Poemas de Mario Quintana - Vaca
Fogão de Lenha
Espere minha mãe estou voltando
Que falta faz pra mim um beijo seu
O orvalho da manhã cobrindo as flores
E um raio de luar que era tão meu
O sonho de grandeza, ó mãe querida
Um dia separou você e eu
Queria tanto ser alguém na vida
Apenas sou mais um que se perdeu
Pegue a viola e a sanfona que eu tocava
Deixe um bule de café em cima do fogão
Fogão de lenha deixe a rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar
Mãe eu lembro tanto a nossa casa
As coisas que falou quando eu saí
Lembro do meu pai que ficou triste
E nunca mais cantou depois que eu parti
Hoje eu já sei, ó mãe querida
Nas lições da vida eu aprendi
O que eu vim procurar aqui distante
Eu sempre tive tudo e tudo está aí
Começo a ler, mas cansa-me o que inda não li.
Quero pensar, mas dói-me o que irei concluir.
O sonho pesa-me antes de o ter. Sentir
É tudo uma coisa como qualquer coisa que já vi.
Não ser nada, ser uma figura de romance,
Sem vida, sem morte material, uma ideia,
Qualquer coisa que nada tornasse útil ou feia,
Uma sombra num chão irreal, um sonho num transe.
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo.
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Assim como borboleta, após debater-se cruelmente em paredes.
Um raio de luz brilhou, a saída!
Sim,és momento de tentar outra vez;
De acreditar que ainda sou capaz;
De recomeçar, de reaprender a voar,
Por que a canção não está perdida (jamais).
Por instantes a ausência de inspiração para este
Mas aquele “simples” raio de luz,
Trouxe-me, encontrei razão para ser.
Só o amor
Por amor
Sofri algumas vezes
Eu recordo a primeira ocasião
Por amor
Roubei a primavera
Com suas flores
Eu fiz essa canção
Por amor
Perdemos a conciência
E deixamos livre o coração
O amor se entrega e não se pensa
Pode mais a fé que a razão
Se você vive só
e abatido
deveria pensar
que passamos todos pela vida
mas a alma é imortal
Só o amor
É a saída
Limpa, constroi e consebe e procria
Só o amor
Cura as feridas
Que alguma vez nos causou tanta dor
Por amor
Morreu cruzificada
Na esperança da humanidade
O amor é a fruta sagrada
A promessa de nossas liberdade
Por amor
Perdemos a conciência
E deixamos livre o coração
O amor se entrega e não se pensa
Pode mais a fé que a razão.
DESTINO sem destino
Encontrei; ignorei; depois olhei, escutei, me apaixonei. Resistir?! Tentei, mas me entreguei, amei, chorei e guardei.
– Alguns anos atrás ela conheceu pessoas, confiou, amou, foi amada, traiu, foi traída, chorou, sorriu, se lamentou, se arrependeu. Aí ela cresceu, seus amores mudaram, seus gostos mudaram, novas pessoas ela conheceu e de novo amou, foi amada, traiu, foi traída, confiou, chorou, sorriu, se lamentou, se arrependeu. E agora todos os dias ela acorda apaixonada por uma pessoa diferente, ela não sabe mais amar, ela não sabe mais dar valor, ela não confia mais, ela não pensa mais nele pra dormir, ela não chora mais, nem sempre ela sorri sinceramente. Mas ela se ama mais, ela se valoriza mais, ela é muito mais feliz. Ela cansou também de ser amada e ela percebeu que amar uma única pessoa é muito arriscado, a menos que essa pessoa seja ela mesma. E ela se ama unicamente.
– Quem é ela mesmo?
– Não sei ao certo, mas dizem que se chama Camila Godoy.
O gosto do teu veneno,ainda não consegui prover.
Não sei se tens sabor de morango,porque ainda não pude te amar.
Dou minha vida por te não irei me entregar.
Mas cedo ou mais tarde,um dia eu vou te amar...
Teve uma época em que amava a todos sem amar ninguém,
depois tive meu primeiro grande amor,
depois disso tive alguns "amores",
agora? agora? agora? agora?
experimento o "amor próprio"
depois? depois? depois?
rezo para que o próximo seja o Eterno
Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
Nota: Trecho da música "Chega de Saudade"
...MaisTe quero, mas não posso
Te quero mas não posso,
Não posso te abraçar,
Te quero mas não posso,
Não posso te beijar.
Ah como eu te quero !
Te quero tanto,
Cada dia sofro mais
Nesse pranto.
Nos damos tão bem
Com esta amizade,
Você tão feliz e eu tão covarde;
Com medo de que ?
Não estou cometendo nenhuma maldade !
Te quero, mas não posso,
Você é tão linda, tão meiga,
Me deixa muito louco,
Parecendo um tolo,
Com o coração de manteiga,
Reclamando da vida,
Da dor tão sofrida,
Que me esqueço de agradecer,
Por pelo menos te conhecer,
Mesmo não podendo te ter.
Sempre vou te esperar,
Até quando você vai se tocar ?!
Que ninguém te ama tanto quanto eu amo você !
Nunca vou te perder !
Te quero mas não posso,
Estou quase tendo um troço,
Por não estar em teus braços,
Preenchendo esses laços
E vivendo sem nenhum remorso.
Mas eu não posso,
Não posso deixar de te ter.
E pra sempre eu vou te querer.
Invisto todo meu tempo em você,
Isso é um lucro absurdo de vívido prazer,
Cultivo o brilho do teu olhar,
Isso é a coisa mais bela que eu posso querer.
Adimiro o luar,
Tentando saber seus pensamentos,
Lembrando do seu lindo olhar,
Eu não penso em mais ninguém,
O teu beijo fica comigo, me faz teu refém.
Os sinais que a tua pele traz
Tem o nome de estrelas e constelações,
Isso é o que me faz ter alucinações.
Já desisti de tentar,
Mas não consigo esquecer,
Pois sem você já não há,
É o que o amor quer dizer ...
E no que eu quero pensar,
É sempre, sempre poder te ter.
Esse negócio de popularidade cansa. Só porque você conhece várias pessoas, não quer dizer que você é mais importante que ninguém. Não é porque você é bonito, pega um monte de gente, conhece várias gatinhas(os), que você é melhor que eu. Você não é maior que ninguém só porque estuda na melhor escola, só porque tem dinheiro, só porque tem todos os meninos(as) aos seus pés.
Você saiu do mesmo lugar que todos. Diferença social não é a unica coisa que se compara entre duas pessoas.
"Nossa vida é um costurar constante...
É um indo e vindo, para alinhavar situações,
medir proporções com olhar absoluto, muitas vezes.
É pespontar atitudes, para ter resultados seguros.
É usar de retalhos de coisas passadas,
mas que muito ainda servem para unir velhos desejos
a possíveis realizações.
É reforçar algumas opiniões,
forrando com determinação, garra e coragem.
Definitivamente...
...a vida é um atelier,
onde devemos exprimir dons e talentos,
aliados, sempre,
à humildade de ouvir o que outros tem a dizer.
E assim, de forma mansa, mas decidida,
definir o que, de fato,
nos propusemos a fazer."
Gostaria de ver o mundo como uma criança,
Correr, brincar, cair e nunca perder a esperança,
E...
Nessas linhas turvas que te vejo
Não sei mais quem ou o que desejo
Vejo...
Como o céu escurece nas madrugadas frias e
Ouço pássaros cantando ao clarear do dia
É...
Pequena poeta menina
Agora me faço mulher
Vou dar a volta por cima
E dar valor a quem me quer!
Se um dia eu pudesse ver o sabedoria, o que veria?
Certamente um velho homem oriental, de cabelos raspados, meditando e com um ar de serenidade;
Não, não. Veria um computador dentro do meu ser; ou que sabe um cientista querendo conquistar e melhorar o mundo.
Viver, pensar, buscar, saber.
Quem sabe nada disso, ou talvez a união de tudo isso; Será que definir a sabedoria é uma ignorância, uma ilusão?
Já ouvi falar que definir é impor limites, talvez no limite dessa sabia sabedoria, ninguém seja sábio o suficiente a ponto que querer saber mais e mais...
Não se é grande sem crescer
Não se cresce sem sentir
Nada existe sem porquê, portanto
Vai correndo procurar
Tudo aquilo que almejou
Já sabendo que ao voltar
O mundo será outro.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poeira do chão
O que te dei em carinho
Tu devolveste em traição
O que era um claro caminho
Tornaste desolação
Hoje,tu voltas chorando
Para implorar meu perdão.
O meu perdão nada custa
Falando a palavra justa
Há muito eu te perdoei
E por amar de verdade
Vendo tanta falsidade
No fundo eu te lastimei.
Se é baixo e vil o interesse
O amor bem cedo fenece
É flor que morre em botão.
Não
Não pode alcançar os astros
Quem leva a vida de rastros
Quem é poeira do chão...
POESIA-PLACEBO
Tórrida noite,
Tépido dia:
Certo mesmo é ser fria
A minha poesia.
Longa noite,
Mínimo dia:
A verdade
É ser cega a lâmina da minha poesia.
Gótica noite,
Plácido dia:
A poesia minha não fecunda as tormentas,
Tampouco afaga a brisa.
Cancerígena noite,
Ofídico dia:
Minha poesia não é amplidão e matéria florida,
Muito menos cubículo ou o estadão das partículas.
Dia-noite,
Noite-dia:
É água insossa a minha poesia..
Nem salgada, nem docílima!
Visão de Clarice Lispector
Clarice,
veio de um mistério, partiu para outro.
Ficamos sem saber a essência do mistério.
Ou o mistério não era essencial,
era Clarice viajando nele.
Era Clarice bulindo no fundo mais fundo,
onde a palavra parece encontrar
sua razão de ser, e retratar o homem.
O que Clarice disse, o que Clarice
viveu por nós em forma de história
em forma de sonho de história
em forma de sonho de sonho de história
(no meio havia uma barata
ou um anjo?)
não sabemos repetir nem inventar.
São coisas, são jóias particulares de Clarice
que usamos de empréstimo, ela dona de tudo.
Clarice não foi um lugar-comum,
carteira de identidade, retrato.
De Chirico a pintou? Pois sim.
O mais puro retrato de Clarice
só se pode encontrá-lo atrás da nuvem
que o avião cortou, não se percebe mais.
De Clarice guardamos gestos. Gestos,
tentativas de Clarice sair de Clarice
para ser igual a nós todos
em cortesia, cuidados, providências.
Clarice não saiu, mesmo sorrindo.
Dentro dela
o que havia de salões, escadarias,
tetos fosforescentes, longas estepes,
zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,
formava um país, o país onde Clarice
vivia, só e ardente, construindo fábulas.
Não podíamos reter Clarice em nosso chão
salpicado de compromissos. Os papéis,
os cumprimentos falavam em agora,
edições, possíveis coquetéis
à beira do abismo.
Levitando acima do abismo Clarice riscava
um sulco rubro e cinza no ar e fascinava.
Fascinava-nos, apenas.
Deixamos para compreendê-la mais tarde.
Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.
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