas, verdades em livros
Pela internet substituídos
O tempo passa mais acelerado
E cada dia o pão mais salgado
Dos parlamentos o salário aumentado
Pras nossas famílias impostos criados
Nesse exato momento
Lá fora, no frio e no vento
A morte consome
Mais uma criança que morre com fome!
Nesse exato momento
Lá fora, no frio e no vento
Nossas crianças morrem de fome
Num piscar de olhos
Mais uma que some
Tenho vitória, brindo aguardente
Linda ilusão me faz mais contente
Ciclo se repete anualmente
Resolvo problemas algebricamente
Mentes brasileiras são infinitas
Com suas criações mais que bonitas
Não vou reclamar
Sem solução pra nada
Já cai e não caio
Mais nessa cilada
Mergulho é de ponta
Vou até de barrigada
O caranguejo firme e forte
To na minha andada
Meu desabafo pronto
Narrativa história, vida
Faço questão de expressar
O que até Deus duvida
Faço questão de escrever
A dúvida incontida
Defendo a humanidade
Longe de ser destruída
Não faço questão de falar
Sobre a cor da pele
Sendo que tom nenhum
Ao meu ódio interfere
Só existe uma raça
Sem nenhuma diferença
Maldito preconceito
Não existe de nascença