Poemas de Karl Marx sobre I Homem
RELIGIÃO
Deve ser uma escolha livre
Opção de enxergar
o que há em todo homem
Algo que pode ser
negado ou afirmado
ESTOU VIVO ISTO BASTA
Acordar com saúde,
eis a maior riqueza de um homem
olhar a vida que se apresenta
com esperança
ter confiança
que a felicidade é possível
enfrentar com coragem
as adversidades
comuns aos seres humanos,
é de fato algo incrível.
Ser positivo
esperar o melhor do semelhante
abraçar um amigo
ou companheiro de viagem
sem distração com coisas vãs,
seguir adiante.
é o que queremos...
estar vivo e confiante!
BEM COMUM
Pobre do homem que se faz instrutor
que anula o instinto em nome do amor
não quero com isso lhe ensinar o que sou
cairia no erro que sempre me enlaçou.
Doravante só direi não
não para tudo que é tese de alienação
não para todo sistema e esquema de dominação.
Até hoje disse sim, a fim de concordar
para sempre aceitar o melhor bem comum
de estranhos e amigo, que andavam comigo
me chamando de irmão.
Hoje fui despertado para outra razão
e voltei ao domínio da minha natureza
na sublime beleza que existe no não.
CONTRA O EGO
Fui menino, em algum tempo
logo homem me tornei
tive que aprender bem cedo
que a vida é uma escola
onde ainda eu nada sei.
Fugi da guerra do ego
tive medo de lutar
contra a cruel tirania
de outro cego me guiar.
Neguei toda metafísica
dos sábios do além-mar
aprendi com a natureza
que para se ver a Deus
não é preciso rezar.
Quando se abre o labirinto do pensamento
e o homem a contento toma posse da razão...
É difícil encontrar duas coisas
que façam sentido
Em busca do paraíso perdido, nesse
emaranhado de contradição...
Vida humana, insana, sem gana
e sem grana...o que será de nós,
meu irmão...?
FORA A METAFÍSICA
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Eu queria ser humilde
Ter a mente de Platão
Para crer noutra tolice
que se chama encarnação.
Morre o homem, fica a sombra
como chama imperecível
onde continua vivo
num espaço invisível.
Só que ninguém pode lhe ver
já não fala e nada pensa
nem por obra de outra crença
poderá nos socorrer.
Que ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Deus não morre, nunca sofre
lá do alto, da amplidão
contempla o homem errante
em busca de salvação.
Uns ainda querem o céu
brilhante de ilusão
fazem guerras pra provar
se apegam à discussão,
Persistindo indefinido
um combate sem noção
para onde vai o homem
depois que voltar ao chão.?
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Talvez Pessoa está certo
quando rejeita esta crença
já sabemos como ele
que este mito é uma ofensa.
FRUTO DE UM ABORTO
A Besta surgiu do abismo.
Não era besta,
Nem era homem.
Mas tinha aspecto
De lobisomem
Saiu do Rio,
Como seu arauto
E para tal função
Foi para o planalto.
Não tinha voz,
E foi rejeitado
No breu ostracismo,
Dedicou-se ao um culto
De mito morto,
Regando a semente
De um neofascismo,
Onde fez crescer
Fruto de um aborto.
Para um homem bom
Às vezes ser justo machuca
E a bondade faz a diferença
Basta olhar nos olhos e ver
O amor que na alma cresce
Os bons são como anjos na Terra
Com sua luz e compaixão
Tocam a vida de outras pessoas
Fazendo brilhar onde era escuridão
Os bons não vão, apenas partem
Levam consigo um pouco da paz
Mas a sua memória e o seu legado
Ficam vivos em cada coração
Que os amou demais.
Então, quando um bom se vai
A tristeza nos transborda
Mas a saudade não nos aprisiona
Pois a sua vida fica marcada
Na nossa história.
É melhor ser bom do que ser justo
Pois a bondade é um de divino
E ao seguir esse caminho
Os bons mudam o mundo em sua volta
Mudam nossa rota, surge outro destino.
Para seu Júlio Romão de Melo.
Que homem é esse?
Que homem é esse
Que canta encanta
Que tocar e retoca
Que flama e inflama
Que sabe poesia
Que inventa a fantasia
Que cede a rebeldia
E aceita a vilania
Que homem é esse
Que desce da montanha
Sem nada na cabeça
Que não aceita ordem
Nem quer que lhe obedeça
Que homem é esse
Um pai tão dedicado
Um filho rejeito
Fruto de um quase aborto
Nascido imperfeito
Num lar destroçado
Que cedo ganha o mundo
Por um estranho levado
Que homem é esse
Fruto de um amor desejado
De uma mãe generosa
De um pai respeitado
O HOMEM
Lá vai o homem andando
Na senda do seu viver,
Querendo chegar bem cedo
Antes do amanhecer.
Lá vai o homem cantando
A canção que aprendeu,
Sonhando com o dia claro
Onde o sol apareceu.
Lá vai o homem chorando
As dores do envelhecer,
Esperando a semente
Do fruto que irá colher.
Lá vai o homem sonhando,
Lembrando do que aprendeu,
Das lições da vida
Que o amor lhe concedeu.
Desperta o homem, outro dia,
Da luta que abraçou,
Trabalhando com coragem
No ofício redentor.
Lá vai o homem cantando
A canção que aprendeu,
Sonhando com o dia claro
Onde o sol apareceu.
Eu não gosto dos otimistas.
São o avesso do que um homem deveria ser. Fracos, como flores nascidas no asfalto. Hipócritas, porque a esperança que carregam é emprestada e sabem disso. Não há virtude no sorriso de quem foge.
Todo homem conhece o peso do que o espera. Cada segundo é uma vírgula no discurso do fim. Por que fingem não saber? Por que disfarçam? Andam pela vida como se a tragédia fosse um acaso, não uma certeza, e enchem a boca de palavras leves, como quem tenta vender um barco furado ao próximo náufrago.
A verdade é dura, cortante. Vem como o som surdo de uma porta trancada para sempre, como o baque de um corpo ao chão. A verdade não se curva nem espera. É uma lâmina que vive no silêncio, e os otimistas... Ah, os otimistas são os que tentam cegar-se diante dela.
Mas o mundo não é gentil. Nunca foi. E os que riem à beira do abismo só prolongam a vergonha da queda. Não há dignidade no engano. Não há beleza na negação. Eu prefiro os que não mascaram o rosto com sorrisos. Os que olham para o escuro e dizem: “Eu sei.” Esses não se vendem à ilusão. Esses são os únicos que, de alguma forma, resistem.
Otimistas são traidores da própria condição. Não há coragem em esconder-se atrás de promessas fáceis. Só há mérito em encarar o inevitável de frente, sem artifícios. A vida exige muito mais do que sorrisos; exige força para carregar o peso de saber.
Morre o homem, mas ecoa seu nome,
na trilha de lama que um dia pisou.
Morre o homem, mas resta a história,
não é drama – é destino, é dor.
Morre o homem, mas ficam seus feitos,
nas marcas do tempo que ele deixou.
Morre o homem, mas vive a memória,
nos corações que tocou com amor.
Contrato metafísico
Em um dia de cansaço,
o que quer um homem?
O fim da labuta,
dessa inglória luta
contra o absurdo.
Quando percebe
que o fim está próximo,
não raro, todo homem compreende
que não é mais hora de disputa.
A vida, essa peça curta
que engendramos com
fios de esperança vã...
Se desgasta.
Como uma roupa usada,
a alma se sente em farrapos e,
como um velho trapo,
desistimos de tudo, rasgamos
o contrato que fizemos
com a metafísica.
O Eterno Crepúsculo
Caminha o homem, sem rumo, sem lares,
Sob um céu de cinzas, em tons sepulcrais.
O vento murmura segredos dos ares,
Levando memórias, levando sinais.
As cidades jazem, ruínas vazias,
O tempo as consome, num último ardor.
Os nomes se apagam, virando poesias,
Sussurros dispersos, sem fé, sem fulgor.
A vida, um eco que morre ao ser dita,
Um breve estilhaço em meio ao vão.
O homem conhece a dor infinita
De ser luz fugaz na imensidão.
Sem pressa caminha, pois nada perdura,
Nem o tempo, nem a razão.
E no efêmero, a beleza mais pura,
O peso da morte, a redenção.
Ergue-se o sol, um astro em cansaço,
Suspenso no abismo do tempo sem fim.
O homem sorri, num último instante,
E some no vento, num verso ruim.
O ÚLTIMO HOMEM LÚCIDO
Há um homem que caminha
sem pressa, mas sem lugar.
Ele não tem casa, não tem templo,
nem tem vontade de rezar.
Carrega nos olhos o peso
de quem entendeu cedo demais
que viver é transitar entre enganos,
e amar, um luxo dos incapazes.
Recusou o conforto das crenças,
o colo das certezas vendidas,
preferiu o frio da dúvida,
a vertigem das palavras não ditas.
Enquanto o mundo se distrai
com espelhos e ilusões de poder,
ele sussurra perguntas antigas
que ninguém mais quer responder.
"Quem sou eu?" — ninguém responde.
"Pra onde vai o tempo?" — silêncio.
No teatro da existência,
ele é o ator sem texto, sem lenço.
Não é herói, nem mártir, nem vilão.
É só alguém que não dorme,
porque vê demais, sente demais
e já perdeu a fome.
Mas ainda canta, às vezes,
não por alegria ou fé.
Canta porque o som da própria voz
é tudo o que lhe resta em pé.
O Último Homem Desperta
Despertei tarde — não do sono, mas do mundo.
Acordei no exato instante em que já não havia o que fazer.
Tão lúcido quanto a lâmina da faca que corta o pão seco dos esquecidos.
Não há mais guerra: apenas consumo e propaganda.
Não há mais fé: apenas autoajuda e tutorial.
E eu, cansado de não ter lutas justas para lutar,
me arrasto como quem guarda o último fósforo aceso numa cidade sem luz.
Sou o último homem.
Não porque sou o último a morrer,
mas o último a perceber que estamos mortos há muito tempo.
na sombra da vida
onde tudo se faz,
a noite, um açoite,
engano voraz.
o homem se perde
em plano desfeito,
sem fé, sem direito
de tentar outra vez.
a vida é só uma,
sem chance de volta.
só há revolta
e um lutar no vão.
no palco do medo,
só culpa e segredo —
sussurro de morte
e retorno ao chão.
O Homem dos Sete Instrumentos
Chamam-me assim —
homem dos sete instrumentos —
mas não sabem:
não são sete,
nem instrumentos.
São cicatrizes.
São fomes.
São vozes que nunca couberam num só corpo.
Toco o violão como quem acaricia um amor perdido
que ainda respira na madeira.
O piano, como quem dialoga com espectros —
meus mortos têm teclas.
Canto como quem sangra acordes pela garganta.
Escrevo como quem rasga o próprio peito
à procura de um som
que ainda não nasceu.
Componho canções, poemas,
romances e vertigens.
Verso o que não sei nomear.
Não sou um, nem sou muitos.
Sou aquilo que sobra
quando o som se desfaz,
quando o aplauso se cala
e só resta o eco.
Sou o intervalo entre duas notas,
a pausa onde mora o abismo,
o silêncio que sustenta a beleza.
Cada instrumento em mim é um vazio domesticado,
uma ausência que aprendi a afinar.
Cada palavra, um grito soterrado.
Cada acorde, uma oração profana.
Sou feito de ecos e assombros,
de mãos que buscam o invisível,
de olhos que enxergam o que não se mostra.
Carrego um palco dentro do peito —
feito de memórias e ruínas —
onde cada noite,
sem que ninguém veja,
enceno minha última vez.
Se me chamam homem dos sete instrumentos,
é porque ainda não perceberam:
sou o que resta
quando a vida desaprende a dizer,
quando o mundo se recolhe
e só o humano
ainda insiste
em cantar.
Hoje, o homem despertou com a luz dentro.
Fez aliança com o pão e a terra,
com os irmãos de fé e o vinho da memória.
Ofertou palavras ao vento —
sementes lançadas na praça cega.
Caminhou como quem interroga o mundo com os pés.
Levava livros na bolsa como quem carrega feridas santas.
E encontrou portas fechadas para o verbo.
Mas ainda assim, cantou.
No espelho do cotidiano,
viu o riso fácil dos que nunca beberam da fonte.
E se perguntou:
vale a pena ser fonte num deserto de pressa?
Ao fim do dia, não teve respostas.
Mas teve o gesto.
E o gesto é o que fica
quando o mundo esquece o nome do poeta.
As pérolas de meu irmão Jadeilson
Meu irmão, Jadeilson, é um homem simples, mas vez por outra me manda uma pérola filosófica. Outro dia, ouvi de sua boca algo espantoso, para um homem que tem como ofício, ser pedreiro e criador de galinhas.
Disse-me ele em uma conversa sobre política e corrupção: "Prefiro conviver com Leão saciado a ter que viver com um Cão faminto. Fazia ele analogia simples ao político rico e ao político pobre. Hoje, todavia, em outra conversa, me disse meu irmão: "Evan, você sabia que a persistência é a mãe da prosperidade?"
Nos dois casos, disse pra ele que são conceitos, contudo, vindo dele, de quem eu sei que não leu em livro algum, disse que sim era um pensamento original de muita relevância, uma vez que lhe veio à mente pela observação e não por estudo meticuloso, também a ideia do cão faminto nos reporta ao livro de "Eclesiastes", mas sei que ele não tem a maldade intelectual para plagiar o ora dito Clássico Bíblico. Disse a ele, meu irmão você um verdadeiro filósofo, à moda de Sócrates, que não escrevera nada.
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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