Poema Prima para Prima
Celebro a Taquara
de pé que o vento toca,
os poemas que nela
a Lua ainda cultiva
e quero ver espalhados
por muitos lugares,
enquanto houver uma
Taquara a balançar
sombra e água nunca
haverão de faltar,
Para quem na vida sabe
observar nunca como
antes fez tanto sentido .
A falta da Taquara
heroína que alimenta
a gente e os pássaros
tem feito rastros,
As peles e os cabelos
nunca mais na vida
foram os mesmos,
Tenho medo do dia
que a Taquara acabar,
será o sinal que a vida
nunca mais vai voltar
para o seu devido lugar.
Imaginando coisas
inconfessáveis só
de olhar para você
mesmo sem autorizar,
e quase não tenho
conseguido disfarçar.
No balaio de Buriti
tenho bem guardados
os animais da floresta
feitos de madeira
para recordar a época
que éramos felizes
sem saber nesta terra.
Trançando e enfiando
as contas de Jupati
um bracelete, um colar
e brincos no afã
de despertar em ti
o seu amor e elogios.
Não só fico esperando,
a minha decisão silenciosa
se confirma a toda hora,
a minha alma te namora,
no fundo sei que a sua também
e que a história entre nós
vem no tempo de amar bem.
Vejo poética existência,
beleza e vida plena
na gigantesca Gameleira
e na ventania soprando
as gamelas maduras
para alimentar o cardume,
Sob a proteção de muitas
luas e mística alquimia
quando você abrir os olhos
você estará na minha e eu na tua.
Quando o Sol
raiar vou até o Murici
frutos colher,
As sementes vou
guardar e preparar
porque quero um
colar de muitas voltas
para me presentear.
Tenho colocado no dossel
etéreo o tempo todo
a crueldade e a bondade,
Danço no Céu e no Inferno
com toda a intimidade,
A minha pluma de poeta
na verdade é corta sabre.
O cataclisma e a harmonia
ondulam com os seus véus,
Os punhais de salamandras
nas mãos fazem acrobacias,
O domínio que tenho sobre
você é algo que nem mesmo
o destino tem o controle,
O kajal está intocável no olhar,
no ritmo do oceano a embalar
e as estrelas estão a acompanhar.
Nos sacolejantes quadris
dos calendários e das horas
do Oriente e do Ocidente,
Mantenho a inspiração de pé
para impressionar porque
voz sei que nunca irão me dar,
O pouco que tenho querem
me furtar e até a poesia colonizar,
O braço a torcer nunca darei
e a resistência nunca trairei,
A autossuficiência escreve a lei.
Se te quero ou não,
você não encontrará
a devida direção,
A Rosa dos Ventos
está na minha mão,
Tomei controle dos teus
pontos mais cardeais.
Dos mais de cem mares
sou a absoluta filha,
De todos os altares
eis-me a prece erguida,
Das letras místicas
do tempo a poesia.
Tudo de mim passa
por seis continentes,
E em ti estabelece
um território soberano,
Deste peito para o seu
a devoção cresce,
O tempo e a glória
nos pertencem.
Tudo aquilo que é
de espírito imparável
e civilizações inteiras
está se espalhando
pelos cinco oceanos
da nossa existência,
Onde se condena
soul e tu és o poema.
Coloquei um colar de amêndoas
de côco para enfeitar a mesa,
Porque devemos colocar
sempre em tudo delicadeza,
Peguei um cordão de fio
de algodão, agulhas e algumas
sementes de Juerana,
Para fazer brincos, pulseiras
e cordões porque inspirações
não podem faltar nessa vida
atrevida com as nossas emoções,
O importante é ser feliz e cantar.
Tudo aquilo que foi escrito
pelos seis continentes
não pode ser mudado,
Só acredita que pode quem
gosta de ser enganado,
Um poema ou a letra de uma
música modificados
nunca encontrarão encaixe,
Porque são os olhos e os ouvidos
da alma que leem e ouvem,
No mesmo sentido assim são
os povos e as pessoas que
creem que podem erguer
castelos sobre os escombros
de uns e às custas dos outros,
todos estes nunca encontrarão
na vida o seu real encaixe porque
se nutrem apenas destruição.
Se for para viver de passado
volto os meus olhos
para os sete mares dos povos
antigos onde posso
buscar inspirações como escudo
para ser e para não ser
num mundo que opta
por projeções perigosas
que desenham para si ideias falsas,
Para mim e para você quero
tudo aquilo que nos leve
a navegar por águas tranquilas,
ver o amor florescer e se renovar
imensamente todos os dias
num pacto de fidelidade com a vida.
Com sutileza onírica
engarrafei de uma
vez só os sete oceanos
para ouvir durante
a vigília os sibilos,
Enquanto você não
estiver ao meu lado
colocarei o seu prato
lírico na mesa mesmo
o lugar estando vago,
Porque te celebro
com os olhos abertos
e com os olhos fechados:
O topo do mundo pertence
aos corações apaixonados.
Demoramos muito
para nos encontrar,
O amor chegou
para ficar com
nossos carinhos
feitos de pompom,
O amor grudou
em nós e mostrou
que é prá lá de bom!
Coaxando à beira rio
Me enamorou
Lavando o pé no fio,
Quando me viu pulou
Quando te encontro distraída,
Caçando em banho de sol,
Jacente na vitória régia,
Sereia!
Eu te amo, como amo a lagoa,
As poças, a chuva e moscas...
Te quero toda minha,
Sapinha linda.
O mundo sem você era inimaginável
E não aceitava o eminente fim
Perdoei o que não era maleável
Assim mesmo não quis ficar, pobre de mim
Chorei o que não podia
E todos os teus retratos dei fim
Amei quem não devia
Assim mesmo não te esqueci, pobre de mim
As vezes me vi caindo
Sem ter onde me apatifar
As vezes me vi voando
Ensaiando outra vez amar
Mas não, chega
Se for pra viver assim, pobre de mim
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp
