Poemas de Luto
Pessoas quietas têm mentes barrulhentas
Pensamentos rápidos, com palavras lentas
Por fora são flácidas, por dentro violentas
Até prova do contrário não são rabugentas
Discordam das ideias que vão contra seus ideais
Não são manipuláveis como as pessoas normais
E apesar de acreditarem que viemos de animais
São meigos e simpáticos para com os demais
Ignorados, destratados, representam a minoria
Os super-dotados, a maioria com miopia
Conhecedores devotados no cultivo da sabedoria
Observam calados a vossa hipocrisia
Autores de teorias, trovadores de poesias
Maestros de sinfonias, destros em filosofias
Conversadores versáteis pela bagagem de conhecimento
Quando olham uma parede, veem além do cimento.
Com a «caixa do pensamento» decifram as equações
Que se encontram ao vento, em sucessões
Antecipam um evento, em casa de calções
Fazem o devido reconhecimento e os planos de acções
Não creem em deus nem em contos de fadas
Apostam nos seus familiares e bradas
Praticam o bem, a troco de nada
Diferente de quem espera por palmadas
Mulher..., não é o que parece
Acham que não quer, que ninguém o merece?
Enriquecer, envelhecer, sozinho no estresse
Adoecer e depois morrer, não, ninguém merece
Ser igual é chato, ser diferente é duro
Dou por mim estupefacto, encostado no muro
Pelo simples facto de instruir um burro
Ser ignorante de facto hoje em dia é mais seguro.
Quando o receio supera a atitude de agir
O Homem se distancia da meta a atingir
Daquele sonho risonho começas a desistir
Ficas no chão a reflectir e não consegues discernir
É o medo da responsabilidade que está a surgir
Se apegas a mocidade, mesmo ciente da realidade
Que esta acção da verdade só te vai deprimir
A frustração consumir a cada ano de idade
Crescer meu mano não é fácil para ninguém
E abster-se do plano, não é solução também
(Depender do Pai ou mesmo do Tio?
Dar despesas a Mãe por medo de encarar o desafio?)
És uma pessoa adulta andando em rodopio
Sem plausível desculpa a este vício doentio
Mano a vida é luta que se trava dia a dia
Aposte na labuta, conquiste sua autonomia
O Homem não se define pelas velas que soprou
Pelos planos que traçou ou metas que alcançou
O Homem é ser sublime nas decisões que tomou
Nas batalhas que travou e nas pessoas que inspirou
Nascer para Morrer a vida são dois dias
O destino é único mas, muitas são as vias
Derrotas e quedas, tristezas e alegrias
Fazem parte da caminhada se é que tu não sabias.
Mal, afinal quem é o Pai desse mal?
É o ser transcendental ou o animal racional?
O diabo decerto é a opinião global
Um tal anjo esperto, governante universal
Censo comum é a ponte do conhecimento actual
Eu não creio em dogmas acredito na moral
O dogma é veneno da potência intelectual
Única certeza trivial é que o mal é real
Ausência do bem, insatisfação da conduta
De alguém para outrem, com ou sem desculpa
O mal é histórico, nascido da labuta
Arquitetado pelo homem, o mal reside na disputa
Homem transfigurado em animal selvagem
Facto mais que consumado, não se trata de miragem
O fim é justificado pelo meio que é usado
Mesmo que o resultado prejudique o irmão do lado.
Supondo que Eva e Adão foram nossos ancestrais
Ignorando a evolução, ideia que viemos de animais
O homem como pensamento evoluiu até demais
Multiplicando o conhecimento até aos dias actuais
Da palha ao cimento, das pedras aos metais
E todo aprimoramento de outros materiais
A exploração das plantas para fins medicinais
O controlo do vento e outros ecossistemas naturais
Tudo parece uma beleza ao olho desatento
Mas a Mãe natureza acha o homem violento
Pela nossa destreza em quase todo evento
Que expeliu muita tristeza até o actual momento
Evoluímos na tecnologia através da ciência
Esquecemos da sabedoria que é a verdadeira essência
A real primazia que daria sentido a existência
Se não fosse pela hipocrisia que reprimiu a consciência.
Existo e sou real não me descrimine
Acelero a morte de quem não se previne
Sou mortífera, criação da ciência
Carnívora, tiro-te a existência
Não tenho estrutura, não tenho aparência
Não tenho moldura, não tenho clemência
A escala decimal, reduzo sinais vitais
Responsável desse mal
Transforma vidas em restos mortais.
Existo e sou real não me descrimine
Sou mais penal que qualquer crime
Te agrado, sou o pior veneno
Se propago e ganho mais terreno.
Existo e sou real não me descrimine
Sou mais penal que qualquer crime.
Eu não nasci assim estranho como sou
E não culpo a mim ou quem me criou
Sou fruto da sociedade ela que me moldou
Na busca de integridade que a mesma rejeitou
Por mais solitária que seja minha pessoa
Um tanto arbitrária, céptica que até enjoa
Preciso de companhia, além do meu ego
E procuro dia a dia, a falsidade não me entrego
Pois viver de aparências e não ter identidade
Convergem na mesma triste realidade
Fingir gostar e ser só para ser aceite
Digo: não é viver quero ser diferente
Apurado ou não seu campo de visão
Aparência é ilusão, obstrução da percepção
De conhecer o que é, além da configuração
Exterior que também, é uma distorção
Serei o que quero (eis o cerne da questão)
Opinião nem espero para saber que é enganação
C.D.F. (cabeça de ferro), que seja isso então
Ao menos me venero quando rejeitado na nação
Diferente de vós, ó fracos de coração
Que procuram aprovação, de quem vos pisa sem educação
Estúpidos sem noção, aparentam o que não são
Carentes por atenção, marionetes da globalização.
Todos sentimos a necessidade de se enquadrar em um grupo social, que partilha das mesmas ideias que as nossas. Quando somos rejeitados a primeira, por vezes vestimos máscaras só para sermos aceites. Vivemos de aparência para agradar a terceiros, não queremos ser vistos como estranhos. Mas eu digo, ser estranho é ser diferente, e ser diferente num mundo de iguais, é o que nos torna especiais.
SER HARMÔNICO
(23.08.2018).
O espírito se enche de alegria,
Quando a mente se esvazia
De si para contemplar a luz
Que dá vida as coisas.
Uma onde de tranquilidade
Invade o ser pequeno que
Tenho, dando um pouco
De meditação, e plena harmonia.
CREPÚSCULO DOS DIAS
Na infância da existência
nossa consciência de tempo
e espaço nos iludia fácilmente
nos fazia ouvir sons inefáveis
de promessas de prosperidade
víamos imagens de um futuro sem dor
o sofrimento dos outros era só uma ideia
algo que não poderíamos compreender
nem lamentar.
Como criança, brincávamos
com sol durante o dia,
à noite com as estrelas
como se ambos fossem para nós
eternos amigos,
leais companheiros de viagem
rumo à eternidade.
Contudo, chega o crepúsculo dos dias
quando olhamos para trás
e enxergamos um por do sol,
outrora colorido
agora sombrio e cinza,
com um olhar distante e melancólico
reconhecemos que o tempo é inexorável
um pássaro mudo, que não canta mais
a canção favorita dos homens
os sinos que agora tocam
são ecos sem melodia definida
nossos ouvidos céticos não ouvem mais
os acordes da esperança.
Evan do Carmo 23/08/2018
"Flor de inspiração;
Sorriso que alegra o meu dia;
Basta apenas te imaginar;
Que o pulsar do meu coração, chega na
Luz do universo.
O peixe no cozido
está vivo
nó no ouvido
zumbido na garganta
de nada adiante
pare o avião
eu quero comer
O vazio preenche meu interior
O frio invernal às brechas do vão actua nas minhas noites silenciadas
Finalmente a voz ficou muda e
A escuridão incegou boas memórias
Sinto o barulho confuso em minhas sonecas
Ouço a tristeza da minha alma encurralada
Não vejo o medo muito menos coragem
Finalmente o orgulho me acusa das más decisões
O presente não consegue recuar
E o futuro parece curto de mais
Eu não vou saber seguir em frente
Sou réu do meu juízo
Finalmente me condeno às acusações do orgulho
" Pois antes de ter você
quero possuir-me,
para poder entregar-me,
sabendo que não sou dono de nada,
nem de mim,
quanto mais de você
e assim ser, apenas
tudo
e nada mais...
Busquei todas as fórmulas para te esquecer.
Busquei de todas as formas te esquecer
Fiz promessas ajoelhada para nunca mais te ver
Clamei chorando para me afastar de você
Procurei ajuda de amigos para conseguir desapegar
Pesquisei na internet artigos para tentar apagar
Precisei de psicólogo para conseguir seguir em frente
Fui em vários médicos em busca de uma fórmula
Calejada de tanto tentar te esquecer
Me deixei levar para ficar ao seu lado
Me adaptei sem querer somente para te ter
Só queria sentir um pouco de você enquanto pude
Sei que virou costume e quem sofre sou eu
A última tentativa é ir para bem longe
Vivendo perto de ti eu só vou ficar na tentativa
Não resisto deitar em seus braços
Sei que vou tomar uma dose de tristeza
Vou tomar um porre de saudades
Ficarei bêbada de tanto chorar por você
Eu vou levar você comigo dentro do meu coração
A distância vai me machucar e fazer feridas
Guardarei você em um lugar precioso
Você vai seguir no presente e esquecer que eu existo
Serei como um objeto inútil do passado
Largada dentro do seu quartinho da bagunça
Vida em versos
Transladando nos verbos
Gritando nos substantivos
Vivendo nas palavras.
Se escondendo
enquanto se revela
na poesia.
NEM SAUDADES DE TI...
Deixo-me arrastar pelas águas
Sinto o vento me acariciar o rosto
Sou parte de toda a vida que me cerca
E nem saudades de ti, meu bem, eu sinto...
Sou completude de mim mesma
Tuas longetudes não me afetam
Tuas ausências já não podem me ferir
Porque estou sendo arrastada pelas águas
Águas azuis de um córrego manso.
Deixo-me embalar pela aragem fresca
Um cheiro de paz chega-me às narinas
A vida, por hora me fascina
Sou satisfação, assim, arrastada pelas águas
E nem saudades de ti eu sinto meu amor
Nem saudades...
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
ENCANTO
Passarinhos pousam no pé de acerola
Vejo-os em frente à minha janela
Alforriados de grades de gaiolas
Cantam alegremente
Conversam entre si
Porque cantam eles?
Sobre o que gorjeiam tanto?
Possuem alguma percepção de mim?
Eu que paro para ouvir os seus cantos
Que me aquieto em meu canto
E do meu canto me encanto com tanto encanto!
... Ah, se não fosse tanto pranto
eu poderia ficar todo o dia
com os sabiás e as andorinhas,
brincando de viver e fazendo poesia.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
FEITA DE FLORES
Quando nasci numa noitada fria
Uma gardênia brotou em mim
E das agruras em choro e apatia
Plantei poesia no meu jardim!
Porque sou feita de mil flores
Alma, corpo, cerne e coração
Como pétalas de doces amores
Translado a dor_ sublimação.
Me doo em cheiro de hortências
E quando o medo aflora n'alma
Colho copos de leite... acalma
O pavor do ser_ ambivalência!
E um dia quando eu daqui voar
Espalhe sobre mim cheiros e cores
De todas as eras que encontrar
Porque sou feita de mil flores!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
COMPANHIA
Que meus versos que andam por aí
Um dia te encontrem
Te contem segredos
Levem a você um pouco de paz
Que as palavras que escondi em poemas
Sejam companhia depois que eu me for
Seja aqui ou distante
Breve ou eterno
Espero que meus versos te liguem a mim.
DE BARRO
Sou barro
Sem forma
Sem beleza
Barro sem serventia
Poderia ser pisado
Soprado pelo vento até não sobrar um grão sequer
Simplesmente virar pó
Sou barro
A espera que o Oleiro
Me coloque em suas mãos
E dê a forma que quiser.
O Saber em citar;
Citar algo que seja com sabor de felicidade.
Eu vou citar a nossa fé;
Eu vou citar os bons momentos;
Eu vou citar os seus sorrisos;
Eu vou citar o sabor do nosso beijo.❤
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