Poemas de quem Deu um Fora

Para aplicar a pena de morte, a sociedade deveria ostentar a autoridade moral de não ter contribuído em nada para fabricar esse criminoso.

Os homens sentem uma grande atração pela esperança e pelo receio, e uma religião sem inferno nem paraíso não poderia agradar-lhes de modo algum.

Todas as grandes personagens começaram por serem crianças, mas poucas se recordam disso.

As viagens dão uma grande abertura à mente: saímos do círculo de preconceitos do próprio país e não nos sentimos dispostos a assumir aqueles dos estrangeiros.

Nunca devemos admitir como causa daquilo que não compreendemos algo que ainda entendemos menos.

Os regulamentos assemelham-se aos ritos de uma religião, que parecem absurdos, mas moldam os homens.

Os velhos invejam a saúde e vigor dos moços, estes não invejam o juízo e a prudência dos velhos: uns conhecem o que perderam, os outros desconhecem o que lhes falta.

Achar em tudo desordem é prova de supina ignorância; descobrir ordem e sistema em tudo é demonstração de profundo saber.

É uma experiência eterna de que todos os homens com poder são tentados a abusar.

Se colocares numa parte da balança as vantagens e na outra as desvantagens, perceberás que uma paz injusta é muito melhor do que uma guerra justa.

A liberdade leva à desordem, a desordem à repressão, e a repressão novamente à liberdade.

Da maciez de uma esponja molhada até à dureza de uma pedra-pomes, existem infinitas nuances. Eis o homem.

Os arrogantes são como os balões: basta uma picadela de sátira ou de dor para dar cabo deles.

Não há perda maior do que apartarmo-nos de Deus, nem maior ganho do que voltarmos para Ele.

Para os cristãos, encontrar algo inacreditável é uma bela ocasião para acreditar.

Uma das maiores subtilezas da arte militar é nunca levar o inimigo ao desespero.

Nada há de mais belo e legítimo do que o homem fazer o bem e como deve ser, nem ciência tão difícil do que saber viver esta vida bem e naturalmente; e, de todas as nossas doenças, a mais terrível é desprezar o próprio ser.

O poeta pode contar ou cantar as coisas, não como foram mas como deviam ser; e o historiador há-de escrevê-las, não como deviam ser e sim como foram, sem acrescentar ou tirar nada à verdade.

O futuro é como o papel em branco em que podemos escrever e desenhar o que queremos.

Assim como o médico não deixa ver nada das suas apreensões ao seu paciente, da mesma forma o advogado mostra sempre uma fisionomia cheia de esperança ao seu cliente. É um desses casos raros em que a mentira se torna virtude.