Poemas de Conversa
autolatria é crime contigo
merece esse castigo
ser punido com banimento
atirado aos lobos e aos ventos
que o tempo devore a carne tua
Sublinhem a pele nua e crua
feito curtume de couros curtidos
confisquem teus olhos bandidos
e lembre-se a cada brisa
até o final de sua vida
a vaidade acometida.
A gente engana dor
pensa que não vai esquecer mas esquece,
pensa que não vai aguentar mas aguenta,
pensa que não vai mais sofrer mas sofre,
Pensa que não vai mais doer mas dói
pensa que não vai mais amar,
mais ama.
Além do mais, há mais e a gente soma
A gente sempre se engana
A gente engana a dor.
...E quantos momentos são únicos
Tão bons que roubam nossa respiração
E quanto há de respiração suspensa
Respiramos por isso o profundo
Cada qual sua bolha de prazer
Perdemos a respiração pro mundo
Na delícia de ser o que se faz Ser
E isso nos faz tanta diferença...
RespirAR a calma o drama
Apaziguar-se por dentro
Inspira a alma se ama.
Cânticos matinais à luz do campanário
Novos campos viçosos e orvalhados
Acalanto de minha alegria plena
Poemas, poesias e orquidários
Risos no infinitivo
Namorado definitivo...
Tudo muito preciso.
Os de sempre...
De tempos á frente
De tempos atrás
Os mais carentes
Sem tanto faz
Os que só sentem
Certamente os melhores
Dormem de consciência em paz.
Um ponto de arrimo é um laço de abraço, mas
dá um nó no tino a enlaçadura da alma e há
envergadura do juízo, no riso há calma em sabê-lo,
lembrar todo dia...ah! como é bom esquecê-lo.
A verdade é palavra encravada na língua de cada um,
assim como a justiça se autentica de verdade nos fatos.
A verdade se constata nos atos verídicos.
E nos autos lícitos, justifica-se.
Tu dulçor,
Sol e tempestade,
Sabor de amor,
Verdade e poesia,
Além do tempo...
Sempre meu amor,
hoje e todo dia...
O tempo e suas diversidades,
cabe a ti se adaptar e aproveitar,
conforme o momento,
o vento muda a direção, o tempo não!
Ele molda eu e tu.
Entre meus medos, destaco outros
não temo os loucos do pinel,
mas os dos lábios de fogo,
etílicos líricos com mel.
Tenho muita retração confesso!
Por gente enigmática, de olhar obscuro,
Ar intransigente, olhar adiáfano que despe a gente.
Tenho páura da obsessão, do embonecamento,
Do poder exagerado de quem vive de passado.
Tenho é muita repulsa por quem usa desculpas,
O tempo todo como um jogo de tabuleiro,
Se esconde atrás dos frondes e têm cartas na manga.
Não me merece e nem faz por onde,
Tenho receio de quem usa, ardio e outros meios,
Pra sedução, usa sunga, ousa tanga,
Troca muambas, bugigangas e mais
Pousa sobre as pedras feitos lagartos de fogo,
Ou escorpião, com agulhão ventoso, venenoso.
Entro em retraimento, ante tudo isso,
Entrego para o vento os feitiços,
Agrego o pavor do amor falso e todo tipo de vícios.
"Dentro do improvável, o agradável
A felicidade é uma sala de estar
Nós duas partículas em ser particular."
Inquieta, eu, poeta, paro e penso.
Às vezes, preciso beber um gole
denso de silêncio.
Tomar um porre fluido de nevoeiro,
Um cálice poético evidente.
Poder inspirar pela tangente,
Preciso me embrenhar,
Gritar, silêncio...
Silêncio...
Meu Coração
Eu tenho um coração um século atrasado
ainda vive a sonhar... ainda sonha, a sofrer...
acredita que o mundo é um castelo encantado
e, criança, vive a rir, batendo de prazer...
Eu tenho um coração - um mísero coitado
que um dia há de por fim, o mundo compreender...
- é um poeta, um sonhador, um pobre esperançado
que habita no meu peito e enche de sons meu ser...
Quando tudo é matéria e é sombra - ele é uma luz
ainda crê na ilusão, no amor, na fantasia
sabe todos de cor os versos que compus...
Deus pôs-me um coração com certeza enganado:
- e é por isso talvez, que ainda faço poesia
lembrando um sonhador do século passado
20 de Junho de 1942
Tenho vontade de escrever, e tenho uma necessidade ainda maior de tirar todo o tipo de coisas de dentro do meu peito.
O verbo amar
Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.
Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.
Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...
Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!
(Do livro - Bazar de Ritmos - 1935)
Os relacionamentos se nutrem das mãos enlaçadas,
dos ouvidos atentos, da conversa franca
e do apoio recíproco...
Pois é quando os sentidos se apuram,
que as almas se veem e se tocam.
Cika Parolin 16 de outubro de 2016
O belo está nas pequeninas coisas...
Na música, na conversa jogada fora,
no perfume da flor singela,
no café preto e forte tomado a dois...
Cika Parolin
Só peço a Deus que a trama das palavras desperte nossas falas e nos ajude a escrever poemas que despertem resposta em quem não sabe responder. Só peço a Deus que o drama dos altares rebrilhe nos olhares e venha em nós se eternizar e faça gerar sonhos naqueles que não sabem mais sonhar...
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