Poemas de Amizade Ruben Alves

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A vida é um mistério encantador, uma viagem com passagem de ida e volta. Não sabemos ao certo de onde partimos antes de chegar ao planeta Terra, e tampouco sabemos o destino final quando chega a hora de partir. É um enigma que permeia a existência. Mas, ainda que muito nos seja oculto, há algo que todos reconhecemos: a vida é um milagre. Viver é uma dádiva, um presente belo e extraordinário.

Durante nossa estadia neste mundo dos mortais, temos o privilégio de vivenciar a obra do Criador através dos sentidos. Ganhamos pais, irmãs, irmãos e amigos. Nos conectamos com outros seres, cruzamos histórias, tocamos vidas e permitimos que toquem a nossa. Amamos, odiamos, somos indiferentes. Entre tantas interações, há momentos mágicos em que encontramos almas que despertam em nós uma alegria inexplicável, uma sensação de reencontro. É como se essas almas fossem antigas conhecidas, vindas de um mesmo lugar ou de uma origem comum, antes de nossa chegada aqui.

Essas conexões transcendentais nos fazem sentir imortais, como se existíssemos além do tempo e do espaço. As almas que nos tocam profundamente nos ligam a algo maior, algo eterno. Talvez sejam um lembrete de que, mesmo nesta viagem cheia de mistérios, há uma essência imutável que nos conecta e nos faz lembrar da beleza infinita de simplesmente viver.

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O Fofoqueiro Bajulador

Vive perdido, sempre a observar,
A vida dos outros insiste em vigiar.
Puxa saco e bajula, com sede de atenção,
Mas só espalha inveja e frustração.

Sua língua afiada nunca sabe calar,
Critica o mundo sem nada agregar.
A própria vida, um caos, abandonada,
Segue vazia, nunca bem estruturada.

Esposa, marido, filhos deixados pra trás,
Deveres perdidos, não sabe ter paz.
Faz-se de bom, quer aplausos, vaidade,
Mas carrega nas costas a própria maldade.

Oh, alma sem rumo, por que tanto rancor?
A luz não alcança quem vive na dor.
Enquanto critica e o mundo despreza,
Afunda sozinho em sua própria tristeza.

Segue o fofoqueiro, sem norte, sem lar,
A vida estagnada, sem nunca avançar.
E a inveja que sente só pesa no coração,
Transformando em sombras sua própria ilusão.

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Maravilhoso Deus

Maravilhoso Deus, eterno Pai,
Por mais um dia, eu digo: “obrigado, aqui estou.”
Por acordar, respirar e sentir,
Tua presença em meu caminho a fluir.

Obrigado pela vida, tão cheia de luz,
Pela saúde que Tua mão conduz.
Pela paz que acalma o meu coração,
E pelo amor, Tua maior criação.

Guia meus passos, Senhor, com bondade,
Renova-me com força, paz e felicidade.
Que tudo em mim seja para Te louvar,
E no Teu caminho, eu sempre andar.

Faz de mim alguém melhor, eu Te peço,
Que espalhe o bem por onde me expresso.
Que leve amor onde quer que eu vá,
Deixando luz no lugar que pisar.

Obrigado por tudo, por sempre cuidar,
Meu coração é Teu, eterno é Teu lar.
Amém, meu Senhor, com gratidão eu oro,
Pois em Ti encontro a paz que adoro.

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A arte é o canto do vento,
A dança da luz no escuro,
É a alma que fala sem palavras,
É o mundo em seu jeito puro.

Nos detalhes, a beleza se esconde,
Nos toques, a vida se revela,
Para quem sente, a arte responde,
Com a suavidade que a vida vela.

Quem não vê, não sabe o que perde,
A arte é um mundo escondido,
E quem não valoriza, em sua sede,
Fica vazio, perdido.

Mas para quem tem o coração aberto,
A arte é farol a brilhar,
É a chama do espírito desperto,
Que nos ensina a sonhar.

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Trigo e joio

Deus é amor, é a pura verdade,
O diabo, do ódio, é a crueldade.
O homem se perde, busca o luar,
Mas sem plantar, como irá colher o pomar?

Semeamos mentiras, colhemos espinhos,
Trilhamos caminhos tão mesquinhos.
Frustrados, vazios, sem saber amar,
Mal amados, seguimos a tropeçar.

O bem luta, vence, é luz que clareia,
Enquanto o mal, na sombra, se enleia.
Engana quem finge, quem se deixa iludir,
Mas a conta da vida um dia há de vir.

Quem estás a servir? Deus ou o mal?
Na colheita da vida, és trigo ou o joio final?
Escolhe o amor, a verdade, o perdão,
Pois colhemos o que plantamos no coração.

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Oração de Domingo

Deus eterno e pai amado,
Ao acordar nesta manhã e ouvir o galo cantar, os passarinhos trinar e até o galo gaguejando, sinto tua presença. Pela janela do meu quarto, vejo as folhas verdes do coqueiro, movendo-se suavemente, quase imóveis, serenas e em paz.

Quero te agradecer, Senhor, porque em cada detalhe da tua criação — nessas folhas que dançam ao vento, nos cantos da natureza tão perfeitos — eu vejo tua mão, sinto tua perfeição. Obrigado por permitir-me acordar, ouvir, ver e sentir tudo isso. Obrigado por estar comigo, por habitar em mim, Espírito Santo de Deus.

Permanece comigo, Senhor. Dá-me tua paz, tua alegria e o prazer de contemplar as maravilhas que criaste.
Abençoa-me, protege-me, guarda-me e livra-me de todo mal, de todas as doenças, da inveja, das pragas e de toda maldade. Envolve-me sempre com tua bênção e teu amor, pois eu sou teu filho, e tu és o meu Deus amado, a quem eu entrego meu coração.

Obrigado, Senhor, por mais um dia de vida, por cuidar das minhas necessidades físicas, mentais e espirituais. Em nome de Jesus, eu te agradeço e te dou graças.

Amém.

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Respirar

Ao romper da manhã, o galo a cantar,
Os passarinhos ao céu começam a trinar.
O galo gagueja, mas, mesmo assim,
No canto da vida, sinto Deus em mim.

Pela janela, o coqueiro a dançar,
Suas folhas verdes mal querem se mexer.
Serenas, em paz, parecem sussurrar:
“Nas mãos do Criador, tudo é florescer.”

Senhor, eu te agradeço por este momento,
Por ouvir, ver e sentir o teu sopro, o teu vento.
Na natureza perfeita, tua obra reluz,
Na simplicidade, encontro tua luz.

Espírito Santo, vem e habita em meu ser,
Dá-me paz, alegria e o prazer de viver.
Abençoa-me, guarda-me de todo o mal,
De doenças, invejas e de todo o sinal.

Tu és meu Deus, meu eterno amor,
Teu filho sou eu, buscando teu calor.
Obrigado, Senhor, por mais um dia,
Por tua proteção e tua harmonia.

E assim te entrego o meu louvor,
Em cada folha, cada canto, vejo o Criador.
Com o coração grato, ergo minha voz,
Em nome de Jesus, somos todos nós.

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⁠A Vida é uma Colheita

A vida é um campo onde cada escolha, cada ação e cada palavra são sementes lançadas à terra. O tempo passa, as estações mudam, e inevitavelmente colhemos aquilo que plantamos. Não há atalhos, nem jeitinhos: o que se semeia com verdade e esforço, retorna em frutos saudáveis; o que se planta com descaso ou má intenção, vem em forma de espinhos.

Por isso, é essencial cultivar o bem, regar os sonhos com dedicação e podar as más influências. Nem sempre a colheita será imediata, mas pode ter certeza: ela virá. E quando vier, que seja de paz, reconhecimento e prosperidade. Afinal, quem caminha com consciência tranquila e mantém sua essência jamais se arrepende do que plantou.

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⁠O Peso do Egoísmo

São nas pequenas coisas que o véu se desfaz,
onde o egoísmo pisa sem olhar para trás.
Passa por cima sem medo ou pudor,
fazendo-se vítima, negando o rancor.

Aponta dedos, distorce a verdade,
vira o jogo com falsa bondade.
Na ânsia de sempre levar vantagem,
deixa para trás amor e coragem.

Mas quem só toma e nunca oferta,
segue sozinho, porta entreaberta.
Pois no fim, ao perder sem saber,
é o próprio ego que vai perecer.

Inserida por nereualves

⁠O Peso do Egoísmo

No olhar desviado, no gesto apressado,
nas palavras doces de tom calculado.
O egoísmo anda leve, quase invisível,
mas deixa um rastro frio, irreversível.

Faz-se de vítima, veste-se de certo,
muda o enredo, distorce o concreto.
No fim, quem só pensa em se aproveitar
descobre que nada lhe resta a guardar.

Porque quem toma e nunca oferta
um dia se vê de porta aberta,
sozinho, no eco do próprio querer,
sem nada para perder… ou viver.

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⁠O Sopro do Egoísmo

Nas pequenas coisas ele se esconde,
passa despercebido, mas sempre responde.
Olhares fugazes, gestos vazios,
palavras suaves que soam frios.

Segue buscando o próprio querer,
sem notar o que pode perder.
Mas a vida ensina, um dia se vê,
que quem só retém, deixa de ter.

Inserida por nereualves

⁠Enquanto houver uma criança para ouvir e uma mulher com a capacidade de gerar um descendente, eles não vão parar. Matarão até o último em nome de Deus.

Chamem do que quiser — fé, justiça, redenção — mas ainda não há um nome para tudo isso que está acontecendo. Porque Deus não pediu sangue, nem ofereceu glória à destruição. Mas eles seguem, cegos pela própria fúria, condenando gerações inteiras à mesma dor.

E enquanto novos inocentes nascerem, a engrenagem continuará girando. Até quando? Até que o último suspiro seja dado, até que o silêncio seja a única resposta.

Inserida por nereualves

A Maldade Humana e o Poder da Mentira

A mentira seduz, encanta, enfeitiça. Ela se espalha com facilidade porque muitas vezes é mais confortável do que a verdade. O ser humano, ao invés de questionar, prefere acreditar no que lhe convém, no que agrada seus desejos ou reforça seus medos. Mas por quê? Por que é mais fácil aceitar uma mentira bem contada do que encarar a verdade?

Vemos pessoas sustentando falsidades mesmo sabendo que não são reais. Elas ouvem de alguém, repetem e espalham, sem se preocupar com as consequências. A verdade, por outro lado, parece não ter o mesmo apelo. Quando alguém traz uma boa notícia ou compartilha uma felicidade genuína, o mundo muitas vezes reage com desprezo ou indiferença. Mas quando se trata de destruição, fofoca ou ódio, a atenção é imediata.

Existe um prazer perverso na desgraça alheia. Há quem se alimente da infelicidade dos outros, que inveja o sucesso e faz de tudo para derrubá-lo. Essas pessoas não vivem suas próprias vidas, apenas observam e atacam aqueles que brilham. Mas por quê? O que as move? É um caráter doente? É o medo de serem inferiores? Ou é simplesmente uma escolha consciente de seguir o caminho da destruição?

Olhando para a história, percebemos que o mal sempre tenta tomar o controle. Em certos momentos, parece até vencer. Mas a verdade é como azeite sobre a água: sempre vem à tona. A mentira pode correr rápido, mas seu fim é inevitável. No final, aqueles que vivem da maldade acabam sozinhos, infelizes, consumidos pelo próprio veneno.

Então, o que podemos fazer? Nos proteger, seguir em frente e não permitir que a escuridão dos outros nos atinja. O mundo sempre terá aqueles que tentam destruir, mas cabe a nós escolher o lado da verdade, da construção, do bem. Porque, por mais que demore, a verdade sempre vence.

Inserida por nereualves

É um verdadeiro horror quando chamam os políticos de palhaço. Isso porque o palhaço é um artista e merece nossos aplausos, não nosso desprezo. Palhaços são honrados, criativos e, muitas vezes, verdadeiros gênios da arte de fazer rir.

Com talento e sensibilidade, eles conseguem arrancar sorrisos até dos mais carrancudos. Enquanto alguns usam palavras para enganar, os palhaços usam a arte para encantar. São alegria em forma de gente, carregando no rosto a missão de transformar o mundo com humor e leveza.

Além disso, os palhaços trabalham com honestidade, dedicação e paixão pelo que fazem. Eles não fingem, não fazem promessas vazias, não traem a confiança de ninguém. Seu compromisso é com a alegria, e seu talento é genuíno. Desmerecer o palhaço é um erro. Se há quem mereça críticas, que sejam aqueles que traem o povo, e não aqueles que, com suas cores e gestos, tornam a vida mais bonita.

Inserida por nereualves

Ontem fui ao supermercado no centro da cidade. Assim que cheguei, estacionei meu carro e notei um carrinho abandonado bem na minha frente. Ao sair do veículo, percebi que uma senhora ao meu lado estava colocando suas compras no porta-malas. Ela pegou o carrinho que havia usado e, em vez de levá-lo ao local correto, simplesmente o deixou atrás de outro carro.

Fui fazer minhas compras e, quando voltei, vi que havia dois carrinhos encostados na parte de trás de um automóvel estacionado à minha frente, um pouco à esquerda. Eles pareciam ter sido largados ali sem preocupação.

Enquanto conversava rapidamente com um amigo, chegou uma senhora acompanhada do filho. Os carrinhos que estavam ali impediam a abertura do porta-malas do veículo dela. Com muita calma e sem reclamar, ela puxou os carrinhos para o lado, retirou suas compras e as colocou no carro.

O que ela fez em seguida foi um verdadeiro exemplo de cidadania. Em vez de simplesmente largar o carrinho como muitos fazem, ela organizou os outros dois que estavam atrapalhando, encaixou-os corretamente e os levou até o local adequado.

Fiz questão de elogiá-la pela atitude e pela lição de educação que estava dando ao seu filho. Afinal, não adianta apenas dizer às crianças o que é certo e errado se as nossas próprias ações contradizem as palavras. A vida é feita de exemplos e atitudes.

Parabéns a essa mãe, que soube ensinar, na prática, o que significa respeito ao próximo e consciência coletiva. E parabéns ao filho, que certamente crescerá seguindo esses ensinamentos e se tornará um cidadão exemplar. Não podemos esperar que as crianças ajam corretamente se os pais não mostram o caminho com suas próprias atitudes, não é verdade?

Inserida por nereualves

⁠VALEI-ME, SÃO JOSÉ!
São José, modelo de trabalho e dedicação,
Exemplo de força e humildade,
Foste o sustento da Sagrada Família
E hoje és o amparo de todos que lutam com fé e honestidade.
Peço tua intercessão por mim e por aqueles que caminham ao meu lado,
Pelos trabalhadores incansáveis de Jaboticabal,
Por cada família que encontra na labuta diária seu sustento e sua esperança.
Guia-me em minha missão de construir um futuro melhor,
Protege meus amigos, fortalece meus irmãos de caminhada,
Ilumina as crianças, que carregam o amanhã,
E ampara os idosos, que nos ensinaram o valor da vida.
Que eu siga sempre firme em meus propósitos,
Com coragem para enfrentar desafios
E sabedoria para enxergar o melhor caminho.
São José, guardião dos justos e operários,
Acompanha-me hoje e sempre.
VALEI-ME, SÃO JOSÉ!
Amém.

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⁠O Roto e o Rasgado
O roto e o rasgado, cheios de pompa,
desfilaram na rua, vestindo ilusão,
juravam ser linho, juravam ser seda,
mas eram chita, sem cor, sem botão.
A casinha escancarada, um vento levava,
nem tranca, nem fecho, nem nó que parava,
mas na prepotência se achavam reis,
de um trono de trapo, sem lei e sem vez.
O poliéster? Bah, que vergonha!
Coisa de pobre, de gente sem luxo!
Mas enquanto a seda rasgava sozinha,
o tal do poliéster seguia no uso.
Fofoqueiros de esquina, juízes do nada,
sentinelas da vida alheia, sem falha,
apontam os dedos, gritam sem medo,
mas escondem a casa caindo na vala.
Seus tetos de vidro já trincam sozinhos,
suas falas são ecos de um grande vazio,
mas seguem no palco, de rostos finíssimos,
fantoches do nada, num circo sombrio.

Inserida por nereualves

⁠Herdeiras da Finada e da Vaidade
Lá pros lados onde o asfalto é poeira,
E o luxo ainda usa pulseira de feira,
Morreu uma tia — a finada abençoada —
E deixou pras sobrinhas a grana guardada.
Foi só o caixão descer com a coitada,
Que as moças viraram alta sociedade encantada.
Uma herdou um sítio, a outra uns trocados,
E juntas se acham no topo dos mais invejados.
Mudaram o andar, o tom e o batom,
Agora só falam de “brunch” e “champanhon”.
Fizeram plástica no ego, bronze no juízo,
E acham que o mundo inteiro gira no improviso.
A finada, se visse o que virou o legado,
Voltar do além? Talvez… só pra dar um recado:
“Vocês eram jacu e continuam sendo,
Só que agora de salto, tropeçando e se perdendo.”
Ai, que dó dessas almas tão iludidas,
Achando que dinheiro compra novas vidas.
Na rede social, são capa de novela,
Na real? Mal sabem lidar com panela.
Graças a Deus, aqui não tem dessas figuras,
Só gente de berço, de boas posturas.
Mas fica o alerta, entre riso e gargalhada:
Nem toda herdeira deixa de ser deslumbrada.

Inserida por nereualves


O Caipira Raiz e o Jacu Enfeitado


Na beira da cerca, com um palito no dente e a paz no olhar,
tá o caipira de verdade, aquele que pensa antes de falar.
Com dois ditado ele desmonta um diploma,
e com um silêncio ele humilha quem faz drama.

Mas não demora muito, chega ele...
O tal do jacu metido, de celular com capinha de strass,
bota brilhando, camisa colada,
parecendo cantor sertanejo... que foi demitido em Goiás.

Chega falando grosso,
palavra em inglês, sotaque de novela,
mas tropeça no português
e chama “cuscuz” de “massa amarela”.

Diz que entende de tudo: agro, clima e até NFT,
mas se perder o sinal do Wi-Fi,
não sabe nem onde fica o pé.

Se acha “moderno da roça”,
fala que é do agro business,
mas confunde adubo com fermento
e acha que boi dá leite com fitness.

Já o caipira de respeito,
coça o queixo e só observa:
“Esse aí é tipo assombração…
aparece, faz barulho e não serve pra reserva.”

O jacu compra trator sem saber dirigir,
grava vídeo colhendo milho de boné pra trás,
e ainda manda:
“Galeraaa, esse é meu lifestyle, sou raiz demais!”

Raiz? De quê? De samambaia de plástico?
Nunca arrancou um mato, nunca levou coice de burro...
Só vive de selfie no campo,
igual criança em zoológico: acha tudo ‘estranho e sujo’.

E o caipira de verdade ri, mas é por dentro.
Porque ele sabe:
quanto mais o jacu fala,
mais o mundo vê que é só vento.

Moral do mato:
Jacu com internet acha que é influenciador,
mas é só um papagaio com 4G,
falando grosso e pensando menor.

Inserida por nereualves

⁠A Ausência dos Meus Excessos


Um dia, meus excessos sumiram,
sem alarde, sem vestígio.
Não deixaram saudade,
pois ninguém sente falta
daquilo que nunca coube direito.

Talvez os pássaros saibam,
as aves, sim, talvez cantem baixinho
em algum céu de lembrança,
que um dia eu tive asas
— mas bati demais.

O excesso não pesa como a falta.
O cheio, a gente desvia.
Mas o vazio... ah, o vazio
grita no silêncio do quarto,
dói no espaço onde eu era demais.

Não houve pranto pela minha ausência,
nem uma cadeira vazia no jantar.
A escassez marcou presença
onde o excesso foi apenas visita.

Fui demais nas palavras,
no riso alto, no gesto largo,
na vontade de estar,
na esperança de ficar.
Mas o mundo ama o contido,
o que cabe na medida certa,
o que não transborda.

E eu, feito mar em dia de fúria,
nunca soube ser maré baixa.
Minha presença era tempestade
num copo que só aceitava goles.

Agora sou ausência —
dessas que não incomodam,
dessas que não se nomeiam.
Sou o eco do que fui,
numa sala onde ninguém chama.

Mas ainda há beleza no que sobra,
mesmo quando falta tudo.
E se um dia alguém notar
a ausência dos meus excessos,
que perceba:
era amor, era sede, era alma
em carne viva.

Inserida por nereualves

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