Poema Ordem e Progresso
Persistência
São meus os sonhos que alimento de luz,
Entretanto, acabo por descobri-los em outros seres
Sedentos de encantos.
O que respiro o que pratico a fonte no qual me deleito
E me banho.
Esferas distantes, águas mornas de todos os rios
A constituírem histórias dos humanos...
Minhas arestas ferem-me tanto quanto feriram tantos outros.
Minha vida escancarada sorria, chorava,
Esvaía-se num canto de outras vidas.
Dentro do meu destino, em todas as esquinas,
Fui ascendendo velas, jogando poeira, escrevendo nas pedras,
Decorando os caminhos para não me perder.
Assim, fui desaparecendo em mim!
Ainda assim, a luz que alimenta os sonhos meus
Chamuscava, raleada, rompeu o breu, guiando-me
Até aqui.
Hora fresta, hora flash, porém, luz a clarear meu caminho.
E pude trazer comigo outros tantos como eu!
Quero morar aí...,
Dentro da sua..., você sabe!
Já me conhece.
Quero ficar aí.
Minha sobrevivência, meu alimento.
Você me dá.
Você sabe...
Já é um vício.
Quero viver aí...,
Metida aí..., você sabe,
Já me permitiu.
E quando eu partir amor,
Nunca me tire daí..., você sabe.
Sou parte de ti
Se arrancares
Perderás também a si.
Márcia Morelli (poeta, escritora riopretense, cantora, percussionista...uma mulher interessante!).
26/05/2008.
Um beijo teu e eu te conto tudo sobre nós
Um toque teu e eu te conto tudo sobre mim
Um sorriso teu e eu esqueço tudo
Meu amor venha revelar-me
Estou só nessa madrugada longa
A espera do teu beijo,
Teu toque,
Teu riso
Para que rompa esse silêncio
Espalhando meus sentidos.
Que riso é esse?
Que boca é essa?
Que beijo é esse?
Que cheiro é esse?
Quem é ela?
Ela me ama... Eu adoro!
Ela me arranha, Eu a devoro!
Ela me chama... Eu choro
Ela me quer... Eu bendigo
Ela mora em mim... Eu perco o juízo
“Ela me deu a senha”
Onde minha vida começa
Senão dentro da tua boca?
Onde eu perdi a saída
Senão na luz da retina do teu olhar?
Espaço sutil esse onde meus sonhos
Se fundem aos teus
Que ponte nós percorremos
Correndo todos os riscos
Para chegarmos assim,
Uma dentro da outra?
Sua vida... Começa onde senão
Dentro da minha boca?
Vou assim atrás de ti...
Quero roubar a palavras que saem dos livros
E dançam vivos pelo céu da sua boca
Beijo a boca dos poetas...
márcia morelli
Aprendi com minha avó a orar ainda muito pequena
E com ela outras tantas coisas que compõe o meu lado bom
Vim tocando a vida...
A vida enfim me tocou
Deixando na soleira de casa muitas outras vidas,
São amigos..., os amores..., as crianças..., meus irmãos...!
Histórias agregadas as minhas...
Quem sou e quem precisa de mim
Quem sou e quem desejo ser
Quem sou vive com quem ignorava a existência
Quem veio comigo e partiu
Quem me deu a vida e esqueceu-se
Quem sou, sobretudo, sei uma só verdade...,
Não estou mais só!
Tenho suas digitais em minha pele
Só me reconheço quando assisto meu reflexo
Nas retinas dos olhos dessa bela! Eu... Fera!
Márcia Morelli
06/10/2008
Sei do meu fardo, minhas feras, meus pecados, meus pontos fracos.
Minha humanidade se delata réu confesso, improviso uma desculpa,
Mas, não convenço. Eu não escapo.
Basta um olhar...
Um riso assim de canto de lábios,
Ah! Sua boca...
Um conflito de emoções
Eva do meu Paraíso
Nesse momento de tentação explícita,
Luto e me detenho... Um sobrevivente no Saara.
Minha alma em chamas!
Então, olho novamente para a boca que me chama
Amor: vamos para cama?
E adivinha...
Amanhã serão umas cem Aves Marias
Márcia Morelli
06/10/2009
Dueto Dia das Mães
O porquê das Mães?
Por que Deus permite que as mães vão embora?
Mãe não tem limite, mãe não tem hora.
Por que minha mãe não tem coroa?
Rainha verdadeira não precisa disso.
Por que Deus se lembra de levá-la um dia?
Porque sabe que seus filhos estão em boa companhia.
Se um dia o sol parar de brilhar,
E o sol nunca mais aparecer é sinal que consegui te esquecer
Mas se isso não acontecer é sinal que ainda amo você.
Gosto de todas as flores, mas violetas são minhas favoritas.
"Joaquim Manuel de Macedo "
"_Mas então como se explica esse ardor com que há pouco pedias o teu botão de
rosa?..."
"_ É que eu amo os botões de rosa; tenho predileção por eles, como você tem pelas violetas e D. Felícia pelos cravos brancos."(pág:78,J.M.MACEDO, Os Dois Amores, Grandes Romances Universais 12).
Como eu amo as cores das violetas, as folhas e gosto de plantar cada folha para novas mudinhas. Sou apaixonada por violetas, gosto de outras plantas, só que as violetas são minhas favoritas.
(Gabriele)- Quer dizer que a miss mundo é um homem?
(Xena) - Sim, porque?
(Gabriele)- Não acha estranho?
(Xena) - Beleza é beleza e paz é paz!
Minto. Iludo. Finjo. Simulo…
Eu só posso ser uma descontrolada, tresloucada. Só posso sentir uma paixão assolapada …por ti.
Não sei de ti…não te vejo…não te quero. Não sei. Não vejo…não quero!!!
Minto. Iludo. Finjo. Simulo…
Não te quero, só porque não te vejo…
Não te vejo porque não te procuro…e não te procuro, porque sei o quanto te destabilizo se o fizer…
Não sei de ti…não te vejo... não te quero. Não sei. Não vejo…não quero!!!
Minto. Iludo. Finjo. Simulo…
Traidoras...
Elas voltaram.
Ou talvez sempre tenham estado aqui, e eu fingisse que não as sentia. Talvez me tenha acostumado à sua presença e tenha passado os últimos tempos sem lhes dar grande importância.
Aprendi a finta-las. Deixei-as estar como que adormecidas. Descobri como as manter enfraquecidas…como que anestesiadas. Como se não estivessem aqui.
Por momentos acreditei que finalmente pararam de me atormentar. Deixei de sentir aquele odor constante e teimoso que se entranha no corpo e nos oferece sofrimento. Por instantes acreditei que se tinham ido, que se perderam por aí num outro corpo qualquer e esqueceram o caminho de volta.
Mas fui fintada. Fintada por elas. Eu, que outrora me julguei protagonista da finta perfeita.
E hoje lá estão elas…acordadas, despertas e dispostas a corroer mais um pouco de mim.
Não sei ao certo se elas escolhem o momento para se declararem habitantes de mim própria, se me apanham fraquezas ou se sabem quando estou mais vulnerável a elas.
Sim…elas vivem em mim, e hoje devem sentir-se com um poder qualquer sobre a minha pessoa porque não me largam.
Mas eu não as quero. Não quero. Não as pedi. Não fui eu quem as acordou. E se acordaram por si só, não quis em nenhum momento alimenta-las.
Estão aqui, mas não as quero. Tapo os olhos para não as ver. Não as quero. São intrusas.
Traidoras. Quiseram lá saber da minha vontade. Como se estivessem este tempo todo à espreita. Como se soubessem que mais tarde ou mais cedo seriam rainhas no meu aglomerado de emoções.
Traidoras. Passeiam-se astuciosamente cá por dentro como se eu lhes pertencesse. São devastadoras. Parece que voltam sempre mais fortes depois de permanecerem muito tempo escondidas.
E aqui estão elas a vandalizar a minha alma de tal forma, que não sei se quem escreve este pequeno desabafo… sou eu… ou se são elas.
Elas…as saudades.
Lembrar-me de ti assim tão assiduamente deprime-me.
Não sei o que isto é, mas eu sempre disse que quando sentisse que me trarias algum tipo de sentimento negativo, te queria fora da minha vida.
Chegado esse momento é altura de arrumar a nossa história numa gaveta daquelas gigantes, fechar todos os guiões possíveis e lutar contra a possível vontade de os reabrir.
Um dia descobrimos que determinada pessoa faz uma descrição nossa tão próxima da realidade porque é parecida connosco.
E um dia também descobrimos que essa pessoa que nos apontou e criticou determinada postura, acaba por ter posturas também elas muito parecidas.
É tão fácil criticar os outros, apontar-lhes o dedo, dizer-se incapaz desta ou daquela atitude. E depois eu gosto de ver esses dedos indicadores a virarem-se no sentido inverso.
Achamos que não esperamos nada e quando damos conta estamos sempre à espera de alguma coisa. Depois somos confrontados com uma indiferença que não esperávamos.
Já não perco o meu tempo a tentar entender os enigmas, as coisas ocultas, as ligações secretas. São perguntas sem resposta. Ou talvez nem seja nada disto. Quem sabe as respostas são bem mais simples do que as perguntas, porém difíceis de acreditar? A seu tempo teremos consciência do que tudo isto significa. Vamos conhecer os fins, os objectivos e os propósitos. Já me ocorreu que fosse o destino a dar o ar da sua graça e pregar-me mais uma das suas partidas.
Já sei que haverá pessoas que vão dizer-me, que agora estou a culpar o destino de caminhos onde fui parar pelo meu próprio pé e sem qualquer mão do destino.
E provavelmente têm a sua razão… e eu…eu estou só à espera de encontrar a minha. Afinal estamos sempre à espera de alguma coisa. Alguma coisa que às vezes se traduz em alguém.
Uma estranha ofuscação dos sentidos. O arrepio instantâneo e abrupto. Na minha cabeça ecoam determinadas vozes. Conversas entoadas. Conversas em tom de segredo. Sorrisos naturais. Vidas cruzadas. Olhares penetrantes. Uma dança envolvente. Júbilos contagiantes. Vidas partilhadas. Escárnios de bem dizer. Beijos. Aqueles beijos. E um rosto com traços de menino a ser mimado pelas minhas mãos.
Novamente vozes. Não sei ao certo o que elas me dizem. Sei que me murmuram palavras múltiplas, e me sabem aqui a escuta-las. Sim, porque não é pelo facto de ter optado fechar os olhos a este sentir, que deixei de querer ouvir o que tem para me dizer. Ouço em silêncio.
O mesmo silêncio da ausência e das diferenças sombrias. Ausências forçadas ou não. Diferenças relevantes ou não.
Fico aqui, dada ao silêncio comum dos pensamentos confusos.
Quero estar sozinha. Agora e sempre que assim o desejar. Talvez uma certa solidão possa dar-me respostas.
O que eu não quero é ficar à espera. Tu sabes Inês, que eu nem sequer sei esperar.
Deixa-me dizer-te também, que não espero algo concreto deste meu sentir, porque se assim fosse, o mesmo já teria avançado para um estado chamado desespero emocional. E isso, muito obrigada, mas eu não quero. Prefiro a vibração, o calafrio, a excitação, do que voltar a ter medo dos meus sentimentos.
Talvez o tempo me mostre na devida altura o seu significado. Talvez o tempo me ajude a encontrar a definição para este meu sentir.
Por enquanto mantém-se assim… misterioso e indecifrável.
É assim que eu o quero e por hoje é assim que vai ficar…
de olhos fechados e em silêncio. Misterioso e indecifrável.
Tudo tem o seu tempo...
A vida, as pessoas, os sentimentos, e até as palavras. Tudo, sem excepção tem o seu tempo. Um prazo irrepreensível. Por vezes desconforme, misterioso, bárbaro, forasteiro e desconhecido.
Tudo tem o seu tempo e cabimento. Enervante, enigmático e oculto... mas indefinidamente decisivo e aperfeiçoado.
Porque tudo tem um tempo, excedemos e transpomos os padrões da nossa flexibilidade sentimental. São as emoções que ficam recessas, e nós que ficamos indefesos. Cansamo-nos do frágil e indolente demorar dos dias. Temos urgência, uma urgência intolerável, por vezes impertinente. Vivemos agitados e ansiosos por motivos que dizemos não conhecer. Até connosco somos desleais. Dizemos não conhecer causadores, porque optamos fingir que ignorámos.
Mas depois, nos refúgios, nos abrigos assustadores e nublados começam a sentir-se defesas e protecções.
Escapámos aos destroços e deixamos de nos prender a restos e ruínas de sentimentos.
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