Poemas de Dança
No teto você dança uma canção distraída, adormece pelas quatro pontas do quarto, faz das cortinas edredom.
Tenho medo de entrar na sua casa, ficar tonta, não saber acompanhar seus passos, girar de cima até o chão.
Te procuro então por aqui em tantos textos, rabisco diariamente umas quatrocentos imagens nossas através de palavras.
Ainda me esforço para emendar o cansado órgão com versos pesados e retalhos do que restou da sua quase despedida.
Dança sem dimensões coração antes de vê-lo
Já até me acostumei que agora se acalma
Que não tem mais água nas mãos
Nem mais asas batendo no estômago
Que quando o vejo
Bonito e azul
De olhos gentis
vem aqui
segura a minha mão
ouça a musica
dança comigo, agora
coloque as suas mãos
nos meus ombros
me aperte em teu corpo
feche os teus olhos
enquanto minha boca
procura o teu pescoço
deixa eu sussurar
palavras de amor
nos teus ouvidos
nao se apresse
o final não vira
a musica vai durar
até a eternidade
então, dança comigo
vem aqui
Sou criança, sou uma dança
Sou uma festa, uma lembrança
Sou amor que em tu existe
A incerteza que insiste
Sou a dor do seu viver
Sou amor em uma flor
Eu sou silencio, sou a paz
Sou a vós, do leva e trás
Sou poema, eu sou uma rima
Sou olhar de uma menina
Eu sou um louco, muito louco
Sou uma árvore, eu sou um toco
Eu sou o eu, apenas eu
Sou palavras, sou museu
Sou um pensamento meu.
A DANÇA
Sopra o vento e as árvores balançam
Até parece comigo querer dançar
Com seus galhos envoltos em meu corpo
E suas raízes no chão à fincar
Gotas de chuva caem tornando o céu cinzento
Encobrem as estrelas: jogo de luz natural
Trazendo então uma sintonia
A cada toque na terra já arada
E começo a dançar em círculos
sentindo a folhagem tocar meu rosto
Molhando meu corpo já suado
Com a chuva forte que cai
Trovões e raios riscam o céu cinzento
E em círculos continuo dançando aquele som estonteante
Cada vez mais rápido giro e sinto as folhagens
Daquela bela árvore... que me convidou à dançar.
A consciência se manifesta através da criação.
Este mundo em que vivemos
É a dança do criador.
.
Dançarinos aparecem e desaparecem
Num piscar de olhos, mas a dança vive.
Em muitas ocasiões, quando eu estou dançando,
Eu me sinto tocado por algo sagrado.
Nesses momentos, eu sinto meu espírito voar
E se tornar um, com tudo o que existe.
.
Eu me torno as estrelas e a lua.
Eu me torno o amante e o amado.
Eu me torno o vencedor e o vencido.
Eu me torno o mestre e o escravo.
Eu me torno o cantor e a canção.
Eu me torno o conhecedor e o conhecido.
.
Eu continuo a dançar e, em seguida,
É a eterna dança da criação.
O criador e criação fundem-se em uma plenitude de alegria.
.
Eu continuo a dançar e dançar... E dançar,
Até que haja apenas... A dança...
(Michael Jackson) livro - 'Dancing the Dream'
Apenas Um
Dancemos!
Vem ser o ápice da minha alegria
Dança e penetra-me com teu olhar
Traz-me a bailar, a nostalgia
Enlaça-me deliciosamente, a girar
Atando-me através da fantasia
Seduzindo-me na ventura de acreditar
Ser-mos apenas um, em eterna sincronia!
A cabeça quando inquieta
Não pende apenas para uma vertente
Joga nos dois times
Dança que nem valsa
Pra lá e pra cá
No maniqueísmo
Parece barata tonta
Corre para todos os lados
Exerce sua obsessão de observar e inventar
Num tiroteio criativo
Salva e fere as idéias
Das bonitas, agridoces até as mais escrotas
Ela chega vaidosa e sorridente
Todo mundo logo sente seu perfume pelo ar
Ela dança com um swing diferente
Vai pra trás e vai pra frente, vai descendo devagar
Essa gata tem um jogo de cintura
É uma uva bem madura e a galera quer provar
Vagabundo tá na rua da amargura
Anda cheio de fissura mas sou eu que vou pegar
Só no sapatinho, ôh, ôh
Só no sapatinho, ôh, ôh
Só no sapatinho, ôh, ôh
Estão querendo disputar o meu espaço
Invadir o meu pedaço, mas não vou dar mole não
Já andaram rastreando o meu caminho
Pra saber se eu tô sozinho ou se tô nesse avião
Estão querendo me vencer pelo cansaço
Pra saber o que é que eu faço, mas quem fala é vacilão
Meu tempero, tem amor e tem carinho
Vou comendo bem quietinho, pra não dar indigestão
Só no sapatinho, ôh, ôh
Só no sapatinho, ôh, ôh
Só no sapatinho, ôh, ôh
A dança das cabeças
Uma cabeça sobre o seu pescoço
Feito um caroço
Em sua própria fruta
faz a luta
E o campo de batalha
E na batalha
As cabeças rolam por aí
O pensamento
É vento, fogo e sina
Que ilumina
E faz escuridão
É pura saga cega de batalha
É navalha
E as cabeças rolam por aí
Uma palavra
Crava e crava forte
Cheirando sorte
Amor e traição
Cuidado língua com sua cabeça
Não esqueça
Que as cabeças rolam por aí
As cabeças rolam...
Soltas nas dunas de areia
Cabeças de vento se deixam rolar
As cabeças rolam...
Doidas na selva de pedra
Na perda do sol,na cinza do ar
as cabeças rolam...
pelas escolas, nas colas
Nas bolas em tudo o que possa rolar
As cabeças rolam por aí...
3º ano CCF GEO - 2009
Se uma manhã durase uma vida
se a dança nunca acabasse com os seus passos
o tempo que não permite a manhã e a dança
são as saudades de um tempo
um tempo que nunca volta mais
as lembranças que restaram
lembranças em um carbono antigo
não reproduz a mesma imagem
as faces de cada amigo
o tempo reverteu nossa ilusão
criou a realidade do passageiro
e fica preso no passado
cada sonho verdadeiro
estudando um espetáculo
vergando os aplausos
durando um ano inteiro
Convite à FELICIDADE (Nuno Ancigan)
Convida a Felicidade
Para uma dança.
Dança à vontade.
Ela é criança!
Não tem maldade
E não te cansa!
O PLEBEU E A BAILARINA
Ele a chama de menina e diz ser ela, bailarina
que dança a vida colorida, revestida de esperança
que sua rima o domina e seu sorriso, lhe fascina
do Cupido, velho amigo, pega flecha e hábil lança
Pensa que a tudo alcança e sem conversa, a domina
versejando canta amor; na contradança, a dor
vai julgando com esmero a verdade que abomina
atrás da mascara sem cor, palavreia com primor
Propagando impropérios, logo vem pisando em cima
curta mente que não sente um passado tão recente
pobre tola apaixonada; equivocada dançarina
Busca sabedoria e vê que o sonho se perdeu
naquele coração de pedra que impetra hipocrisia
a heresia de um infante que só soube, ser plebeu
Sinto falta da época de criança
Quando tocava a música
Da formosa dança.
Quantas pedrinhas joguei
Em cima do telhado rachado.
Quantas gotas de chuva engoli
Pra molhar a garganta seca.
Hoje sinto falta
Dos tempos de alegria
Da inocência que um dia houve
Nesse coração machucado.
REINAÇÃO
Enquanto o fole folheava a folia
o fado era sapateado pelos pés
a dança, demarcava n'aquele dia
o pulsar do coração em aranzel.
Musica, voava como asas no salão
flutuando, elevando o sentimento
era sola solada, pulsando coração
Era corpo trepidando o momento.
Enquanto o fole folheava o fado
a noite tremia e se fazia criança
para vontade, tudo era agrado
a imaginação, bolia a esperança.
O ritmo requebrava os lados
o peito seco arfava uma canção
o fole folheava folia com o fado
o fado a folia, vagava imensidão.
Antonio Montes
A Dança Sem Sinfonia
Deitada na cama sonhando com seus dias de gloria.
Lembrando da alegria plena
Que ela sentia antes de você ir embora.
Ela continua girando e rodando em sua dança sem sinfonia.
Pois nada lhe resta alem da miséria.
Ela nem se quer consegue soletrar a palavra alegria.
Você a olha com pena no olhar.
O quão covarde pode ser um homem?
Por que não tenta a salvar?
Deitada sonhando que os tesouros do final do arco iris, eu vou encontrar
Porem eu acordo com o frio no lugar da esperança
Simplesmente porque você me fez chorar .
O que acha desse gosto de veneno?
Gosta desse vermelho que finge ser a cor do amor?
Esse é o gosto do sangue transportando da minha pele como consequencia a tanta dor.
Você não percebe não é? eu apenas digo o que você quer ouvir.
Porque não aguenta a verdade. Se eu dize-las, todas seus paredes que finge ser de aço, vão começar a ruir.
É tao fácil se fingir de forte quando sua alma esta corrompida.
Um sorriso cobre qualquer cicatriz
Também é fácil se fazer de vitima para ganhar a partida
Ela tem o pior papel. Que preenche sendo a melhor atriz
Apenas me deixe ir.
Tenho um peso na alma e um coração aquebrantado
As vezes eu ate consigo ganhar a partida. Mas a verdadeira guerra esta longe de ter acabado.
