Poemas de Boneca

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Anjos do Céu

As ondas são anjos que dormem no mar,
Que tremem, palpitam, banhados de luz...
São anjos que dormem, a rir e sonhar
E em leito d'escuma revolvem-se nus!
E quando de noite vem pálida a lua
Seus raios incertos tremer, pratear,
E a trança luzente da nuvem flutua,
As ondas são anjos que dormem no mar!
Que dormem, que sonham- e o vento dos céus
Vem tépido à noite nos seios beijar!
São meigos anjinhos, são filhos de Deus,
Que ao fresco se embalam do seio do mar!
E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... e as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!
Ai! quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Por que não consentes, num beijo de amor
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar?

Amor foi feito para amar
Perdão foi feito pra se dar
Não semeie pra colher depois, o tal ressentimento.

A Uma Que Lhe Chamou “Pica-flor”

Se Pica-flor me chamais
Pica-flor aceito ser mas resta agora saber
se no nome que me dais
meteis a flor que guardais
no passarinho melhor.
Se me dais este favor
sendo só de mim o Pica
e o mais vosso, claro fica
que fico então Pica-flor.

E sou já do que fui tão diferente
Que, quando por meu nome alguém me chama,
Pasmo, quando conheço
Que ainda comigo mesmo me pareço.

Aula de piano

Depois do almoço na sala vazia
A mãe subia pra se recostar
E no passado que a sala escondia
A menininha ficava a esperar
O professor de piano chegava
E começava uma nova lição
E a menininha, tão bonitinha
Enchia a casa feito um clarim
Abria o peito, mandava brasa
E solfejava assim:

Ai, ai, ai
Lá, sol, fá, mi, ré
Tira a não daí
Dó, dó, ré, dó, si
Aqui não dá pé
Mi, mi, fá, mi, ré
E agora o sol, fá
Pra lição acabar

Diz o refrão quem não chora não mama
Veio o sucesso e a consagração
Que finalmente deitaram na fama
Tendo atingido a total perfeição
Nunca se viu tanta variedade
A quatro mãos em concertos de amor
Mas na verdade tinham saudade
De quando ele era seu professor
E quando ela, menina e bela
Abria o berrador
Ai, ai, ai,
Lá, sol, fá, mi, ré

Vinicius de Moraes
Álbum "A arca de noé"

Nota: Música composta por Vinicius de Moraes e Toquinho

...Mais

Tenho medo de perder o encanto do seu sorrisoe a magia dos teus olhos que de noite depositaram sobre os meus labios, o perfume da sua pele...

⁠Todo esse meu comportamento estranho e sem compreensão
De todos que fazem parte da minha vida nesse momento obscuro que me encontro
É só o reflexo do medo de ser entendido como alguém que já não sou
Mas dentro de mim ainda vive um ser esperançoso que ainda acredita que irei vencer
Mesmo que todos duvidem, mas ainda assim tenho fé.
Me identifico literalmente com os seus poemas e pensamentos.

Inserida por relbsonoficial

SENSATEZ QUE SE TEM
Eduardo Pinter
Meu jeito é meu estado de espírito por isso muitas vezes pareço indeciso e apesar de todo o meu sacrifício ainda não encontrei o meu destino Muitas vezes eu desisto porque parar é fácil demais mas ao final eu sempre insisto porque sei que sou capaz O frio é o calor da alma que se despede a noite é a luz do espírito que se liberta o sono é o caminho de volta pra casa o dia é um jardim cinzento que maltrata mas te faz crescer Às vezes, a estupidez é a sensatez que se tem.

DE CORPO E ALMA
letra: Marilda dos Santos

Noite de lua
Noite sozinha
Nas paredes do meu quarto
Fico a imaginar:
Sei que estás longe
Que em breve vais voltar
De corpo e alma pra me amar

De amores intrigantes
De passados distantes
Vênus e Marte sempre serão grandes amantes

Não me condene
Pelo meu mundo sem ação
O que importa
Se estou presa a este mundo?
Se é nesse mundo
Que eu sei te amar loucamente!

Quando te critico
Por fazer o que vem na cabeça
Não é por mau
E sim um modo de te proteger
E também medo de te perder

(28 Dez 1993)
Marilda dos Santos

VAGANTE

Renato Nova

Me sinto vagando sem rumo
Olhos ausentes não vêem o caminho
Sigo perdido sem destino
Não encontro meu horizonte

Sem abrigo nesta tempestade
O frio da noite no coração
Andando às cegas sem direção
Na garganta um grito sufocante

Não há estrelas no céu
Em tudo ao redor reina o vazio
Neste caminho soturno e sombrio
Sua imagem cada vez mais distante.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

– 30 de junho de 2006 -
Renato Nova

PÓS-ATO

Qual a conseqüência do beijo?
Algo imensurável,
Plausível,
Desejável?

Toque de dois sentimentos,
Sutil,
Entrelaçado,
Que se algemam em paixão
mutua,
Constante,
irreparável.

Singultos ritmados,
Arrepios frementes.
Afagos,
Desabafos.

Nada disso,
Apenas bocas entorpecidas
Num cândido frenesi...

JRicardo de Matos Pereira

LUZ DO SOL
(Eduardo Pinter)

Você quer que eu entenda

Mas você não me entende

Quer que eu sorria mais

E não me faz sorrir

Quer que eu suba

Mas não me faz crescer

Finge que sente

Mas não me faz sentir

Você me escuta

Mas não quer me ouvir

Você fala quando me quer calar

Você olha enquanto eu tento ver

Você sorri quando me ver chorar?

E os campos inundam o que é florir

E as correntes caladas irão gritar

E os vagos sonhos terão um fim

E a luz do sol irá escurecer

19 Jan 2013

Eduardo Pinter

(Rê) Sentir

Versificar...
Verborizar...
Simplificar...
Regozijar...
Viver!!!
Tantos outros verbos que se sonorizam/poetizam e rimam com o verbo amar.
Por isso digo:
Versificando,
Te conduzo a essência de meu sentimento;
Verborizando,
Te envolvo nas palavras de meu desejo;.
Simplificando,
Resumo meus sonhos quando estou em teus braços,
Lábios e seios;
Regozijando,
ratifico a comoção de tê-la ao meu lado, e, ao
viver...
Apenas sorvo da essência da vida estampada em teu olhar e teu belo sorriso...

José Ricardo de Matos Pereira - Terça . 07.05.2013 as 01:41 hs.

Obs.: A minha inspiração maior: Rê.

JRicardo de Matos Pereira

NAS MANHÃS DAS TARDES NOTURNAS
de: Eduardo Pinter

Este silêncio que devora todas as manhãs

Parecem gritos ecoando por todos os cantos

Este sentimento vazio que algo está faltando

Parece agonizar sempre quando acordo

E todas as manhãs... parecem todas iguais

Depois do meio dia, sonolência bate, preciso descansar

O corpo parece que já sabe, a tarde é longa, é preciso se preparar

Entre o perdão e o pecado existe um intervalo de consciência

O sangue das mãos é um ato de pura sobrevivência

E todas as tardes... parecem todas iguais

E a noite chega e parece que não sou o mesmo

As promessas das manhãs não tem mais sentido

Não tenho mais tempo p'ra ter pena de mim mesmo

Estou pronto p'ra lutar, pronto pro sacrifício

E todas as noites... são todas iguais

21 maio 2013
Eduardo Pinter

CLARO AMIGO JOSÉ
de: Eduardo Pinter

Oh, caro amigo José.
Teus pensamentos andam confusos
Porque você os confundem
Com tantos sonhos profundos.

Teu orgulho não tem a liberdade,
Nem pingo de razão
Para obrigar teus amigos
A entender teu próprio coração.

Mas, meu caro amigo José,
Se nos mares onde navegas
A chuva não bate forte,
dúvidas terás do valor da chuva
À que te negas.

Caro amigo José,
A vida é bela outrora nobre
Mas, se ela não brilha como você quer
É porque tua luz tornou-a pobre.

Assim, outrossim se vai, José.
Quando ofuscas o reluzir
Tornando-se ofensivo
Na juntura de seus amigos.

Meu caro amigo José,
Se perderes as esperanças
Tua fragrância escassa
Perderá o alicerce da vida.

16 Jan 1998
Eduardo Pinter

SUAVIZANDO A PAISAGEM
de: Eduardo Pinter

Os ventos de ontem com os rumores dos amanhãs…
Endiabrados conceitos que ninguém se faz entender
Costuram as sombras dos males infernais
Com a dor saudando saudades de invernos passageiros
E contaminando verdadeiras mentiras em prol de um câncer maior:
Nossa certeza não tem certeza de nada
E a Imprensa só imprensa o que não pensa
E o esgoto deste riacho que nos contenta
Só nos interessa pois de fato é da ignorância
Do que realmente nos alimenta.

25 Jun 2013
Eduardo Pinter

Raro

Nada fala,
apenas
para e repara;
que o tempo é curto,
e a voz atrapalha.
Olha,
sinta o agora,
o amanhã
já é outra cor,
e vai embora...

Entenda,
seja a folha
jogada ao vento.
Que o muito é pouco,
quando o amor é o momento.
Então me beija,
com toda a alma infinda.
Apenas beija,
que a vida assim é rara,
e o amor, mais raro ainda...

(Dinho Kamers)

VIOLÃO DE TAÇAS
de: Eduardo Pinter

O ventos sombrios da mente calada
Acorda com vontade de se esconder
Inspira a morte numa angústia abafada
Mais puro que o frio não há como morrer
Mais impuro e divino também não há como viver

As questões se vão como se vão as questões
Pr’algum lugar onde desvendas a incompreensão
Pode-se fugir do inverno mas, não das estações
Pode-se ignorar a alma mas, não o coração
Não me é estranha esta sensação

Acordar num silêncio vazio entre esta multidão
Me faz pensar no que penso noturnamente
Afogar-se num violão com taças e uma canção
E se trancar na noite em meu próprio refúgio
Talvez convidar amigos e descobrir que não sou o único

23 Ago 2013
Eduardo Pinter

Incógnita
de: José Ricardo de Matos Pereira

Sempre quando o vulto do desejo paralisa alguns sentidos,
quando a seiva afoga na face a pretensão, e,
o, sentir escorrer pela pele saberás que ainda penso em ti,
que sua voz açoita, a solidão e
teu sorriso me faz abrir os olhos para um novo dia...
Te amo em devaneios...
Te amo acordado...
Te amo apenas por existir:
fagulhas de meu sentimento...
O verbo amar me consumir...!

Explicação

Jamais interrompa um poeta.
Seria um crime sem perdão.
Nem mesmo numa urgência,
Não o incomodes,
Em sua alta inspiração.

Jamais lhe peça um minuto,
Nem queira ter sua atenção.
Pode ser fatal esse momento,
E assim como o vento,
O poema lhe fugir da mão...

E se isso acontecer, amigo,
De uma tristeza infinda,
O poeta terás ferido.
Seria assim, como lhe cortar
Um pedaço do seu coração...
(Dinho Kamers)