Poemas D um Homem Perdidamente Apaixonado
O QUE SOU?
Não sei se sou
O caminho que você procura
Ou somente uma aventura
O caminho é incerto
A estrada é muito longa
Podemos nos desencontrar
Talvez eu seja, só um ponto de espera
E eu só quero ser, o ponto de chegada
Sem partida, sem despedida
Não sei onde me encaixo
O que sou ou aonde estou
E se eu for, não sei para onde vou
Mas enquanto não houver resposta
Me deixe apenas ficar
Com esse meu jeito absurdo de amar
Então, não me deixe ir,
Não me deixe partir.
Sandra Leone
PRECISO DESCOBRIR
Em meus beijos te imagino
E em meio ao cansaço
É nele que você descansa
Quando em meu colo
Tua cabeça repousa
Venha ao meu encontro
Pode vir, não precisa fugir
Não sei se estamos prontos
Ou se eu estou pronta pra seguir
Mas preciso descobrir
Se ainda há algum amor
Guardado em mim
E se houver
Quero construir uma ponte só nossa
Com uma placa avisando:
Proibido passagem ao público
Pois do outro lado, haverá uma fortaleza
Que se acercará de nossos pudores
E se ainda houver
Algum tipo de sentimento
Nos amaremos,
Numa paixão fulminante
Que há entre dois "amantes"
E o que mais desejo
É que o para sempre, sejamos nós
PRESENÇA IMAGINÁRIA
Na poltrona em que você sentou
Eu sentei e nela me aconcheguei
Acabei de tragar o cigarro
Que deixou aceso no cinzeiro
Como se quisesse sentir
O toque dos seus lábios
A bebida que deixou no copo, eu bebi
Tentando saborear o teu beijo
E a cada gole, senti o teu gosto
Coloquei o roupão
Que deixou jogado no chão
E nele senti o teu abraço
E me envolvi
Numa entrega total
Sentada
E encolhida em mim mesma
Adormeci e sonhei
E quando acordei, me entristeci
Você não estava ali
Tão real, como no sonho...
MEU CORPO CÁLICE,
RECEBE TEU VINHO
Numa noite chuvosa, de muito frio
É para mim uma penosa sentença
Na escuridão o silêncio é sombrio
Espero ansiosa por tua presença.
Observo as luzes no espelho vitral
Meu corpo trêmulo quer te sentir
Dia após dia sem ti, são abissais
Apenas chegue e não queiras partir.
No quarto, a cama está descoberta
E há nela um enorme espaço vago
Quando em teus braços me aperta
Me eternizo neles e sinto o teu afago.
Somos felizes em nosso ninho de amor
Nele, nos amamos com muito carinho
Em teu beijo, o gosto da bebida incolor
Meu corpo cálice, recebe o teu vinho
QUANDO VOCÊ SE FOI
Quando você se foi
Deixou em mim
As marcas dos teus toques
Que nunca mais senti
Você invade os meus sonhos
E me vejo escondida nas sombras
Te plantei no oculto do meu jardim
Te reguei e você cresceu em mim
Na caminhada que faço
Entre os versos que componho
Em páginas guardadas
Em cada cômodo do meu ser
As portas estão trancadas
Estou encarcerada em você
Decidi desatar os nós
E me desfazer dos laços
Que tem atado o meu coração
Preciso firmar os passos
Sair desse mundo insano
E voltar a minha razão
VOCÊ E EU
Você foi o meu refúgio secreto
A minha companhia
Nas minhas noites de solidão
Nossas almas se compreendiam
Não existiam idiomas e nem códigos
Não era preciso tradução
E nem alguém que o decifrasse
Em sua ausência
Sentia os rastros do teu toque
Na sagrada profanação do amor
Com você me sentia completa
O meu desejo, era maciço e permanente
Porque te amava simplesmente
Antes de te amar, nada era meu
Não haviam coisas, e nem os sentidos
Mas houve uma existência repartida
Você e eu = vida
Éramos dois numa só carne
Éramos plurais,
Na mesma forma de amor singular,
Fazíamos parte do mesmo universo
Você, homem genioso
Mas extremamente carinhoso
Eu, mulher de personalidade forte
Tal qual o meu sobrenome
Que um dia foi apaixonada
E até se sentiu amada, por esse homem
ASTRO REI
Surjo entre morros e colinas
Montanhas, florestas e serras
Meu brilho esplêndido ilumina
Os quatro cantos da terra
Desponto ao longe no infinito
Crio efeito,visualmente bonito
Aponto forte, lindo e reluzente
Para todos os seres viventes.
Sou poema, sou Cartão Postal
Sou uma cena milagrosa
Real e quase sobrenatural
De um poder incrível, celestial
Sou Astro rei do Sistema Solar
Que chega para o dia clarear
Nasço na brisa do amanhecer
Me ponho no final do entardecer
Sou feixes de luz espetaculares
Formo lindos raios crepusculares
Descanso e renovo minha energia
Para saudar o raiar de um novo dia.
PRECISO ME ENCONTRAR
Nem sempre sorrio minhas alegrias
Mas choro todas as minhas tristezas
Não vou me acovardar pelo medo
Nem me entregar pela fraqueza
Por tudo o que tenho passado
Por tudo o que sofri e chorei
Quero saborear a minha vida
E esquecer o que já passei
Preciso urgente me encontrar
Ir dentro de mim e me buscar
Não quero justificar meus atos
E nem argumentar os fatos
Poder caminhar e me orientar
Me desfazer da bagunça
E me organizar
Seguir adiante, sem olhar para trás
Em busca de mim mesma
E viver em paz.
E aquele senhor poeta
Que anda bêbado na rua,
(...) Contenta-se com tão pouco
Porque diz, bêbado e rouco
Que os seus poemas de louco
Poderão salvar o mundo!
Tempestivus
Ai, vuneravelmente estou aqui
Marciano calado ao canto
Desabrocha agora, flor de Aurora
Dentro do peito bate ao explodir
Cai neve, cai leve, permanente sua alma
Imerso, emergido, totalmente afagado
Relógios loucos estão perdidos
Próximo me encontro a ti
Seu olhar, somente calma
Ao vento se vão as folhas
Perdida estás na lua?
Pensamento noutrora
Me deparo ao seu sorriso
Você vê as estrelas?
Abra os olhos
Venha mais alto
Assim, tão fácil me ama?
Atravesso o portal e te beijo
Esse calafrio na barriga; essa mudança no meu corpo ao te ver ou sentir.
Seja isso “o alimento dos sentimentos”?
Ou o medo alertando-o?
Por alguma razão, você faz parte dessa cena.
Na beira da linha
Deparei-me com uma menina;
De cenho fascinante.
Numa troca de olhares;
encantei-me num só instante.
Eu que sempre fui revestido contra amores;
Com medo de no peito sentir dores;
Não suportei tamanha simetria.
Fui vencido por detalhes, tudo isso, num só dia.
Foi avassalador. Não há no mundo quem não falhe!
A beleza daquela moça era convite irrecusável.
Eu que me achava impermeável à emoção;
De repente, submergido de fascínio,
Estava eu colhendo os pedaços
Do gelo que habitava o meu coração.
Incertezas
Por muito tempo,
Já não sei, sobre o amor de nós dois.
Sentimentos perdidos ou deixados para depois?
Do ápice à decadência.
Amor ou ilusão?
Não sei mais a dimensão!
Você não dá a devida atenção;
Já não sei mais qual é o vocativo usado para mim, pelo seu coração:
Se é; Amante, amigo ou conhecido. Certeza tenho que não é marido,
Pois, o tempo extinguiu essa função.
O seu pensamento irreversível;
O seu sentimento imutável;
Coloca a nossa união, em situação instável.
Nem um passo à frente, nem um passo atrás.
Já não sei se vivo ou só existo.
Já não sei para que lado fica esse caminho chamado (paz)…
Houve algo que me fez sobreviver;
Todos esses instantes, enquanto;
Eu vivi analisando a amargura:
Que seu usufruía de mim!
Seria apenas momentos para você.
Mas, em mim, isso possui-me;
Como o ar, que eu necessito, a cada instante!
Sei que por você, não posso mais lutar;
Mas, por mim, tentarei sobreviver de lembranças, lágrimas e suspiros.
E, se tudo o que eu te dei, foram, apenas momentos para você;
Só me resta a esperar e morrer aos poucos.
Nada se cria do nada!
Nem mesmo uma frase...
Até para isso, precisamos passar por
algumas circunstâncias.
° ೋ ✿ ° Há momentos em que a gente se cala
Porque apenas soluços e lágrimas escapariam
Há momentos em que tudo machuca
Tudo pesa e a gente se sente sufocada
Por palavras não ditas e lágrimas que não foram derramadas
Há momentos em que a gente segura tudo e espera
Por teimosia, para que ninguém nos veja chorar
Então a gente espera até que todos saiam
Há momentos em que realmente a gente está sozinha
Então nestes momentos que a gente chora...
ivα rσdrigυєs ❤
Minha pressa
Não me critique por minha pressa
Vejo fruto em sementes que brotam
Ou queima em floresta verde
Enxergo longe
Não me critique por manter-me ativa
Proativa que sou em viver
E se meu ver te cansa
Siga mansa é sua natureza
Mas não me critique pela corrida
Minhas pernas formigam
E preciso alcançar
Mesmo que os erros decidam
Tentei
Amei
Escrevi
Vivi
E se te incomoda minha pressa
Borbulhe em chá fresco
É sua mina
É sua sina
E porque corro
É porque em segundos morro
E meu caminho
Não serão percorridos por seus pés
MAR REVOLTO
Vês estas estrelas? iluminam
todos os planetas, suas luzes
embora mortas ainda brilham
na imensidade do abismo
os mortais as referenciam
sabem que as estrelas são
reflexos da eternidade.
Assim são os amores na terra
parecem eternos,
mas são ilusões humanas
estúpidos e efêmeros,
não duram mais que
uma noite estrelada
vem o dia e a ilusão se vai
com o caos da noite.
Penso nisto cada dia em que me juras
amor eterno, sei que a tua voz
e o teu corpo, meu mar revolto
assim como as estrelas no infinto
no amanhã seguinte pode emudecer
desaparecer diante dos meus olhos
que de tão imperfeito não mais te enxergarão
ainda me iludo, ainda me engano
com a fé cega na eternidade
das estrelas mortas
e no teu amor humano.
Evan do Carmo 26/07/2018
A casa da Vovó
A casa da vovó era tão grande, lá eu me sentia Latifundiário em vinte metros quadrados, lá eu subia no muro que parecia o de Berlim , lá eu subia nas Goiabeiras, nas pitangueiras e não tinha medo de subir, de cair, de sussuarana e nem tão pouco de perder a hora do almoço porque eu sabia que meu anjo envelhecido ali estava para me lembrar ,carinhosamente , que meu prato preferido estava na mesa.
A casa da vovó era tão grande , lá , no quintal, tinha uma enorme pedra, que hoje, diante de meus olhos nem tão grande era assim!
Lá às formigas eram gigantes, as flores mais coloridas , o suco mais doce e os biscoitos mais crocantes. Lá tudo ficava gostoso, até a couve que mamãe fazia e pedia pra vovó colocar em meu prato. Lá verdura era carne tenra.
A casa da vovó era meu itinerário preferido e ela a guia turística mais fantástica que eu já conheci .Meu passeio preferido, meu colo preferido, meu abraço mais quente e meu sim constante.
A casa da vovó era tão grande e se tornava maior por tanto carinho, tanta generosidade, tanto amor. Não cabia em suas intenções tanto carinho, expresso em apenas um olhar, um aconchego ou um sabonete e um talco quando ela ,de mãos dadas comigo, íamos receber sua pensão.
Assim a casa da vovó era uma mansão , tamanhos cantos que tinha, tamanha a vontade de agradar, tamanho o tamanho daquele envelhecido coração.
A casa da vovó, a casa da vovó era minha esperança de crescer , crescer e encontrá-la , envolver meus bracos pequeninos em seus bracos envelhecidos, ou o contrário ou ,simplesmente falar baixinho:
-Vó pede pra minha mãe deixar eu ficar aqui hoje? Pede vó , pede!
E ela com aquele sorriso conivente me abraçava e dizia:
-Pode deixar, ficaremos juntas mais um dia.
E eu simplesmente ,hoje envelhecida na saudade, falo:
- A casa da vovó era tão grande! Mas o amor da vovó era bem maior.
