Poema Nao Ame sem Amar
O meu nome há de ser a sua
música favorita quando menos esperar vai se pegar cantando
porque sei que o seu coração
está todos os dias embalando.
Entre Enfeitados e Mascarados
dançando com o Boi Calemba,
Sou eu a dama deste folguedo
vestida com este gentil poema.
Quando este folguedo for findado
a Lua estiver bem posta,
e sem precisar de aposta:
não me negue a serenata
amorosa de cavalheiro apaixonado.
Poliglota dos idiomas
dos outros e dos idiomas
que criei mim mesma,
Vivo tentando traduzir
o quê está na cabeça.
Para não me transformar
no Arranca-Línguas
da lenda melhor mesmo
é escrever um poema.
Trancando o meu próprio
Diabo na Garrafa,
Dou boa noite para quem
é da noite e dou bom dia
para quem é do dia.
(Porque na vida tudo é nuvem).
Por premonição vejo
o sangue de um fluindo
para as veias do outro,
Mudamos de lugar
neste Balandê Baião,
Começamos a dançar
no ritmo da sedução
até a hora do balancê
da paixão vir alcançar
os apelos do coração.
Com o seu olhar de caçador
você entrou na roda
para dançar com o teu andor
caipira a Dança do Marimbondo,
Você chegou com aquele charme
maroto sem me dar desconto,
e fez o meu coração arrebatado.
Na zabumba você pendurou
a casa do danado,
Espantava o bichinho por
todos os lados,
Trocamos olhares apaixonados
e não importamos se seremos
por quem quer que seja reprovados.
Sim, dessa vez você deixou a garrafa
para equilibrar na cabeça de lado,
Sei que não dá para disfarçar,
que você está apaixonado,
que quer ficar comigo colado
e anunciar o orgulho de bem amado.
Neste mundo quase perdido
que a cabeça da gente pira,
Para viver o amor profundo
tenho certeza que chegou
a nossa tão esperada vez;
Nos meus braços você encontrará
o teu refúgio e toda a calidez,
e segura nos teus encontrarei
a sensatez e toda a magna poesia.
Sem sair do lugar,
sem hora e sem data marcada,
A poesia étravessia
mística que me leva
para onde eu desejo
e outros imaginam comigo estar.
Ao menor sinal teu
fico toda arrepiada
só de imaginar ser
por ti esquentada
como a mulher
escolhida para fazer
parte da tua vida,
Quando este dia
chegar será tão
animado que nossos
peitos fortes soarão,
e confundidos serão
com os Cabaçais do Cariri.
Com o Pai-do-Mato
caminho lado a lado,
da Criação Divina
ele cuida como se
fosse a própria filha,
E por ele também
me sinto protegida.
Com o Pai-do-Mato
caminho por onde
nunca ninguém
antes tinha imaginado,
Ele me livra inclusive
do teu mau olhado.
(O Pai-do-Mato é lançador,
dos arbustos é sacudidor
e da consciência alheia
que acha bonito andar
no meio da Natureza
insistindo fazer malvadeza).
Soltei todos os nossos bois
no pasto do folclore só
para ver o quê vai dar,
Primeiro soltei o Boi de Reis
para ele me mostrar
se realmente chegou a minha vez
de saber realmente
onde o meu amor está.
Soltei o Bumba-Meu-Boi
para saber por onde o amor foi,
Soltei o Boi-Bumbá
para saber se o amor escrito
no meu destino está.
Soltei o Boi-de-Mamão
para saber se realmente
vou encontrar o amor
com todo o fervor no coração,
e pedirei a nossa benção.
Soltei o Boi Calemba
para ele me ajudar a encontrar
um amor que seja feito de poema,
Soltei o Boi-Surubim
para encontrar um amor que realmente tenha nascido para mim.
Soltei o Boi Zumbi
para saber se o meu amor
realmente se encontra por aqui
e comecei do nada a Dança do Boi
para não deixar nada para depois;
e não me queixar depois que dói.
Soltei o Boi-de-Mourão
para não desistir de continuar,
Soltei o Bumba para comigo
seguir a procurar e o Boizinho
também para me acompanhar
porque não vou desistir de buscar.
O coração ao som
do tambor de mina
da Via Láctea
na vida nos orienta,
O amor é meu lema,
os teus olhos mantém
vivos cada poema.
As estrelas no céu da Pátria
profunda dançam
com o destino que nos brinca.
E eu não consigo pensar
em outra coisa a não ser
em me lançar no abismo
desta tua linda boca.
Sinceramente, não acho,
e sim tenho toda a certeza
que nada tem de ensaio.
Nas minhas mãos levo
o feitiço do teu amor
com destreza e me divirto
com este doidivano fascínio.
A poesia destes dias andam
gingando em campo aberto,
e que você é meu é óbvio e certo.
De soslaio você anda
desenhando a rota rumo ao paraíso,
a tua astúcia eu conheço,
no silêncio amoroso nos guardo.
O som dos tambores
me trouxeram sem querer,
Você me deu flechas
nas mãos e me levou
para dançar sem a menos
o meu nome perguntar,
Dançamos na roda
do Bate-Flechas sem parar,
sem nos dar conta
de ver o tempo passar
e foi dançando que
a gente começou a namorar.
Ainda insisto em ter
um amor gentil que
seja capaz de segurar
e até mesmo buscar
o meu chapéu caso
a ventania sopre
por esta Cavalhada.
Não é pedir demais
um amor que eu ame,
e também por ele seja amada.
Entre cavalheiros vestidos
de azul e de vermelho,
passam por nós a Côrte,
a nobreza e os lacaios,
e o dia nos reverencia
com toda a beleza.
Não é pedir demais
um amor que me cuide e guarde,
e eu faça o mesmo por ele.
Fino é o trote que
o destino põe o coração,
se o amor não for profundo,
é melhor que do caminho
seja desviado pelo Divino.
Não é pedir demais
um amor que seja meu e eu seja dele,
e que só em nós tenhamos o deleite.
Dou bom dia para a minha
Comadre Fulozinha
e como oferenda
trago a minha poesia,
Peço para ela que me ajude
a convencer nem que
seja a base do susto
a gentileza entre nós
e com a generosa
Natureza que nos
brinda com tantas belezas.
Divina Caipora hoje tem
gente que merece nó na língua
para que as mãos não alcancem
e o mal não faça nunca
mais casa onde estimamos.
Mãe da Mata surpreenda
quem merece e se possível
interceda por mim juntos a Deus
por um amor que traga
a mesma paz que traz uma prece.
A toada que canta
todas as Cunhãs
cruzou a Amazônia,
Você me convidou
para a Dança Toada,
Ultimamente você
anda vivendo entre
a poesia e a insônia,
A tua alma não anda
sossegada e sei que
sou eu a sua amada.
O som da Congada da Lapa
ainda soa na memória,
O doce da infância ainda
guardo na História,
Os heróis ainda vivem
em mim também,
O velho teatro não
saiu do coração,
Algo me diz que
vamos juntos até lá,
Só não sei quando,
Eu só sei que nós vamos.
Todos os dias você
tem me colocado dentro
do seu coração
superando a própria razão,
A viola de fandango
traduz esta crescente paixão
e imparável sensação
de flutuação quando
você vê qualquer sinal meu,
O adufe e a rabeca são
testemunhas do teu charme
dançando este Fandango Caiçara
no tablado e que por mim
você está apaixonado,
Você não quer que eu faça
par com mais ninguém,
e só de me ver dançando
com outro você fica inquietado.
Juro sob o testemunho
do meu generoso
Médio Vale do Itajaí
que se eu tivesse
nascer de novo como
poetisa eu escolheria
o mesmo idioma
como berço esplêndido
para cantar o mesmo
Hino Nacional Brasileiro.
Tenho na minha Língua
o meu passaporte
para onde quero,
a minha balada romântica
o meu descanso e meu protesto.
A minha Língua é Pátria
gigante celebrada
daqui da cidade de Rodeio
onde a celebro com poesia,
honro Santa Catarina
e reverencio o Brasil inteiro.
O Fandango Caiçara nos levou
sem pensar no viracorpo poético, caímos um no gosto do outro,
o toque de pele nos incendiou,
decidimos não mais neste
amoroso baile nos largar
e viramos oceano de amar.
Na hora do pega-na-bota você
tirou do bolso a rosa cor-de-rosa,
colocou na minha orelha
e dançamos a noite inteira.
O Fandango Caiçara trouxe
o antídoto para o quebra-chifre,
para nós dois foi apresentado
o amor mais bonito que existe,
nos envolvemos e encantados
de primeira nos declaramos:
predestinados ao nosso amor
sem saber nós já estávamos.
Neste pula-sela você veio
com jeitinho todo encantador,
e desde o começo já havia
percebido que era teu o meu amor.
Meu mandadinho és só no passo,
na vida virou meu amadinho,
e nunca será o suficiente
te dar muito e todo o denguinho;
te cubrir com carinho é o imperativo
porque é o amor quem anda
ditando o compasso, o contrapasso
e cada romântico passo:
o amor estará sempre do nosso lado.
A minha Língua Portuguesa
é a língua mais poética do mundo,
Cheia de poesia ela é lâmina
que corta, se afia, se desfia, desafia
e desliza pelas verdejantes
montanhas do Médio Vale do Itajaí,
Como pluma do espírito
é corda que se afina com entonação
carinhosa e palavra fina,
e mergulhando pela imensidão
alcança o brilhante do coração.
Seja nadando no Rio Itajaí-Açu
ou flutuando por aqui
pelo Médio Vale do Itajaí,
Na Língua Portuguesa
encontro o meu gentil
e verdejante poema de cada dia,
e é no Pico do Montanhão
que fica em Rodeio é que
se esplende o corolário da poesia.
Olhando nos meus olhos
as tuas mãos se entrelaçaram
com as minhas mãos
para dançar a ciranda praiana
dos nossos destinos,
Você me deseja do tamanho
que te desejo todos os dias,
Com balanço e amor atlântico
um traz o outro fascinado
pelo naufrágio divino
nos beijos tão desejados
e de outros tipos de astúcias
que permitidas só aos apaixonados.
