Poema Terra
NA TERRA DOS ESTARRECIDOS
Lá, na minha terra, gostam de mim,
Mas muito ao de longe,
Porque ao longe,
Assim
Feito num monge,
Não lhes calco os calcanhares
Nem lhes corto os discursos,
Iguais aos dos ursos
Arraçados de muares.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-11-2022)
A MENINA E A ÁRVORE
Desprevenido, plantei-te!
Sem escavar sequer um palmo
De terra do fundo germinador.
Quando brotaste o tronco esguio
E os ramitos
Pequenitos
Numa manhã chuvosa,
Custosa e fanhosa
De um Março marçagão,
Colei a minha trémula mão
À tua tão pequenina,
Magrinha,
Comprida, de pianista.
Parece impossível!
Haverá alguém que resista...
Deste-me na minha um esticão,
Como a querer fugir de mim.
Tomei isso como premonição
Negra,
Amarga
E fúnebre.
Continuas com a tua mãozita pequena
Da tua árvore a envelhecer
De madura,
No tronco e nos ramos
Mas com as maçãs tão verdes,
Ácidas,
Intragáveis.
Tão inutilmente
No perto,
Longe
De mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 06-05-2023)
TERRA-MÃE
Vinha o outono, de mansinho, a caminho.
Caíam chuviscos, ariscos, na terra-mãe.
Mostrava ela o interior do útero em ferida,
Naquela terra mártir em sôfrego revolvida,
Depois de lhe apararem os frutos do pão.
Daquele pão que ela nos dá airosa,
Famintos que somos do seu sabor
Que mata a fome da boca e do amor,
Mesmo quando a pedra nos sabe a rosa.
Era aquela terra, seio esventrado
Pela charrua crua e pelo arado,
Que depois serena acolhia a semente
Nas entranhas do húmus complacente.
Parecia-me uma mãe dolorosa
Que tinha acabado de dar à luz
Tantos filhos de uma vez só,
Que até o Criador celeste facundo
Em tom suave e místico, profundo,
Num clarão celeste que cega e seduz
Lhe começou a chamar de forma ardilosa,
Terra-mãe e avó-terra e eterna do mundo.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 16-09-2023)
OUTONO SEM COR
Dantes, eram cores e terra em sono.
Eram paletas de inebriar no outono.
Agora, não sei porquê,
Ele já não pinta nem dorme
Nem come com fome.
Será que ele vê
O mundo mais estarrecido,
Que já nem folhas deixa no chão,
Quase todas tombadas no verão?
Que outono este, tão distraído…
E eu que queria tanto pintar
Talvez mais até borrar
Uma tela,
Simples, singela,
Com cores mágicas de encantar.
A minha musa inspiradora
Do outono multicor,
Sumiu-se farta da pose,
Nervosa pela neurose
Do mau pintor
Plebeu,
Que sou eu.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 26-09-2023)
DAQUI
Desta terra em que vos falo,
Outros em tempos a habitaram.
Consta que dela também se fartaram
Dos mandadores crista de galo.
Ó terra amarga de que não calo
As injustiças tamanhas,
Dos que a roubam sem abalo,
Por ardis e artimanhas.
Os ouriços embrulham castanhas
Com a carapaça picante,
Assim me rasgam entranhas
Gentes do pior tratante.
E então logo num instante
E sempre que for preciso,
Peço aos mandões não obstante,
Que tenham melhor juízo.
SAUDADES DE JÚPITER
Vivi tantos anos algures,
Num telúrico planeta
Chamado Terra...
Fugi para Júpiter um mês;
Esqueci o telúrico
E abracei o gasoso,
Num gozo
Sulfúrico.
Lá voltarei um dia, talvez …
Deixou-me saudades
O que Júpiter encerra,
Maior vapor
E muito mais amor,
Que na própria Terra,
De tantas necessidades.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-11-2023)
Raul Seixas
sou aquele maluco beleza que nasceu há dez mil anos atrás
no exato Dia em que a Terra Parou e meu amigo Pedro Carpinteiro do
Universo me disse tente outra vez Junte a Gita e um pouco de Ouro de Tolo pegue na Estação Central Trem das Sete sem andar na contramão com o sapato 36, coma uma maçã e não um banquete de lixo, sendo uma
metamorfose ambulante ou Alcapone cantando coisas do coração Eu sei, eu sou egoísta pedindo um s.o.s porque tu és o MDC da minha vida como Vovó já
dizia
Procure a sociedade alternativa, plante Capim Guiné e não tenha medo da chuva, somos como o cowboy Fora da Lei que não come Mosca na Sopa nem vive dizendo, eu também vou reclamar para Quem os Sinos dobram e para o Carimbador Maluco que é choffer da linha 743 diga que não é conversa para boi dormir nem um conto do sábio chinês procure o segredo da Luz num disco voador dos anos 80 assoviando o Rock das Aranhas, porque eu fui o primeiro e já passou tantos janeiros...mas, se todos gostam eu vou voltar...e fim de papo.
A carta de Eloá.
Mamãe!!!
Não vi o arroz brotar na terra.
Mas vi a luta pela terra!!!
Não estive na luta pela terra.
Mas nasci da luta pela terra.
Não vi as casas de alvenaria serem erguidas,
Não vi a água e a luz chegar!!!
Vi a distribuição de cestas básicas para o povão, que luta todo dia por um pedaço de chão!!!
Não vi as escolas abrirem suas portas, mas vi crianças com fome de educação.
Não vi a terra ser desapropriada, para ser a casa do povo sem terra...
Não vi a mística, mas tornei - me a mística...
Em meu nome, escolas serão abertas, crianças serão educadas.
A luta será mais forte!!!
Em meu nome, o povo camponês seguirá de bandeira em punho, em busca de reforma agrária!!!
Não vi a reforma agrária acontecer, mas vejo que a luta vai continuar e que o povo tem a esperança no triunfo que virás...
Poema em homenagem a Eloá Vitória de Sousa Soares e em solidariedade aos acampados do acampamento 8 de Março - Piauí...
Carpi a terra e adubei e com minhas mãos fiz meu labor
Abri as covas onde lancei as sementes
E as quardei no solo
Onde irão germinar e ao tempo certo na estação apropriada irei colher os frutos do meu trabalho duro como recompensa...
A água que cai do céu
É a mesma que enche os rios onde me banho
A água que nutre a terra fértil
onde brota a vida que alimenta o ser
Esta água que limpa e purifica é a mesma que em chuva cai do céu
Esta água que é vida...
Hoje andamos pela terra cheios de planos e sonhos,
Em algum momento estaremos sob a terra, sem vida
ela estará sobre nós
E os planos vão embora com os sonhos que não são mais sonhados...
Maldita seja a terra por causa do homem que é não se submeteu ao desconhecido ao desconhecimento buscou o saber e na sua busca encontrou respostas agora o homem tolo de autora conhece a verdade oculta o bem e o mal seu castigo uma maldição expulso do Paraíso posso igualar ao Divino o homem caiu no mundo foi lançado como castigo por não obedecer a ordem de submissão ao divino agoraa desobediência o homem possui consciência e racionalidade conhece a verdade é como Divino maldito o homem por saber tanto quanto divino da terra terá sofrimento colher as abrolhos e ao pó voltará um dia novamente Tolo é o homem esse opõe ao divino em sua santidade divindade que proibiu o homem de buscar no conhecimento sua Liberdade maldito seja toda a terra pois o homem é livre e possui racionalidade
Livre-árbitrio
Passava Jesus por uma região rural , guando avistou um campones trabalhando a terra.
Aproxou-se e perguntou ; o que irá plantar filho?
O camponês respondeu: ah! Mestre postarei trigo.
Jesus respondeu muito trigo colherá...
Continuou seu caminho , mas adiante avistou outro camponês este afadigado irritado e mal dizendo o mundo.
Jesus lhe perguntou ;
O que irá plantar filho ?
O camponês irritado respondeu com muita fúria pedras !!!
Jesus responde ; pedras colherá.
BRASIL ,é a terra que produz do fruto no campo a indústrias capitais.
Ah! Brasil , de anos passados em lutas e trabalhos...
Brasil , valente que combateu seus desprezíveis inimigos , que se elevou sobre os muros que impedia seu avanço.
Hoje eu te contemplo , Brasil, começaste pequeno e humilde nos campos ...
Hoje te vejo grande rico e vigorado.
Tu és hoje um exemplo , seu passado revela sua força suas muitas personalidades, seus rostos .
És homens e mulheres , és força é coragem...
Tu és nação, sois país e mães filhos e filhas
Avós e avô.
Brasil multicor, és todas as cores
Brasil sempre serás eterno.
Na Bahia descobriu a beleza
entre matas e rios a pureza
De uma terra linda e encatadora
Na Bahia de Salvador de todos os santos e orixas
Da reza a macumba da roda de capoeira
Do Carnaval em todas as épocas
Da música popular brasileira
Ah, Bahia dos apaixonados do cacau
Da vida de quem sabe apreciar uma boa culinária de tantos sabores e cores tanto quanto a sua diversidade
Bahia da igualdade de muitos povos que se fizeram um Bahia brasileira
Bahia de praias exuberantes de um povo alegre e feliz
Do tamanho do Brasil
Do descobrimento a um povo varonil...
Bahia
Na caatinga seca árida de vegetação rala de palma a terra seca rachada de baixo do sol quente no meio do céu limpo sem nenhuma nuvem se quer
Caminha o caatingueiro com a inchada no lombo sem desanimar agradecido guarda o sorriso junto com a esperança que alimenta a fome de fartura em dias de abundância de água que mata a sede e umedece a terra rachada o caatingueiro que sobrevive com pouco mas,se enche de fé e esperança
As vezes é preciso sonhar
E acreditar que amanhã será diferente
Com sol quente ,ou muita chuva
No pouco ou na fartura
O viver é um dia após o outro
Na árides se aprende que paciência e vontade Caminha juntas e só para pra descansar encostada na arueira pra beber sua água na cabaça...
A caatinga
Sentado
Olha a secura do chão rachado
já cansou de esperar
Será que Deus se esqueceu da terra seca
do coração nordestino
cansado
que olha para o céu com fé
esperando a resposta de um milagre em Pingos de chuva
que molhe o chão e que brote a esperança outra vez
no coração do Nordestino
Com sua fé inabalável.
A fé do nordestino
As mãos que cultiva a terra , contém as mesmas propriedades da terra que produz o fruto que alimenta o ser das mãos.
A água que sacia a sede da boca seca e sedenta é a mesma água que revitaliza o ser da boca .
O ser é a mesma matéria da terra e da água fontes de vida para o ser
me tornei mais um em meio de todos
me tornei um verme sujo da terra
um que ve beleza em acabar com patrimonio dos outros
que age com normalidade em volta de bosta de artista
Nao entendo o por que a populaçao trata uma pessoa que enfia tinta na boca e cospe como um heroi das artes, e um mero cidadao que se arrisca pelas madrugadas mostrando aquilo que sente dentro de si mesmo, aquilo que passou horas fazendo e estudando sua propria caligrafia para chamar atençao nas ruas como um VERME SUJO...
Nao passam de uns hipocritas com a mente fechada e esquistia, feita lavagem cerebral da mais nojenta internet causando alvoroço na cabeça desse povo.
Um jovem, aquele que tenha 27 anos, ou ate mesmo 14, de uma familia que educou e criou aquele pequeno, mas que nao teve muitas oportunidades ou ate mesmo atençao de alguns, e que achou uma forma de ser visto e conhecido mesmo pelo lado ruim que a sociedade enxerga, esse jeito foi a PIXAÇAO...
Nós que pixamos e gostamos de sentir o cheiro da tinta vagando pelo vento, nao ligamos se o ”zé povinho” vai achar bonito ou feio aquilo que estampamos na parede de alguem, gostamos mesmo é de ouvir falando do que fizemos, pode ate nos xingar, mas que vamos gostar e amar podem ter certeza...
Quando comparo a vida atual do homem e da mulher na terra, com o período em que não tínhamos conhecimento, parece-me o voo rápido de um único pardal por um salão de banquetes num dia de inverno e primavera.
Após breves momentos de conforto, desaparece, e regressa ao mundo gélido de onde veio. A História prefere Lendas do que homens e mulheres.
O homem e a mulher caminha na terra por pouco tempo, mas daquilo que aconteceu antes da sua vida ou do que virá a seguir, não sabemos nada.
Também o homem e a mulher está na terra durante pouco tempo, mas nada sabemos do que sucedeu antes desta vida ou do que se seguirá!
A sabedoria aliada à simplicidade de um poeta.
A lenda de um rei e homem incomparável de um poeta aventureiro e romântico inesquecível e lendário.
De todas as perdas o tempo é o mais irrecuperável porque nunca se pode reaver.
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