Poemas de Loucura
Sempre que eu tenho uma crise de pânico é como se eu fosse um saco de bolinhas de gude que alguém roubou e, na fuga, deixou cair. Pra que eu funcione, as bolinhas têm que se juntar. Mas juntar essas bolinhas não é tarefa fácil.
Eu tenho medo da pia, do ralo, dos azulejos, da calçada. Das criaturas que se levantam de manhã e seguem vivendo.
Eu quero ser uma adulta. Funcionar como uma adulta e ter uma vida normal. Mas eu amo demais! Eu sinto demais! Eu sofro demais!
Mesmo que outro falhe, se for apontar seus erros e equívocos, escolha apontar os dias e quando ocorreram.
Quando se é feliz de verdade, não precisa condenar e magoar os outros de propósito só para ficar com a mente tranquila.
Pela primeira vez na vida, vou dar um salto no escuro e confiar em alguém. Por favor, cuide bem da minha filha.
Na vida, há lembranças que nunca vão nos deixar. Mas às vezes essas lembranças acabam sendo só o que nos resta.
Como vocês sabem, pouco tempo atrás eu me internei numa clínica psiquiátrica. O que não sabem é que eu fiz isso pra salvar uma garota. Pra tirá-la e afastá-la do grupo de malucos com quem ela era obrigada a viver num lugar como aquele. Eu demorei pra entender, talvez por ser algo complexo ou talvez porque eu sou mais tonto do que eu pensava, mas essa garota não precisava que nenhum idiota viesse salvá-la como se fosse um príncipe encantado fajuto e fora de moda. E eu quero dizer pra ela que, por mais que eu tenha entendido que nunca poderemos ficar juntos, eu sempre vou ser louco por ela.
Eles ensinam a gente a lidar com nós mesmos, mas nós precisamos ser capazes de mostrar exatamente quem nós somos pro resto do mundo.
E, Tina, uma princesa de verdade não precisa viver junto com o povo? E não só pra que a aceitem como líder, mas pra que percebam que é normal se sentir triste. Tanto faz se é princesa, plebeia ou alguém que não foi capaz de suportar o peso da própria vida.
