Poemas de Mario Quintana - Vaca
É engraçado voltar para casa.
Tudo têm a mesma cara, o mesmo cheiro. Nada muda.
Nos damos conta de que quem mudou, fomos nós.
Eu Preciso De Você
Como o sol precisa de um poente
Eu preciso de você, só de você
Como toda orquestra de um regente
Eu preciso de você, só de você
Como a flor precisa de perfume
E a mulher de ter ciúme
Quando o seu amor não vem
Preciso tanto de você
Como a noite busca a madrugada
Eu preciso de você, só de você
Se o poeta busca a bem amada
Eu preciso de você, só de você
Só você não sabe a solidão
De tão imensa é uma doença
Que me deu no coração
Se o ateu precisa de uma crença
Eu preciso de você
Decisão de Crescer
Há uma permanente luta íntima, quando o homem se resolve por abraçar a vida nobre.
Quais dois exércitos em fúria, no campo mental, surgem constantes confrontos.
Os guerreiros habituais - o egoísmo, o orgulho, a violência, a ambição tentam superar os novos combatentes - o amor ao próximo, a humildade, a pacificação, a renúncia.
O indivíduo sente-se dividido e angustiado.
Nesse terreno áspero brilha, porém, a luz da inspiração superior que lhe aclara a alma e a estimula a insistir nos propósitos elevados.
Investe na batalha da vida os teus esforços nobres e não desistas.
Cada dia de resistência representa uma vitória até o momento da glória total.
- Ela parece distante... talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem? '
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
Feliz é a sorte da inocente dorsal?
Esquecendo o mundo e o mundo a esqueceu.
O brilho eterno da mente sem lembranças.
Aceita todas as preces e abre mão de todos os desejos.
" Tudo nos chega na hora exata,
no momento oportuno...
Como as Estrelas e a Lua
esperam o dia todo
o Sol brilhar
e só depois que ele recolhe
elas vão surgindo até que
tomem conta do Céu!!!
Nada chega antes ou depois!
Aqueles que adiantam,
muitas vezes pegam
a Porta Trancada
e os que se atrasam,
perdem a oportunidade...
Se teve saudade,valeu a pena...
Os que se foram,
não eram nossos eternamente,
só uma temporada,uma primavera,
um amor de verão...
Tudo chega na hora exata
e na hora exata se vai...
Ficamos renovados,novas lembranças,
novas canções:novos desejos...
Novas Fitas Magnetizantes do desejo
de alcançar o invisível aos olhos,
então voamos além do quando
e através do sempre
em harmonia com o eterno,
o que nos ensina a cada dia
o que é o @mor.
Ontem anoiteceu e eu nao consegui encher as estrelas
Hoje amanheceu e nao consegui ver o sol
Tudo isso por que voce nao consegue enchergar o quanto eu te amo...
eu estaria mentindo se dissesse
que você me deixa sem palavras
a verdade é que você deixa minha
língua tão fraca que ela esquece
a linguagem que fala
Dentro...
Eu sinto o arder;
Eu sinto o mover;
Eu sinto o quente;
Eu sinto a conexão da gente...
Ouça! Houve junção, é um corpo somente que arde, move, esquenta e vive, é eterno até que chegue a explosão revolucionando dois em um só então.
Agora não somos dois. Dentro há uma infinita união.
Para: Cléo Souza -
Quando te conheci !
Quando te conheci,
Muitos poemas ti escrevi,
Sempre disse neles,
que gostava de ti.
Mas, hoje escrevo, para dizer-te:
Que te amo muito e que abaixo de Deus,
Tú és a única razão da minha existência.
Sinto o teu perfume, no ar que respiro,
Sinto a tua voz, na brisa dos ventos,
Vejo o brilho dos teus olhos através das estrelas.
Vejo teu sorriso no abrir das flores,
Sinto que estais ao meu lado,
mesmo quando estamos distantes,
querida te amo muito, sou grato a Deus,
por ter nos unidos por todo esse tempo.
Não se pode enlouquecer por todos os loucos, e esse mundo não é digno de minha lucidez. E é persistindo na diferença de quem sou e de como escrevo, que acabarei me tornando sábio. Talvez como Quintana que disse "... A poesia é uma loucura lúcida”. E existe um prazer em viver fora da normalidade, no movimento dos dedos sobre o papel, na beleza de cair e levantar. Ninguém quer aplaudir, todos querem vaiar. Somente um louco me entenderá, todos querem saber, mas minha insanidade não permite explicar.
MILAGRES À GRANEL
Há quem não acredite em milagres
Há quem tenha certeza que é só uma miragem
Há quem duvide do quase não difícil
Há quem acredite no impossível
Há quem creia que o passível é o mesmo que passivo ou permissivo
Há quem acredite que o incrível não é crível!
Vejam vocês: o impossível é passível de possibilidades
O possível, por sua vez, é repleto de impossibilidades
O sol não se põe no horizonte, pois o horizonte é nada mais nada menos que uma miragem; uma ilusão.
Mas é impossível e crível não existir o esplendor aos olhos da poesia.
O milagre está aí(ou ali) tão longe e tão perto.
Cabe aos olhares crentes — e até não crentes
Que a luz coexiste com a escuridão e
Que o sim coexiste com o não em suas mais difíceis entranhas.
Observo uma bola de fogo, uma gema, um ovo cercada por por cores qual um imenso afresco celestial
pintados por elementos naturais que fazem parte do nosso corpo e consequentemente da nossa breve existência.
Que poder esta obra-prima mutante tem sobre os que fitam com muitos sentimentos guardados ou soltos
Retos ou tortos
Vivos ou mortos
Há quem acredite em milagres...
Sou um deles
Você, Idem
Então viva os incríveis, críveis, impossíveis, passíveis com permissividade e regozijo
Os milhões de milagres que estão à sua volta, no alto e debaixo da terra.
Você é um milagre!
Felizes Anos Novos!
Luciano Calazans. Salvador, Bahia. 28/12/2017
CONTO DO MEIO
Quando pequeno, eu estava no aniversário de um amiguinho
e pus meu dedo no bolo.
Não coloquei e tirei. Não passei o dedo.
Apenas enfiei a ponta do indicador naquela parte branca.
O dedo permaneceu lá, parado, enfiado, intacto.
Todas as mamães me deram um sorriso falso.
Os papais estavam bêbados no quintal.
O único homem ali perto era o tio Carlos.
Tio Carlos se escondia atrás dos óculos e da câmera fotográfica.
Era bobo, agitado e gorducho.
Quase sempre sorrindo.
Tinha poucas, raras, nenhuma namorada.
Tio Carlos atrás dos óculos, da câmera e de namorada.
Meu braço esticado era a Golden Gate.
Uma conexão entre minha consciência
e aquele montante de açúcar.
A ponta do dedo imóvel, conectada, penetrada no creme branco.
Uma das mamães resolveu liderar a alcateia
e me pediu para tirar o dedo.
Pra que tanta coragem, perguntou meu coração.
Porém meu dedo,
afundou um pouco mais.
Olhei-a nos olhos sem docilidade.
Meu corpo imóvel.
O dela recuou.
Minha mamãe, sem graça,
falou que isso passa.
Eu atravancava, ria e dizia:
- Vocês passarão, eu... - estendia a aporia.
Eu era a Criação de Adão na Sistina.
Era mais que Michelângelo,
Era Adão no Bolo,
Era Bolo em Deus.
Mamães desconcertadas. Olhando umas para as outras.
O silêncio reinava,
o reino era meu.
Mamães desorientadas. Olhando para mim.
Tio Carlos com a câmera fotográfica
olhava para as mamães.
Acho que ele era apaixonado por umas três mamães,
ou mais,
ou todas.
Esperei um não.
Esperei um pare.
Ninguém era páreo
para um rei.
Tirei.
Enquanto
Enquanto as horas passam
E os segundos correm
Muitas vidas nascem
E outras tantas morrem.
Enquanto a melodia toca
E as ondas oscilam no mar
Tenho a cada vez menos certezas
E uma enorme vontade de amar.
Enquanto o pôr do sol encanta
E o beija-flor beija a flor
Eu cuido do meu jardim
Seguindo o que o poeta aconselhou.
Edson Luiz – Primavera de 2015
Quero apenas voar!
Por Karine Bighelini, 22/11/13
Hoje quero ser do contra, do outro lado, do oposto, daquilo que ninguém quer falar. Resolvi fazer do meu jeito... Simples assim! Alguém já não disse que a unanimidade é burra?
Ah, se todos seguissem seus “próprios eus”...
Ah, se a direção de nossos instintos se dispusesse de qualquer norma ou medo de viver!
Quanta originalidade não seria dispensada,
Quanta tristeza poderia ser evitada!
Quisera que todos nós pudéssemos “seguir” somente a genialidade humana.
E ao menos, uma vez ao dia, termos a intensidade de Mário Quintana!
Com seu inesquecível Poeminha do Contra, autores tradicionalistas ousaram criticá-lo pela sua simplicidade linguística.
“Somente” inesquecível foi o que ele conseguiu ser!
Tantas interpretações desde 1978 e ainda, hoje, sua famosa estrofe leva o público a devaneios e entendimentos semânticos:
“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
Há liberdade maior do que o voo de um pássaro?
Ser livre, ser solto, ser seu dono...
Ter asas: que combustível invejável!
Não quero atravancar, quero libertar-me...
Não quero ficar, quero simplesmente passar...
Não quero ser “imortal”, quero apenas voar, voar e voar!
SEM NINHOS
Sei que ele passa,
Como passa o tempo.
Por isto quando chegar
A minha hora
De subir no telhado,
Vou gritar bem forte,
Nem vou olhar ao lado.
Quero que o meu eco
Voe pelo espaço,
Siga sempre em frente,
Mesmo que não tenha
A certeza de algum lugar.
Não posso falar “baixinho"
Quando estiver no telhado.
Quero gritar mais alto,
Este amor que agora sinto
Não cabe só em mim.
Gritarei sem medo,
Que voe os passarinhos
Em busca de outros ninhos.
Que o meu grito eternize
O nosso momento,
Mesmo que ele passe,
Como passa o tempo.
(Homenagem-diálogo com Mário Quintana: "Bilhete")
Folhando
Na Canção do amor imprevisto
Um Poeminha do contra a encantar
A poesia descobri com Quintana
E outros gênios passei a admirar.
Letras de poetas expoentes
Motivo de Cecília em instantes
Traduzindo-se Ferreira Gullar
E o Quixote Miguel de Cervantes.
Vinícius compondo sonetos
Olavo ouvindo uma estrela
Carlos e seus anjos tortos
Em Pasárgada, eternizado, Bandeira.
A Violeta de Alves a brotar
O Prefácio de Barros sorridente
Cora admirando a Lua-Luar
O Inverno de Lima presente.
Dias escutando o sabiá
Drummond consolando José
Nos versos íntimos Augusto
Em Linha reta Pessoa é o que é.
Poema QUINTANARES
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei,
Que há até uma encantada,
Que nem em sonhos, sonhei.
Mas se a mim me permitir,
A vida em redemoinho,
Quero me ir levemente sorrindo,
Como se vão aquelas folhas outonais,
Que varrem as ruas centrais da cidade que habito.
E se não for por ventura,
Que o coração se reparta,
Quero que arda em fogo árduo,
A pungente alegria, daqueles que se embriagam,
Simplesmente enamorados na claraboia da lua.
Há tanta coisa escondida, nestas ruas que andarei,
Até mesmo a própria vida, feita uma canção atrevida,
Que quiçá, talvez um dia,
Com as próprias mãos tocarei.
Carlos Daniel Dojja
Em Homenagem a Mário Quintana
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