Poemas de Amor Abandonado
Já me esqueci dos caminhos
Que os pensamentos me levaram
E por quanto descuidado
Deixei apagar as trilhas
SEDE
Tenho sede de viver
Quero o afeto beber
Saciar a infiel odisseia
Da ganância da fé ateia
Terçando o ressecado saber 
Clamo o doce prazer
Olhar que nos fala 
Sem o desprezo que cala
Que rasga e maltrata
Quero gratidão sem ser ingrata 
Sensação, quero amor 
Paixão com valor 
Dignidade sem preconceito 
Irmandade com preceito
Abraço com empenho
Palavras com avenho
Respeito semelhante
E a retidão de ir avante...
Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
METADE
Sol de meia noite, 
meia lua em meio dia.
Vago em meio devaneio,
meia luz em tarde fria.
Vou e volto, volta e meia,
não consigo te encontrar.
Meio triste, meio solta,
busco a luz do teu olhar.
Quantas noites meio calma, 
meia volta tento dar,
desta dor que me derrota,
não consigo me livrar.
Vou seguindo meio morta,
meio viva ainda estou,
o meio amor que tu me deste
era pouco e se acabou.
L A B O R E S
Cai a noite.
O dia entrega as armas.
Mais uma batalha vencida.
Volto pra casa-refúgio da guerreira,
onde sorvo, na solidão,
eterna companheira,
o néctar das flores
plantadas ao longo do caminho.
Flores que enganam espinhos,
oferecendo, mudas,
o perfume e o humano carinho
que o tempo abduziu.
Ligo o rádio.
Ouço a canção de quem partiu,
falando de lutas inglórias,
de ilusórias vitórias,
num contexto artificial.
Amanhã será mais um dia...
Um dia a menos na insana caminhada...
Um dia a mais em direção 
ao fim da jornada...
E o Sol por testemunha
de mais uma empreitada...
Outro dia trazendo em seu bojo,
como um Cavalo de Tróia,
milhões de guerreiros que,
como eu, talvez sobrevivam, por eras,
ao tempo perdido em dolorosas quimeras.
C I D A D E
O Sol amanheceu a cidade.
A Vida respirou Liberdade.
A noite fria e escura, morreu.
Passo pelas ruas e paços, 
buscando um ombro amigo,
um abraço...
em olhares que o horizonte perdeu.
A Vida me empurra pela cidade,
navego neste mar de ansiedade
atrás do tempo...
atrás das horas...
Mãos que se apertam e não se tocam,
olhos que se veem e não se olham,
ombros lado a lado, em solidão!
Não sei quem morreu de verdade...
se a noite, ou o dia-cidade...
Se o ar que respiro é, assaz, Liberdade...
Se o Sol que ilumina estas ruas desertas
de amor, compaixão,
aqueceu, afinal, algum solitário...
coração.
I L U S Ã O
Quero comer tudo o que vai me matar,
Quero beber tudo o que vai me afogar,
Quero ficar na chuva, no sol,
na escuridão da noite fria,
até desbotar!
Quero sair do meu corpo e flutuar, 
no mar etéreo de tua visão.
Quero me libertar desta prisão.
Quero ser o outro lado do teu avesso,
Quero ser o começo de tua revolução.
Quero viver sem perdão
e morrer no fogo de tua paixão.
Quero tudo o que for proibido,
o Universo vertido em versos sofridos,
consumidos pelo desamor!
Quero ser a flor amanhecida
no cemitério da dor.
Quero pensar que encontrei teu amor...
o abraço invisível,
o beijo impossível,
a carícia irreal...
Quero ser adorno em teu funeral,
sem corpo, sem alma...
melodia serena, apenas...
som das estrelas...Ilusão final.
SONETO IMAGINÁRIO
Imagino um soneto do imaginário
Que escorra da doce imaginação
Com o seu ilusório jamais solitário 
E cheios de quimeras e de emoção
Que tenha na sua existência itinerário
Não só formas, nem aparência, ação
Onde os sonhos são seu mobiliário
Aduzidos dos cômodos do coração
Quero com que seja o meu amuleto
Guardado no peito tal qual a oração
Em mantra, não como simples objeto
E se, assim, brotar do tal poço secreto
Dos poetas, que venha com inspiração
Imaginando satisfação por completo
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
MOCIDADE JAZ (soneto)
Mocidade em mim, em simpatia 
A sua lembrança já é sem graça 
Na arena, silêncio, pouca galeria
E já tão distante, saudade, lassa
Nesta morrinha, de lado a ideologia
Pois, acima ou abaixo, tudo passa
Apressadamente, serventia é ironia
Velhice, prudente palavra: desgraça 
Nos licores de prazer, só mitologia
As perdas já fazem parte da vidraça
Do fado, e o entusiasmo na periferia 
Porém, nem tudo é ledice sombria 
Curtir a paisagem e brindar a taça
Do viver, dizer não, fazem a alegria 
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Paciência
Paciência, pois depois primeiro encontro haverá muitos outros.
Paciência, pois além dos primeiros beijos também terá desejos 
Paciência, pois mesmo com seu passado nosso presente e um legado
Paciência, pois enquanto você chorar irei pensar mil formas de te fazer melhorar 
Paciência, pois em cada briga nossa teremos que encarar nossas fossa 
Paciência, pois o amor é de fases então me entenda se eu for covarde 
Paciência, pois em cada pensamento meu existe lá cada pedaço seu
Paciência, pois se um dia eu for grudento e só um jeito de expressar meu sentimento 
Paciência, pois meu amor é tão sincero que mesmo de longe ainda aqui te espero.
(Sempre serei EU)
Eles querem me impor um manual de como devo levar minha vida. 
O que devo fazer com minhas roupas, com meu barraco.
Eles querem viver minha vida por mim. 
O que eles me deram... joguei em um poço sem fundo!
Nunca fui nada do que eles queriam que eu foce. 
Nunca serei nada disso que eles pensam. 
Não posso querer ser nada disso.
Jamais serei como todos os outros.
Não tenho muitos amigos, nunca fui o favorito. 
Nunca fui o que meus pais queriam que eu foce. 
O que eu aprendi, aprendi por conta própria, Foi tentativa e erro.
Só quero um momento, um momento pra pensar. 
Quero meus verdadeiros pensamentos.
Meus, e só meus, Meus verdadeiros sonhos.
Meus verdadeiros acertos, ou erros... 
Não posso ser o que vocês querem que eu seja. 
Não posso fazer o que vocês querem que eu faça.
Eu sou, e sempre, Sempre serei EU.
FIAR POÉTICO 
E então, ó poema? 
A inspiração indaga:
qual trilha, que dilema
se a intenção vaga...
Reage a página vazia
siga a tua saga
de vida
tristura e alegria
desprezo e amor
Pois, só assim 
verso e reverso
o poema há de compor
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado 
Março de 2017
Cerrado goiano 
Aliceando, Alice Ruiz
A vida é assim...
Um dia nós não estaremos mais neste mundo. 
É difícil!!! Mas a morte é o destino. 
Única certeza nesta vida. 
Deveríamos aceitar mais. 
Só que na hora da perda é inevitável a dor. Mas depois fica só a saudade, ela tbm dói, mas o tempo vai amenizando. 
O que importa é viver o melhor possível, e as lembranças boas amenizam esta dor...
►Um Homem Sem Objetivo
Trancafiado no meu quarto
Estou ficando farto
Não tenho visão do que fazer
Sem razão, não consigo ver
Um objetivo o homem deves ter
Para assim, um futuro merecer
Mas não sei onde ir
Não enxergo um caminho para seguir.
É estranho pensar sobre
Ontem aquela ideia, neste papel coube
As dedicatórias que escrevi
Me fazem ver como deveria estar feliz
Bem que eu queria estar assim.
As distrações já não distraem mais
Algo sem sentido tornaram-se tais
Sei que passarei por cima
Não importa o caminho que siga
Nem mesmo reclamações que eu diga
Pelo menos a caneta é minha amiga.
Agora que estou perdido
Melhoraria muito ter um abrigo
As vezes é isso que sinto
Revelando isto, não minto.
Poema cansado
Noite em claro
No interior do quarto.
Palavras mau ditas
Algumas piores escritas.
Desabafo de amor
Convertido em dor.
Pranto calado
Chão enxugado.
Dia no escuro
Pensando no absurdo
Pra tirar meu cansaço 
Apenas teu abraço.
Pra me tirar do tédio
Você é o remédio
Só quero minha cama
E ouvir você dizer que me ama.
(12.07.2014)
Olhar ao mar
Mar fundo
Água profunda
Corpo que inunda 
Afunda minhas lágrimas 
Leva minha tristeza
Deixa minha pureza
Mistura de elementos
Mescla de sentimentos
Dores e não lamentos
Mar que acalma
Acolhe a alma 
Mar que deságua 
Que vai e vem
Sempre com águas diferentes 
Que fascina a sua enchente
Mar de promessas
Chave mestra
Som de orquestra
Mar que borbulha 
Pedra na agulha
Vida que perdura
Mar que sonha
Sonho que mara
Mar quimera 
Mar de estações
Mar de previsões
Infinitas sensações
Mar misterioso
Seio apanhador 
Colo mimoso
Mar que começa
Mar que não termina
Mar sem sina
Mar de oceano
Mar de litoral
Mar de oriental
Mar lindo mar
Azul, verde, transparente
Me ensinou a ser gente
Antes mesmo de aqui chegar
(13.09.2012)
SOLIDÃO
"Vozes solitárias aclamam sobre mim na escuridão. Uma dor incontrolável toma meu corpo esta noite... Os olhares direcionados à mim assustam-me, sozinha vejo a luz do meu coração se esvair, vejo meu templo desabar em lágrimas frias e tristes . Terrível maldição que me atormenta hoje, e me impede de dormi, sinto você dentro de mim se debatendo e acabando 
comigo, essa agonia insana toma minha mente ... Incapaz de fugir, acabo me viciando cada vez mais nesse sentimento ruim, Eu vejo a dor em você que por um momento se torna minha ."
PAI...HOJE VOCÊ NÃO ESTA MAIS AQUI !!!
Hoje!...
Nada mais importa...
Os sonhos que sonhamos...
Hoje só são sonhos...
A vida passou... O tempo de sonhar passou...
Para nós já não existe amanhã...
Tudo é passado agora...
Você hoje é só uma lembrança nesse meu coração...
Lembrança que se mistura com saudades.
E trazem você num momento de emoção...
Para aliviar o desejo...
Desejo de ter novamente tua presença me protegendo...
Que saudades eu sinto de você!
Hoje... Tenho me perguntado varias vezes:
Porque não disse que te amava tanto?
Porque deixei tantas oportunidades de lado?
E assim o tempo passou...
O tempo passou e não percebi
Não percebi que para palavras não existe amanhã.
Hoje eu sei... Mais saber agora de nada adianta...
Você já não está aqui...
Mas esse foi o jeito que encontrei para dizer...
Coisas que nunca te falei...
Coisas que simplesmente guardei...
Porquê?
Porque pensei que soubesse tudo de mim...
Dos meus sonhos... Dos meus medos...
Do meu amor por você!
Talvez não tenha encontrado...
Palavras para traduzir...
Todo esse carinho e admiração...
Que o tempo todo senti por você!
Descanse em paz...
.
Sobre Bell
Sua graça é um tanto sutil
Não é daquelas que se encontra 
Em qualquer loja de suvenil 
Aos olhos dos desavisados ela encanta
Seria uma sereia ou ninfa do mar?
Depende da face que irá encontrar
No geral ela é tranquila 
Mas não provoque
Não gosta de birras
E se fala em política 
Ah!
Ela tem sempre algo para criticar 
Sua voz é adorável
A não ser que use o tom grave
Só pra variar
Seus jogos são um tanto cultos
Há quem diz que sejam brutos
Não sabe se apaixonar 
Gosta de simplicidade 
Mas é menina da cidade
Nasceu para se arriscar 
Na fala um tanto precisa
Usa termos desconhecidos
Desenterrados dos livros que leu
Sempre diz que há motivos
Mesmo que não existam
Sabe se defender 
Mas as vezes a máscara cai
E ela não sabe o que faz 
Se perde de si mesma
A verdade é meio amarga
Uma vez foi magoada
E não soube perdoar 
Seu eu é uma máscara 
E o que mascara
Até ela já esqueceu
A cidade do era.
Era uma vez, uma barragem,
Era uma vez, uma cidade, 
Era uma vez, um povo feliz, 
Era uma vez, aquele criança,
Era uma vez, aquele senhor,
Era uma vez, aquele amor,
Era uma vez, o início da dor.
Era uma vez, o jantar em família, 
Era uma vez, a bela igreja, 
Era uma vez, aquele escola, 
Era uma vez, a quadra de bola.
Era uma vez, o churrasco e a festa, 
Era uma vez, a tradição e a reza, 
Era uma vez, o casamento,
Era uma vez, a lua de mel,
Era uma vez, o turista,
Era uma vez, a água pura,
Era uma vez, a manga madura.
Era uma vez, a vizinha e o vizinho,
Era uma vez, a mão e seu filhio,
Era uma vez, o amor e o drama,
Era uma vez, Mariana.
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