Poema na minha Rua Mario Quintana
Às vezes me pego pensando no teu cheiro
Imagino a fragrância, o ar circulando e a minha respiração profunda, sentindo o que não se pode ver...
Às vezes me pego pensando no teu sorriso
Imagino-o de todas as formas, talvez um mais contido
Protegendo os lábios com a mão, mas o que domina é a certeza de que nada em ti é para ser encoberto, tu é plena, e quando sorri os olhos se apertam e o coração se abre...
Por fim, muitas vezes penso no teu olhar, meus olhos quase que encontram os teus.
Te encaro, sorrimos, não sabemos o que virá, e o que está diante de mim é um mundo inteiro de todas as cores que ainda não conheci...
O Silêncio
Machuca a minha alma,
Como uma lâmina afiada,
Rasgando fragmentos do meu ser.
O silêncio,
Traz saudade do timbre da sua voz,
Grave, informal, incompreensível...
Mas ainda assim, tão familiar.
Eu gostava de ouvir.
Agora, resta-me acostumar ao vazio,
A sua ausência.
Peço apenas: fique longe!
Não quero reviver a dor
Que um dia dilacerou minha essência,
Encharcou meu rosto com rios de lágrimas.
Ao menos, um adeus...
Mesmo que mísero.
O Grito da Resistência
Nasci acorrentado,
na terra do sangue derramado.
Minha pele é o preço, minha alma, o fardo,
e o mercado exige o que não soube negar.
Cada golpe corta minha carne,
mas o que mais fere é o grito engasgado,
a raiva que cresce em minha alma,
a dor que não se vê, mas me consome.
Me chamam de “animal”, me tratam como terra,
mas meu espírito não se dobra.
Sou o grito que tentam calar,
sou a força que resiste, mesmo acorrentada.
Minha cor não é mercadoria,
é resistência, raiz, história.
A luta é minha, a memória é minha,
e um dia, a liberdade será nossa.
E quando os muros da opressão caírem,
quando o silêncio for quebrado de vez,
a liberdade será nossa não como promessa,
mas como o grito de quem sempre se levantou,
como a força imortal de quem nunca se curvou.
o hemisfério é meu terno
a constelação é a minha visão
a rotação é a legislação
devo tudo a orientação que me foi reservada
Título: Velha amiga.
Ó velha amiga, que saudades, minha querida!
Saudades de brincar na praça,
De correr descalço na calçada,
De pegar na sua mão e dançar em ritmo de balada.
É, minha amiga, o tempo tem passado,
Mas me diga, como vai aí desse lado?
O tempo traz memórias e floresce o imaginário:
O que poderia ter sido, mas impossível ser alterado.
É, amiga, meu cabelo agora está ficando branco,
Parece que o tempo não espera meus pecados.
Quem sabe te encontre em um caminhar qualquer,
Talvez já esteja nos braços de quem lhe fez mulher.
Meu amor se foi, e minha vida foi junto.
Meu amor não possuía duas pernas,
e sim patas — quatro, para ser específica.
Quando ele se foi,
abriu um vazio dentro de mim
que nunca pude fechar.
Dias fingindo estar bem,
noites chorando por sentir culpa.
Isso me fez refletir…
Ele foi embora por minha causa?
Eu fiz algo?
Eu implorei,
clamei para que levassem a mim
em vez dele.
Ele era inocente,
doce e amoroso.
Fechar o corpo com terra sempre dói,
pois em seu corpo, agora há terra…
E no meu,
o sal liberado dos olhos.
. Minha boca ama o seu nome
Minha língua se apegou no seu paladar
Meu ouvido anseia o som da sua voz
Meus olhos observam atentamente, como as palavras parecem dançar no céu da sua boca
Queria eu saber quantas estrelas tem o seu céu
Respostas
E de repente o meu livro estava em suas mãos
Seus olhos correndo as linhas da minha mente
Impressionante com sua precisão
desvendando segredos, entregando respostas gentilmente
Sem querer discorri meus medos e desilusões
seus olhos entendendo cada frase estourada em sua caixa
E eu não entendo porque você é a escolhida
E eu não entendo...
E eu não pretendo entender
E eu não me atrevo perguntar
E eu não quero perder
E eu apenas aceito caminhar
Eu te escolhi sem querer?
Meu dedo nem te apontou
Eu aceito mesmo sem saber?
Não percebi quando chegou
Mas sorri quando falou
Você tem essa alma linda
E quem dera fosse vista por quem superficialmente só consegue ver
Companheira dos meus dias nublados, tirando risos frouxos engraçados
Me deixa ainda sem entender
E quem tem essa sorte de te ter por perto
Esse te deve a alma, a calma
Tem o privilegio do teu afeto
Deve a suave aura
limpa de pesares
A você, que vive e deixa viver.
Dor estrangulante
A minha cabeça está tão cheia, tão confusa
Existe um emaranhado de dores dentro de mim
E minha mente abusa
Não sei o que fiz para que fosse assim
A culpa que carrego me destrói
Meus órgãos gritam por socorro
Porque o peso me corrói
E parece que, a todo momento, eu morro
Não sei em quê pensar
Gostaria de fugir do meu eu
Parece que preciso me apressar
Pois o fio do tempo já se rompeu
Então eu corro
Corro mais rápido que posso conseguir
Mas a corda bamba percorro
E esqueço que posso cair
Eu não tenho forças pra lutar
Eu não tenho forças nem pra levantar
Eu não tenho forças pra enfrentar
Eu não tenho forças nem pra respirar
A minha força não está na ansia de viver
mas na vontade de viver histórias
significativas que decifre o amor verdadeiro;
Eu não busco a perfeição
Procuro a simplicidade
Pra eu poder atingir
A minha totalidade.
Santo Antônio do salto da Onça RN
24/04/2024
Só às vezes
Minha vida é sempre assim
parada mas cheia de
paranóias
Me falaram que eu sou
aquela tal de pessoa
"complexada"
Às vezes me parece tão
verdadeiro que começo
a me identificar
Às vezes sinto um vazio
tão grande que pareço
estar caindo constantemente
Às vezes me dá vontade
de largar tudo e sumir ao
ponto de todos me esquecerem
Às vezes só quero me
deitar e esquecer da minha
existência, esquecer de viver
Às vezes só queria esquecer
quem sou eu ou do por que
de ainda lembrar
Só às vezes....
"Ela"
Minha mente grita a muito tempo
A muito tempo me atormenta
A muito tempo se lamenta
Minha mente me corta a muito tempo
A muito tempo me ataca
A muito tempo me mata
Minha mente me maltrata
Me disfarça
Me alaga
Minha mente me desmancha
Me destroça
Me desmonta
Minha mente esconde o
meu verdadeiro eu , já não sei oque pensar
Minha mente só faz me matar....
Minha consciência
Momentaneamente me pego pensando,
ou melhor sentindo,
porque pensar seria por para fora demais,
sinto algo falar ao meu coração,
sem necessitar de meios de comunicação,
sem precisar expressar,
sem precisar de mais que um sussurro ao vento.
Essa voz me questiona,
faz perguntas que nem o homem mais sábio saberia responder,
perguntas que somente eu mesma sei a resposta,
mas finjo não saber,
não a respondo,
mas ela sabe que eu sei, mais que eu sei que sei, ela vê mais que eu vejo, e sente infinitamente mais.
Seus sussurros gritam muito mais alto que qualquer timbre vocal consegue,
parece que ela guia minha mão com o lápis,
essa é a forma que ela fala com o mundo.
Talvez ela seja eu, talvez eu nem a conheça,
mas ela, entretecida à minha alma,
consegue ser fonte de consolo e tristeza ao mesmo tempo.
Ela me mostra o que sinto, por que eu mesma
não sei, ela afirma o que eu penso, porque ela sabe mais de mim
que eu mesma.
Talvez ela guarde de mim algum segredo,
porque seria ela,
porque eu mesma não posso saber?
Quero ter acesso a mim mesma, quero saber meu verdadeiro nome.
Nome não que os pais dão, mas o nome
que eu mesma escolhi, que eu mesma lutei para conseguir
algum título talvez, só quero ter acesso a mim mesma, como ela tem.
O vazio
Outono de 2024, todos os horizontes em minha volta, circulava em torno de um alguém.
Entreguei tudo e pouco recebi, agora nada mais faz sentido, nem mesmo, viver.
Minha alegria passou a ser triste, os quadros da minha vida banharam-se em preto fosco. Todo aquele doce amor, tornou-se amargo e prejudicial, a dor foi tatuada por definitivo em meu peito.
E você? Viverá bem no céu de um outro amor.
༺༻
Sua alma de liderança cativa o mundo e minha proeza se transforma.
Sem medos a seu lado caminho, o bater de seu coração é a mais pura melodia de amor...
🐾
Feroz muitos lhe chamam, mas que era de Alpha Lobo se tal não o fosse?
༺༻
Tc.20112017//2024
Tragédia
E se tudo der errado amanhã?
Meus planos, meus sonhos,
Meus amores, minha sorte.
Eu me decepcionar com as expectativas,
Me perder em solidão
E em desejo de morte.
Se o amor não vingar,
O café esfriar,
A carência me dominar
E as angústias me atingirem como um corte,
Qual será minha reação?
Qual será minha resposta?
E se o mundo for realmente uma bosta?
Aposto que nada mudará:
O mundo não deixará de ser mundo,
Meus amigos não serão menos amigos,
Meus planos serão reconstruídos
E eu ainda não terei inimigos.
Não serei menos do que já fui,
Não serei mais do que já sou,
Não ficarei mais louco
E não perderei minha fé no amor.
Os jardins ainda serão floridos,
As cores ainda coloridas,
A água ainda será molhada
E a entrada ainda terá uma saída.
Se eu bater violentamente
No absoluto fundo do poço,
Ainda serei eu mesmo,
Ainda poderei subir de novo,
Ainda vou querer ser feliz,
Ainda vou gostar do som da chuva,
Ainda sofrerei quando sentir dor
E ainda apreciarei a luz da lua.
Se tudo der errado amanhã,
Será exatamente igual a hoje.
Eu sou capoeira
Sou força do vento em pleno combate
O medo do medo é parar na minha frente
Sou arte e meu ventre abriga mais arte
Sou antes de tudo a mãe dessa gente
Sou canto contente, lamento e pranto
Lembrança do tempo dos gritos no tronco
Sou tranco potente pro corpo e a mente
O manto do preto e o respeito do branco
Sou ouvido atento que evita o atrito
Esperto é quem vê e contorna o perigo
Sou escola que ensina o valor do amigo
Sou Mola que impulsa o amor irrestrito
Sou essência, ciência, cadência e axé
Aquilo que sou outra coisa não é
Sou balanço do mar e navalha no pé
Sou luta pra homem, criança e mulher
Sou poeta e recito que Deus é maior
Instrumento que excita, uma corda e só
Quando vêm reco-reco, pandeiro, agogô
Atabaque dá eco lá em Salvador
Sou mandinga de salto, asfalto e poeira
Sou chuva pesada, leve, passageira
Ginga compassada, tombo da ladeira
Prazer, me apresento, Eu Sou Capoeira.
Minha arte capoeira
Minha arte capoeira,
pratiquei a vida inteira.
Sou poeta capoeira,
dessa vida gingadeira.
luta, dança poesia,
capoeira é harmonia.
