Poemas de Deuses do Amor
DE REPENTE, MAL DE AMOR
De repente, mal de amor:
Saudade constante,
Pensamento voltante
Pra'quele que tem
Nosso amor num instante.
De repente, mal de amor:
Frio na barriga,
Mudança esquisita
Vontade aflita
De se estar toda vida.
De repente, mal de amor:
Aquele que veio,
Se fez devaneio,
Mas que foi embora
Bem mais que ligeiro.
De repente, mal de amor:
Do mal que se fez,
Mas que bem se desfez.
E da feia ferida,
Aberta e espremida,
Que, de tanto chorar,
Se fechou para a vida.
Nara Minervino
A DISTÂNCIA
Não há distância quilométrica
Que o amor não afeta,
Que o coração não injeta
Numa saudade tão certa.
Não há distância de espaço
Que não meta no embaraço
O amor sem cansaço
E tão carente de um abraço.
Não há distância de amores
Que não provoque dores,
Que não cause dissabores
Na vida de quem colhe flores.
Mas há a distância que existe
No coração de quem insiste,
De quem no amor só persiste,
Porque dele jamais desiste.
Há a distância que incomoda,
Que mais emagrece que engorda,
Que torna a poesia prosa
E que ao amor só renova.
Há a distância, enfim,
Que põe um aqui e outro aí,
Que não permite ir e vir
E faz qualquer peito explodir.
Há a distância que dói,
Que a alma do peito corrói,
Mas que nem de perto destrói
O desejo de se ter logo após.
Nara Minervino
OS PORQUÊS DO AMOR
Por um beijo molhado,
um abraço apertado,
um cheiro fungado
e um amasso colado.
Por um alguém quente
que abrace a gente,
que seja envolvente
e encante pra sempre.
Por você e "por eu".
Por alguém que é seu,
que chegue trazendo
tudo o que prometeu.
AMOR, RAIZ E ASAS
Não me canso
NÃO,
Pois, sem você,
Não há
RAZÃO
De ser tão
FELIZ,
Como semente e
RAIZ!
Você vem
E me
DESPERTA
E da solidão
Me
LIBERTA,
Dando à minha
SINA
Asas de
MENINA
Capaz de
VOAR
Para no seu
Ninho (quentinho)
POUSAR!
AMOR CERTEIRO
Como bala perdida,
Você acertou minha vida,
Colocando na palma da mão
Meu amor e o meu coração,
Fazendo-me estremecer
Toda vez que eu sei vou te ver.
Passou pela minha esquina
E viu em mim a menina
Que, brincando, nem pensava
No enamorar que se achava
De um jovem belo e andante
Promotor de uma vida errante.
Aos poucos eu fui me envolvendo
E o meu amor foi crescendo,
Alterando o que era rotina
E modificando minha vida,
Que solitária e aprendiz
Descobriu o amor bem feliz.
Hoje estou eu essa assim:
Com uma metade de ti dependente,
E, por estares bem dentro aqui,
Não me esqueço do que vi bem em mim:
Os teus braços a mim me abraçando
E as chamas do medo de amar se apagando.
Nara Minervino.
SOLIDÃO DE AMOR
No meio da solidão,
Sob o alto som do silêncio,
Meu coração está agitado
Por te ver, assim, tão calado.
Não posso me conformar
Com esse silêncio bobo
Que, deixando-me como um tolo,
Me põe sempre a chorar.
Tu és cruel
E andas na contramão:
Não sabes que o meu coração,
Que bate rápido, inquieto,
Sofre por ti, meu tesão,
Alguém a quem quero por perto.
Não faça isso comigo?
Não faça isso com a gente?
Troque tuas palavras mudas,
Que são mais graves que agudas,
Por meu beijo dado e bem quente?!
Nara Minervino.
O AMOR E A SAUDADE
Como quadro e giz,
Semente e raiz
É o amor e a saudade
Que em qualquer peito arde.
O amor arrebenta
A alma reinventa
Faz bem renascer
E das cinzas correr
A vida que chama
Que arde e reclama
Pela vontade louca
De beijar uma boca
Pelo abraço apertado
De calor sufocado
Por aquilo que é chama
E termina na cama.
Aí vem a saudade
Com habilidade
Machuca e pisa
Quem viveu bem a vida.
Ela chega com charme
Com muita elegância
E, não feito criança,
Faz chorar quem pensou
Que da vida e do amor
Sabia de tudo,
Passado e futuro
Lhe eram previstos,
Pois tinha crescido
Domando o amor.
Amor e saudade,
Amigos parceiros,
Tão companheiros
E tão confidentes!
Ela fecha a porta
E a janela encosta.
Ele volta e abre
E entra com vontade.
E de mãos vão vivendo,
Nos peitos nascendo,
Cada dia, cada hora,
Novo amor, nova dor
Enchendo de vazio
O que foi arrepios.
Assim é a vida:
De arranhões e feridas
De dores e festas
De alegrias incertas.
Mas não há nessa vida
Quem temendo o amor
Pra se refugiar da dor
Não sinta, mais tarde,
Do amor a saudade.
Nara Minervino.
O Fim
Te abraço em meio aos pedaços de um amor sofrido
Me deixo ser levado pelo fracasso de um amor corrido
Te deixo de lado ao perceber que cada pedaço deste espelho quebrado se foi
Me abraço em meio aos pedaços de um fim
E agora me vejo em cada pedaço em reflexos sem fim
O verdadeiro Amor nos faz sentir como parte de tudo!
É divinamente libertador.
Quando o ar entra e sai livremente dos meus pulmões é por que estou relaxado e em equilíbrio com todo esse Universo e isso faz com que eu me sinta vivo de verdade, integrado e fazendo parte de tudo.
Se conhece o amor, pelo seu perfume, ele é assim, puro, gostoso, castiço e cheiroso....
O amor é detentor de vários prêmios, que são os sentimentos, que nos levam até o válido caminho, por onde ele costuma percorrer...
(Marilina, no próximo livro "Sempre Amor") que será lançado na Bienal do livro em São Paulo.
Um lindo anoitecer para todos.
HOUVE DIAS...
Houve um dia em que ela cedera ao amor
No rosto um olhar brilhante e riso de sol...
Mares azuis de calmaria, poentes de louvor
Mãos dadas, beijos doces sob o arrebol.
Mas para ela não houve sequer um ensejo
Mirrou-se a rosa no jardim de primavera
Aquele para quem era o riso, foi-se dela
Na alma o pesar. O gosto apenas do beijo.
Hoje as ondas já não marulham lá no cais
Apagaram deles as pegadas na areia branca
Carícias e ternuras são "ontens". Não há mais...
Agora tudo é marasmo. Nem lágrima. Nem dor
Apenas um cansaço que tecem seus dias..
Mas houve sim. Tempos em que Ana foi amor.
A MORTE DOS SONHOS
Há nos escombros de sua pobre mente
Um bicho papão que devora todo o amor
Tudo o que um dia fora doce, desmente...!
Fermenta ali: A raiva. O medo. O rancor...
Fica preso às paredes úmidas de su'alma
Busca o momento propício para a loucura
Até a poesia perde o rumo. A luz. A calma
Rasteja na memória. Sem alento. Sem cura.
Há os que falam dela nos perfis das ruas
A chamam moléstia. Bruxa. Amaldiçoada
Mas só ela sabe. As lembranças são suas...!
De tempos que buscara a face da fantasia
E crera numa carícia de tez branca e alada
Seus sonhos? Jazem, já. Numa lápide fria.
O amor por ela...
Não sei por onde me levarão os ventos.
As horas de agora são sombras abismais
Até quando versejarei por estes momentos
Se o que tenho, é dor. Choro. Nada mais...!
Foge da face daquela a quem amo, a alegria
De tempos outrora meus. Repete-se a agrura...
Mudam-se os dias. As estações. Fica a apatia
Morreram a poesia, o dulçor... A ternura!
Porque não quebras de vez o laço da maldade?
Se em tuas mãos, fixas, estão todos os astros
Traga-nos brisas. Visto que o hoje é tão tarde...
E que ainda eu contemple nela, o riso leve...
Nos lábios daquela onde guardo todo o amor
Do contrário. Torna pois toda a vida, breve.
TANTO. E QUANTO. E TUDO!
Sinto-te tanto. Tanto, amor_ Adoração
Já não há cômodos para ti, cá dentro!
Ocupou-me toda. (Quanta)... Vastidão!
Transladei. Sou átomo puro.Ao vento...
Impossível ama-lo um pouco mais...
Incoerente voltar e querer-te menos
És a clareza da minha dor, meus ais.
Todo o acalanto dos tempos amenos.
Quando este afeto foge da insanidade
E me permito suspirar mar de brumas
Eis a hora amor. O aspirar de toda verdade!
Quando o temporal é carícia apenas...
E o medo da perda não fere. Acalma
És tudo.Quanto.Tanto.Além do que pensas!
A Paixão
O que é certo quando falamos de amor?
O que deve Ser, quando dizemos paixão
Nunca saberemos se não vivermos
A vida é boa demais pra deixar passar o amor...
Pra viver intensos minutos apaixonada
Mesmo que não seja pra sempre, mas enquanto durar
AMOR IMPOSSÍVEL. – Ao meu genitor (em memória).
Autor: Gonçalves Colar de Arrudas.
Se você dissesse para mim, que me amaria para sempre!
E que para isso, teria que me dar um castigo.
Eu tivesse que catar, todos os grãos de areia da praia do mar,
Para que você fosse minha para sempre...
Eu sei que é impossível, mas eu tentaria: por quê?
Porque o mundo fica parado.
Porque com você ao meu lado.
Eu tentaria tudo até mesmo o impossível.
não existe dia para o amor acontecer
o amor não escolhe dia nem hora
muito menos o local!!!
o amor acontece sem a gente esperar
o amor é um paradoxo inerente
que até aqueles que já amaram de verdade
não sabem explicar esse sentimento
tão lindo e maravilhoso
que acontece em nossas vidas.
