Poemas de Memória
Mistura de tons e cores, de músicas e odores compunham recordações mágicas em alguém.
Á memória refinada de um perito, descarta testemunhas ao lembrar que, é outra a fragrância que o condena á lembranças sem leis.
A certeza já não existe, o que eu tenho é o agora e o agora também é breve. A única e bela memória de um grande amor é capaz de fazer renascer a esperança de viver.
“A memória falha, mas a presença — física, emocional ou espiritual — permanece inabalável.” – Os`Cálmi
Ao olhar uma estrela cintilante, não sei se seu brilho é verdade ou apenas a memória de uma luz extinta, que há muito deixou de existir. Talvez não seja ela que se perdeu, mas eu, que permaneço no lugar errado.
O passado só tem poder sobre você se a sua memória for mais forte do que a sua vontade de seguir em frente.
O tempo não apaga a memória, mas ensina a conviver com a ausência sem perder a urgência do presente.
A memória é uma casa de quartos trancados. Algumas portas abrem sozinhas, outras precisam de força. Quando entro, encontro ossos de riso e móveis de abandono. Arrumo o que posso e não tento ajeitar o impossível. Viver é aprender a escolher quais cômodos habitar.
A paciência é a alquimia que transforma perda em memória. Sem ela, o luto explode em rancor e fome. Com ela, o passado vira lembrança comestível. Aprendo a cozinhar memórias, a temperar saudade com graça. E então o que restou alimenta, em vez de matar.
Ainda que a luz se recuse a tocar o chão, há um rastro que a memória insiste em manter. Não me refiro ao toque, à palavra, ao perdão, mas ao contorno que a ausência deixa em você. O espaço que a água preenche é o mesmo que define o vaso, e o que se perde é apenas a medida do achado. Há encontros que não têm nome nem rosto, e são o silêncio que me deixou falado. Eu procuro no eco a prova de que não sumiu. E o ar que respiro não seria o mesmo, se a essência da sua passagem não tivesse ensinado o meu eu a ser extremo.
A gratidão não é um suspiro leve, mas a memória em carne viva do coração que se recusa a esquecer o dom, ela transmuta o fardo brutal da obrigação na epifania silenciosa de uma bênção.
A memória é uma artesã cruel: trabalha em silêncio, mas deixa marcas profundas. Às vezes lapida, às vezes corrói. Mas jamais deixa de atuar sobre o que somos. E reconhecer isso é aceitar que crescer dói e sempre doerá.
Eu sou a Força que, após resgatar a fé e a memória em pequenos reencontros, agora se concentra em proteger a única joia que me resta: a minha paz
Há algo anterior ao nome, ao trauma e à memória — o PRIMEVO — onde a alma não se explica, apenas pulsa. É desse território que brotam as neuroses, não como falhas, mas como mensagens mal traduzidas do fundo arcaico que insiste em existir. Quando a consciência tenta domesticar o PRIMEVO, nasce o sintoma; quando aprende a escutá-lo, nasce o sentido. Toda cura começa no instante em que o ser aceita que não é senhor da própria origem, apenas intérprete tardio de um chamado antigo.
O corpo tem memória de batalhas que a mente quer esquecer. Há dias em que ele se recusa a colaborar, cobra presença no presente. Quando obedece, eu celebro em silêncio, quando nega, aprendo a negociar, ofereço chá, música, paciência, pequenos tratados de trégua.
A consciência não é o acúmulo de dados, mas a arte de saber o que esquecer para que a memória possa, enfim, criar.
A consciência negra não é apenas memória, é movimento, é raiz que sustenta, é força que renasce. Honrar essa história é reconhecer que a liberdade se constrói todos os dias.
“Que o Natal, memória do nascimento de Cristo, nos recorde que antes de sermos povos distintos somos humanidade compartilhada, e que nenhuma fronteira é maior do que o chamado à paz, ao cuidado mútuo e à dignidade que nos une.” - Leonardo Azevedo.
A gente pode chamar de memória seletiva quando a pessoa não tem a razoabilidade de assumir que mudou de opinião.
