Poemas da Juventude de Paulo Coelho
Náufrago
Perdido, desperta desalentado,
Com o corpo aspergido da água, salgado do mar
A areia conglutinada na face e nas partes nuas do corpo
Em meio à angústia proporcionada pela cena,
Vagarosamente coloca-se de pé,
Na busca da compreensão do que fazia ali.
Olha o entorno e vê uma ilha
coberta de vegetação mista, com árvores enormes e verdes
exala o perfume das flores: gardênias, jasmins, lavandas, cravos...
Sobressai-se o cheiro inconfundível de mel das álisso...
O silêncio ruidoso de sua mente é quebrado pelo canto dos pássaros: pintassilgos, canários, corrupiões, azulões e corruíras - uma mágica sinfonia.
O céu azul, cintilante, reflete nas águas mansas
Sente uma leve brisa...
Um náufrago, confuso, à procura de uma saída.
Mesmo que sua alma sinta a doçura do lugar,
Como desvendar o mistério e partir?
O que era eu? Pergunta-se
E o que é essa saudade de alguém, de qualquer coisa que angustia?
Busca explicações, mas só encontra um vácuo dentro de si:
Uma ilha cheia, mas ninguém para lhe fazer companhia.
Como aquela, existem outras ilhas desconhecidas,
Construídas por mãos divinas...
Vê seu reflexo nas águas...em seus olhos uma dolorosa instabilidade, sem sentido.
A brisa é fresca, monta uma fogueira
Nela coloca as impurezas da ilha,
Aqueles gravetos, as lascas sem razão.
Espera encontrar alguém, embora ainda não saiba quem...
Sentado imóvel, olhando na direção do horizonte,
Ouvindo os pássaros, sentindo o perfume das flores,
ainda sente como estivesse naquela ilha cheia de vida,
Que embora tão real dentro de si,
é um tesouro abstrato da sua imaginação.
O perigo da desatenção
"Pior do que o Corona Vírus, é ter que ficar em casa por determinação de políticos canalhas, assistindo o excesso de notícias da Pandemia na TV, enquanto na calada da noite, tramam como roubar o erário público, valendo-se da desatenção do povo e das autoridades".
Tô naquela fase de acender vela
Joelho ralado de tanta promessa
Pedindo todo santo, traz de volta ela
Jurando de pé junto nunca mais machuco ela
E tanto faz se a TV tá ligada
Eu tô assistindo você
E digo mais
Tudo que falta em mim
Tá sobrando em você
Clima pesado
Nem o coração fala mais alto
Do que o silêncio desse quarto
Tá remoendo ainda
As melhores respostas só vêm depois da briga
Preciso beber
Porque em sã consciência
Eu não consigo esquecer
Preciso ficar louco
Pra não lembrar dos beijos
Que eu vi você dando em outro
Enquanto o amanhã não vem
Vem ser hoje sem o amanhã
E depois do hoje
Se amanhã houver
Sê o agora apenas.
O tempo passa e com ele percebemos o que de fato valeu a pena.
Há lembranças que hoje nada mais são do que meras indiferenças.
O tempo tem o poder de mostrar na realidade o sentido daquilo que realmente valeu a pena.
Solidão não é só quando estamos a sós.
Ela pode existir mesmo quando estamos cercados de pessoas.
Há pessoas que em sua singularidade têm o poder de completar o mundo que habita dentro de nós.
Nem sempre amizade é um sinal de escolha.
Algumas surgem em nossa vida como presente de Deus.
São pessoas que nos completam em sua forma de ser e arrancam sorrisos simples.
Amizade é poder estar perto, mesmo que longe pela distância.
COVID-19
Todos nós sabemos da complexidade e da necessidade de renúncias, para enfrentarmos este momento.
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Entretanto, não podemos fazer com que o nosso mundo pare exclusivamente em torno do coronavírus.
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Alguns vivem fixados na frente da televisão, onde na maioria das vezes só se noticiam tragédias e números alarmantes de mortes.
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É preciso ocupar a mente com temas distintos, dar um refúgio para si e em especial, para a alma.
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Se assim não for, a doença psíquica atingirá muito mais do que o próprio vírus.
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Leia um livro, repense a vida, fale mais “Eu te amo”, reflita a fragilidade da vida, perdoe mais, releve, evolua e veja quão passageira é a vida.
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ORE!
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Não se desespere, Deus faz-se presente.
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Na vida, as vezes são necessárias as tempestades para mostrar que algo não está equilibrado e para que depois, o sol possa vir novamente a surgir.
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É momento de muita responsabilidade, fé, renascimento, esperança e evolução.
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Vai passar!
Paulo Bruno Ruinho
Enlevo
Com um ruído estrídulo, a sineta soa
Apressurados, todos correm,
O encontro é no pátio relvado e sempre bem aparado,
Na ciranda, ordenados em círculos,
O ponto máximo é expressado através de um “verso bem bonito,
um adeus e vá-se embora”!
As alocuções proferidas acanhadamente,
tinham objetivo:
A menina dos olhos, doce de jabuticaba,
Da pele macia e abrasada,
Longos cabelos negros e lisos,
De vestido rúbido
E sorriso exibido.
A timidez ingênua camuflava o romantismo temporal,
Muitas vezes declarada em manuscritos anônimos,
Entregues pelo comparsa que, no primeiro momento, não revelava o autor...
Cerrando os olhos, sinto a fragrância das cópias azul- arroxeado,
Quanto mais álcool no mimeógrafo, mais clara era a impressão.
Ah, a fonética e a fonologia, a variedade linguística,
Os substantivos, adjetivos e pronomes...
Lugar, espaço e paisagem, mapas, escalas gráficas e numéricas,
Litosfera, atmosfera e seus fenômenos...
Por que o tempo muda?
Egito, Grécia, Roma e seu legado cultural...
Biodiversidade, cadeia alimentar, decompositores,
A terra e o universo, álgebra, as formas e medidas...
Acrônico...
Eu e esse meu cacoete de sentir o tempo,
Esse hiato abstrato,
Observando pela janela os sonhos juvenis,
Rememorando a poesia e o romantismo das rodas de ciranda...
Quando há feridas , um processo se inicia.
Quando há cura um processo finaliza.
Quando há cicatrizes o processo se legaliza.
Insight para VOCÊ viver BEM
Pare imediatamente de querer amar todo mundo, e querer que por reciprocidade, todo mundo te passe a te "amar". Como uma orientação segura te afirmo que basta você ser autêntico, honesto, espontâneo e amoroso consigo e ter RESPEITO com o próximo; e seu SER se elevará no AMOR!
A partir de hoje deixe fluir o seu AMOR em cada ato, a cada amanhecer, a cada trabalho, a cada intenção de querer bem, e garanto que a liberdade que sentirá desbloqueará tudo que trouxe tristeza, desavenças e dor a você... E fluirá na sua vida e legado apenas harmonia, prosperidade, e um prazer de VIVER jamais imaginado. Paulo Silveira
@realpaulosilveira
O Monte
Sentindo o frio na espinha,
O vento levemente sopra a face,
Os pássaros alvoroçados cantam,
Diante dos olhos, um foço de luz,
Um extenso vale molhado da névoa,
De cores, aroma e sabores...
Naquele monte escarpado,
Um tesouro às escondidas,
Onde o sol não brilha, se põe...
Um interlúdio para reverenciar
Eu com minha alma em chamas,
Batimentos desalinhados,
Volúpia e simetria...
Tocando as pétalas desabrochadas,
A passo e passo, adentro ao vestíbulo,
Desajuizado a explorar,
Desembainhado a dançar...
Abrandando os sussurros dos ventos,
Osculações abrasadas na cerviz,
Os pomos, belos e bem delineados,
Aprecio-os com devoção, contemplam o Éden
Como eles, o colo embebido...
No enlace dos corpos, ofegantes,
os amantes entregam-se lascivamente,
sobre o outeiro, suspirando em brasas,
do sonho ao apogeu...
Ah, a natureza e sua beleza misteriosa...
As fímbrias a vascolejar
As borboletas a voar,
O deleite do poeta,
A moldura do artista...
Apego-me às memórias daquele Monte de Vênus!
Paro e Penso
As vezes, nem sempre
Você esta contente,
Com aquilo que sente.
Não é que esteja carente
Mais sim triste, infelizmente;
Parece uma dor ,
Mais sinto que é amor.
Amor não correspondido
Isso tudo parece castigo;
Paro e penso ,
O que quero pra mim
Nesse exato momento,
Se esse sentimento,
Não tem fim.
Pode ate passar
Mais sei que ira demorar,
Ao pouco vou supera
Para tudo isso acaba.
Vou ter que me olhar
Pra que posso mergulhar.
Nesse meu sorriso,
E quero sempre isso,
Pra mim assim
Feliz ,
Até o fim.
Deusas
No silêncio noturno, pestanejando,
Audível tão somente o ruído da ampulheta,
Memórias da temporalidade,
Tessituras da areia e do vento,
Conflitos prementes da razão,
Uma tempestade de partículas,
Juntas, formando consciência...
Irresignado com o legado cultural,
Entrevi, dentro do Panteão mitológico,
Vênus, a Deusa do feminino.
Ela, envolta de requinte arguto e versado,
Pôs-se a recitar...
“Existe uma verdade cientifica, filosófica,
A mentira, quando repetida
gera crenças profundas, conforta.
A verdade, por sua vez, inquieta...”
Eu, com o cálice na mão,
Condiciono-me, compenetrado,
Ela, com magistral beleza, prossegue:
“Afloramos arguidas,
Distintas biologicamente,
Provemos a vida,
Únicos contrastes.
No corpo social,
Estipêndios menores,
Sem enaltecer o intelecto,
O inventivo, a inovação.
Quanto mais à “alta roda”,
Menos varoas encontramos.
Queres tua prole assim, fadada a essa herança?
Ensina-lhe o caminho da revolução!
Equidade, Respeito,
Sem possessividade...”
Desperto, observo a ampulheta,
A transitoriedade dos grânulos,
As âmbulas intermeadas
Com a consciência formada...
Há tempo, quero te recrutar,
Ativista da causa,
Não me Kahlo!
Paulo José Brachtvogel
O despertar
No anoitecer gélido,
acomodado junto ao supedâneo
contemplo a construção simétrica e harmoniosa,
com colunas e pórticos jônicos,
circunvalado pelo jardim recoberto de hera,
as luzes, reverberadas por candeeiros concatenados,
proporcionam beatitude!
Absorto nas obras helenísticas:
as aspirações, a razão e o irracional,
os questionamentos socráticos,
a busca das verdades pelas suas ideias,
as perguntas frequentemente reveladoras...
O saber, injustamente retribuído com uma taça de cicuta!
“Acalma-te poeta, a intenção não é a de emular nem exortar...
Quais as perguntas que te fizestes ultimamente?
Do que tens medo?
Pergunta-te, sê um crítico, não hesites!
Eis o ardil, conhece-te a ti mesmo, é fundamental...”
Na presença da solitude,
refutando imagens icônicas,
repleto de perguntas.
Repasso o epítome que desafia...
Recolho-me às mais profundas nuances do ser.
As luzes, impetuosas, irrompem...
Uma epifania...
É o despertar da filosofia
O triunfo da Eudaimonia...
Compreensível? Está indo a fundo? Não...
Tudo acaba no silêncio reflexivo deste poema...
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