Poemas de Realidade

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⁠REVERSO DA DOR

Me censuras pela minha poesia?
Acreditas, mesmo, que nela me ufano,
fujo da realidade, me refugio?

Mal sabes, meu caro senhor,
que, por vezes, é em cada verso
que busco o reverso da minha dor.

É nela, na poesia,
que restauro minhas forças
e venço a crueza de certos dias.

Valéria R. F. Leão

Inserida por valeriafarialeao

⁠A cada instante,
uma batalha,
uma luta interior,
Entre o desejo de tê-la
só para mim, e a
realidade que
nos separa.

Inserida por eraldocosta13

⁠A Vida É Sobre Isso

Quantas coisas você sonhou
Que não saíram do jeito que você queria?
Quantas coisas você aceitou
Que você jamais imaginaria

Ter que dizer sim quando era não
Engolir a seco e não responder
Ter que deixar quieto e abrir mão
Foi a única coisa que restou fazer

Eu sei que essas situações se repetiram
Por muito tempo na sua vida
Eu sei que muitos dos seus sonhos se destruíram
Da maneira mais dolorida
Mas a gente vai aceitando
O que dá pra fazer?
De tudo que você queria ter sido
Quanto daquilo hoje é você?

Você ainda acredita que consegue
Ou já deixou de acreditar?
Você ao menos ainda tenta
Ou já perdeu as forças pra tentar?

Eu entendo a sua raiva
Eu também já me conformei
Jurei que não ia mais nem tentar
Falei que já era, abandonei
Mas escuta o que eu vou te falar
Depois de um tempo eu me liguei
Voltei a arriscar
E o porquê eu te confesso:
Entendi que desistir
Não vai acelerar o processo

É sonhar, a vida é sobre isso
E quando errar, não tem nada errado nisso
Tá tudo bem, só não se cobre tanto
Não deixe a vida perder o encanto

Pois viver, é ter que rasgar planos
Mudar a rota, conviver com os seus enganos
É cair, muito mais que se imagina
É levantar, pois o sonho não termina

Inserida por FasDaEscrita

Me lembro de um grupo de amigos
que ficou vinte anos se reunindo e sempre faltava alguém.
Toda vez que estavam juntos era só:
– Ué? Hoje o fulano não vem?
Se ia um não ia outro,
quando não cancelavam o encontro também.
Mas no dia que o marcão morreu
No velório não faltou ninguém....

Inserida por FasDaEscrita

Poemas de Amor

⁠Não gosto de poemas de amor, nunca gostei.
Poemas devem ferir, excitar, provocar fugas, mudança de página;
Poemas devem ser escritos não para serem lidos, ou suportados, até o final,
Mas para serem sentidos, admirados ou repudiados, desde o início.
Gosto de poemas hemorrágicos, catastróficos, assassinos, incendiários;
Gosto de poemas malcheirosos, estúpidos, invasivos;
Aqueles que denunciam, provocam, ofendem;
Aqueles que desenterram cadáveres esquecidos
E com eles dançam um bom twist sobre mármores e flores artificiais.
Gosto, sobretudo, da poesia que denuncia os significados
das insignificâncias do mundo

Inserida por TerezaDuzaiBrasil

⁠E aí tem aquela histórinha assim:
– Vamos marcar algo?
– Ah, não… Semana que vem, talvez!?
– Pô cara, eu tô com saudade tua!
– Eu também! Um dia desse ligo pra vocês…
– Faz tempo que a gente não se vê, né!?
– Ah, verdade, é que a minha vida agora tá uma correria!
– Pô, então aparece lá em casa!
– Claro… Logo, logo eu te aviso o dia…

Isso me lembrou de um grupo de amigos
Que ficou vinte anos se reunindo e sempre faltava alguém
Toda vez que estavam juntos era só:
– Ué, hoje o fulano não vem?
Se ia um não ia outro
Quando não cancelavam o encontro também
Mas no dia que o Marcão morreu
No velório não faltou ninguém

Inserida por stackedactors

"Forças? Já não tenho mais,
Não tenho mais inspirações!
Quero apenas que alguém me escute
Ou que me destrua ou que me faça sorrir!⁠"

Rogério Pacheco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"No meu corpo tenho chagas
Em suas armas balas de canhão;
Encontro pedaços de corações
Que choram em vão. . .
No silêncio de sepulturas vagas!"

Rogério Pacheco
Poema: Triunfo alado
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Restaram confetes
Da noite pagã!
Se choras de amor
O verbo nem tanto!
Esqueças esse pranto. . .
Que o sol já brilhou!

Rogério Pacheco
Poema: Bílis da vida
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Já é meio dia.
Tu és boia-fria!
Foi-se a Colombina…
Fugiu com Arlequim!
Teu amigo de botequim!
E não tem mais bebida. . .
Ficou. . . !
‒ A bílis da vida!"

Rogério Pacheco
Poema: Bílis da vida
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Um chute no saco
Ou a lei do cangaço?
A morte com sorte
Com um tiro no peito
Religião do mais forte!"

Rogério Pacheco
Poema: Chute no saco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Um soco na boca
Do estômago vazio!
E um exame de sangue
De quem passa fome
E ainda exigem jejum!"

Rogério Pacheco
Poema; Chute no saco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Quarta-feira de cinzas!
Sexta-feira Santa!
Não se come carne.
E a única galinha do terreiro
Está na menopausa!"

Rogério Pacheco
Poema; Chute no saco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Vou pescar lambari!
No riacho…
Isto é…
Se ainda acho!
O lambari ou o riacho!?"

Rogério Pacheco
Poema: Chute no saco
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Pedaços de pedaços
Que se fazem em porções.
Pelas migalhas feitas de estilhaços;
São as divisões que se fizeram
E não querem ser frações."

Rogério Pacheco
Poema: Pedaços da humanidade
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Moro debaixo da marquise
Do prédio que você mora!
A poeira é quem me veste!
Sendo o vento meu amigo!
‒ E a chuva?
‒ Colabora!
‒ Levando seu escarro poluente!"

Rogério Pacheco
Poema: Que vou - Em vão!
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Divido tudo – minh’alegria. . .
Até meus pensamentos
Com os infelizes vira-latas!
E também ‒ ainda sou. . .
‒ Seu herói!
No anonimato de sua esquizofrenia!"

Rogério Pacheco
Poema: Que vou - Em vão!
Livro: Vermelho Navalha
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Vou ao banheiro e escovo os dentes
E deixo o espelho deliciando-se do creme.
Faço a barba e os pelos crescem na pia!"

Rogério Pacheco
Poema: Efeitos colaterais
Livro: Vermelho Navalha
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"A vida lá fora continua a mesma.
Volúvel, descontinua e incompleta.
Em cada esquina corpos armados se cruzam.
(A paz será sempre duvidada.)
E no tráfego, buzinas velozes
Antecipam a morte."

Rogério Pacheco
Poema: Miragens da vida
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco

⁠"Ontem havia uma mão te pedindo ajuda…
Hoje há uma Progressão Geométrica Infinita.
E na calada da noite um revólver te assalta,
Às vezes é para matar a fome."

Rogério Pacheco
Poema: Miragens da vida
Livro: Vermelho Navalha
Teófilo Otoni/MG

Inserida por rogeriopacheco