Poemas com Rimas de minha Rua
Em minha infância os meus problemas era esquecido na rua, na bolinha de gude, no futebol de rua. Na minha adolescência até minha fase meio adulto foi o momento de desaguar todo o meu sofrimento de indeferença, foi o meu momento de perdição, cheguei no fundo do poço. Agora nessa minha fase, fiz o poço ser meu amigo, o poço me forneceu um pouco de luz, água, eu de companhia e me ensinou a escalar.
Tenho muito para julgar e criticar mas oque aprendi com a minha vida, foi que reclamar do que não te pertence e nada me pertence é um erro, agora eu enxergo o futuro porque vivo o presente. Então antes de apontar o seu dedo para mim e interpretar a minha história do seu jeito, você está apontando quatro dedos para você e deixando o seu braço suspenso sobre a força do seu querer e o querer é oque te tornar ser.
E só para finalizar, digo que quanto mais difícil for mais forte fico e eu não tenho medo da minha queda pois já passei pelo caminho da subida. Quem eu sou e onde estarei destinado estar, nao mudará.
EU PEDALEI
Eu pedalei pela rua,
segui bem na minha faixa,
subi ladeira na marcha,
fui no grupo, fui na tua!
Não desistas, continua,
segue, ajeita o selim,
roda, guidão, bem assim!
Eu pedalei noite e dia
contigo ao longo da via
para te ter só pra mim!
Eu ainda posso sentir seu cheiro
E os seus dedos entrelaçados nos meus
Sua mão na minha
Rua abaixo, rua acima
Me lembro de cada detalhe seu.
Ainda ouço seu coração acelerado,
De quando eu encostava no seu peito
E sua respiração ofegante no meu pescoço
E como você ficava nervosa perto de mim
O coração pulava uma batida, e eu ouvi
Cada detalhe que me lembra de ti.
As pintas no seu rosto
E seu sorriso que me ilumina
Me transmite a desejada alegria
O seu corpo estreito e agudo
Ainda o sinto em volta dos meus braços
Cada parte de ti que encanta a mim.
Procurei teu olhar em outros olhos
Teu gosto em outras bocas
Mas como poderia eu encontrar?
Sendo que cada detalhe que eu busco
É cada detalhe que te torna você.
RUA DA MINHA INFÂNCIA
Lá bem longe onde eu morava
Sem asfalto nem avenida
Era um sítio em que a estrada
Se formava pelo batidão da lida.
Tanto iam as crianças pra escola
Os cavaleiros com suas tropas
Os pedintes de esmolas
No sombreiro da sete copas.
Por ela vinham os mascates
Com suas quinquilharias
Faziam os seus biscates
Para toda nossa alegria.
Ao terço ia a vizinhança
Como se fosse romaria
Na frente muita criança
Atrás os adultos em cantoria.
Rua de terra batida
De dia o sol escaldante
À noite a lua escondida
Só quando era minguante.
Tenho uma saudade danada
Desse meu chão encantado
Quando de dia passava boiada
De noite latia o cão abandonado.
Hoje tudo está mudado
Asfalto com carros e poluição
Preciso de muito cuidado
Para reconhecer meu rincão...
10/06/18
melanialudwig
COMPLEXO DO ALEMÃO
Amo minha favela, sou cria da rua 2 na Alvorada, minha casa. No CPX R2 fui muito feliz durante minha vida, desde criança.
Nunca deixarei de amar cada canto da favela, desde a grota, nova Brasília, canita, fazendinha, alemão e outros.
Minha vida hoje é parte da minha criação na favela, onde passei por milhares de experiências.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
Minha Quarentena
A quarentena não acabou
mas está para acabar
Pense numa coisa chata
Na rua não posso brincar.
Com meu pai aqui em casa
não fico no tédio não
Princialmente na hora
em que vamos pro colchão.
Eu escuto do meu quarto
esses bocas de sacola
Quando eu chego no quarto
-Isabella, olha a hora!
Então volto pro me quarto
toda, toda entristecida
amanhã podemos conversar
penso logo em seguida
Quando acordo mamãe diz:
- Glícia te ligou agora
Então falo pra ela
- É pra fazermos as tarefas da escola.
Quando terminamos a tarefa
vamos logo jogar
Mas mamãe acaba com a alegria
Quando diz que precisa do celular
Esta é minha quarentena
para mim, ela é legal
mas pros meus queridos pais
é difícil e radical.
Há um vento selvagem soprando
Pelas esquinas da minha rua
Todas as noites, as casas estão brilhando.
Pela noite eu ando até o raiar do dia,
A manhã é para dormir...
Através das ruas escuras
eu procurava para ver você
do meu próprio modo,
E a noite se deita sobre nos.
Então sigo pela rua onde os fantasmas em trabalho
se agitam,
Para que suas maldições se quebrem...
Você esta na casa e esta em minha cabeça...
Um dia caminhando por uma rua
encontrei um lindo sorriso
e nele depositei toda a minha confiança
com a esperança de que esse sorriso
jamais fosse me deixar
tudo em vão... pois um dia
eu percebi que aquele sorriso
não combinava com o meu rosto
mais mesmo percebendo isso
insistir em querer aquele lindo sorriso pra mim
mais nada adiantou...
hoje meu rosto não tem sorriso
e aquele sorriso que eu tanto desejava ter
se foi...
mais sei de uma coisa...
ném sempre aquele sorríso vai existir
um dia ele vai chorar
e quando isso acontecer
ele vai procurar um novo rosto para poder votar à sorrir
e quém sabe se até lá o meu rosto ainda estará sem sorriso...!!!!
Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava construir
Casas para todas aquelas pessoas
Que não têm, que não têm onde dormir.
Minha Rua e da paixão ,minha esquina e da felicidade
,minhas coisas e do coração ,meu numero e da saudade
Só posso dizer sinto saudade de você !
Arco-íris...
Havia em minha fantasia uma passagem perdida
Iniciada num desvio secreto na rua das Fadas
Passando em meio a terra batida e pedras deitadas
Ladeada por ramos rasteiros e lenda inventada
E foi nela adentrando que vi o céu se escurecer
E já me perdia da trilha de volta e medo sentia
Em não mais encontrar, na mata fechada
A vereda que queria sob o céu que gotejava
Segui em frente e fui encontrar guarida
Às margens de um rio claro, doce e lento
Que passava peixes e folhas de toda cor
E mesmo molhada, distraída me encantei
Me peguei perdida sem conhecer a volta
Que tanto queria e já não me havia
Mas pra minha alegria formou-se no céu
Um arco-íris de cores tão belas e amigas
Que veio dar seu começo aos meus pés
E sendo de luz a ponte nascida em milagre
Me convidara por ela seguir, mesmo sem asa
Numa jornada que findou à porta de minha casa
E no meio da minha esquisitice, eu acho um parafuso na rua e guardo ele secretamente no bolso.
Sabe Deus se alguém que me conhece achar!
Que perigo!
As vezes eu paro e fico apensar e sem perceber vejo você passar por minha rua,por minha casa,por minha vida
e finjo nao te notar
pra que tentar te esquecer se sei que nao consigo viver sem você.
Cruzando a rua em passos desproporcionais a minha pressa, insistia numa demora como se pudesse alongar as probabilidades. O sinal verde possuía dois significados, dependia só de onde estivesse, mas esse era um detalhe que eu parecia ignorar. Fingia desatenção para proteger meus motivos interiores, e esperava ao mínimo uma retribuição de toda essa indiferença. Foram trinta e cinco segundos de êxtase aprofundado a cada pisada ao chão, bloqueando os sentidos como se a mente fosse um barco a navegar calmamente enquanto o mar se contorcia quase a engoli-lo.
Em um raro milésimo de volta a realidade ouvi um estrondo, cortado tão rápido que não consegui distinguir, e pude sentir os pés travarem e ao mesmo tempo tremendo como se quisessem sair dalí.
O instinto me fez abrir os olhos, e antes que eu encontrasse forças para impedir já observava com os olhos abertos ao máximo o que viria a ser meu último momento. Em tempo curto demais pra elaborar qualquer raciocínio, pude sentir um pouco de dor um segundo antes do desmaio.
Não sei a quanto tempo estou aqui. Ouvi vozes que diziam cinco meses e alguns dias, mas a essa altura não consigo diferenciar o que é real ou delírio. As vezes sonho com momentos que meu consciente já não recordava de quando eu era criança e brincava sozinho no fundo de casa. Geralmente é interrompido com a voz da minha mãe me convidando para o almoço, é o momento que eu acordo, mas tudo ainda é tão branco para todos os lados, e passo horas esperando a próxima visão.
Cada vez que me sinto mais fraco não enxergo mais nada, me entrego involuntário sem certeza de que voltarei. A hora da decisão passou, me sujeito agora ao acaso das forças invisíveis sobre o meu fim. Não sei se frustrado ou aliviado, mais uma vez só quero que isso acabe logo.
Pensei ter visto você na rua agora a pouco
Ó triste ilusão.
Subitamente percebi que não era minha bela
E simplesmente voltei a viver na minha triste solidão
EU e TU.
Eu o Sol, tu a minha adorada Lua,
À noite,toda rodeada de estrelas, tu beijas a rua,
E eu, o Sol, embriagado de amor, contemplo e beijo a imagem tua.
Márcio Souza.
O VENDEDOR DE FLORES:
O florista da rua de minha aurora
...Toda aurora
Coloria em flores as cores dos que jazia.
Não havia odores às dores aos que sofria
E o florista da rua de minha aurora,
... Noutra aurora
Não percebia aroma, não havia cores
Às flores que lhe vestia...
[ Resposta minha, à declaração de alguém muito infeliz, ao ter dito que orações de joelhos na rua, "é coisa de pobre" ].
Declaração preconceituosa. Um Sheik Árabe, devoto de Alá, Bilionário, orará de joelhos dobrados, onde estiver, quando der o horário de sua oração.
Provavelmente nunca ouviu falar da "Legio duodecima Fulminata", do Imperador Júlio César, na guerra contra os Sármatas! Na ocasião, a multidão dos inimigos superava o número de seu exército! Sabe como ele obtivera a vitória? Sabe o porquê desse dia em diante, ele chamou a duodécima Legião, de Legião Fulminante? Ou Fulminea? Sabe o que ele ordenou sua Legião a fazer, no dia dessa guerra?
Se soubesse, não falaria tanta BESTEIRA em rede social virtual!
Estude mais um pouquinho e saberás que joelhos dobrados, preces e orações, não são prerrogativas de "gente pobre", apenas. Também é coisa de reis, exércitos e IMPERADORES.
08.04.2020 às 19:47 h
Cai minha lágrima dos olhos.
Cai bêbado na minha rua.
Cai minha internet .
Cai minha energia bem na hora da novela.
Só não cai dinheiro na minha conta.
No vale da minha memória,
Tudo se resume à mesma rua,
Devasta esta ausência tua,
Tudo me lembra nossa história.
